Resultado da pesquisa (2)

Termo utilizado na pesquisa Roraima

#1 - Risk factors associated to the prevalence of anti-Sarcocystis neurona, Neospora spp. and Toxoplasma gondii antibodies in horses from Roraima, Brazilian Amazon

Abstract in English:

Samples of 303 horses from 56 ranches of Rorainópolis municipality, state of Roraima, were evaluated by means of the Indirect Immunofluorescence Test (IFAT) to detect antibodies against Sarcocystis spp., Toxoplasma gondii and Neospora spp. A subset of positive sample (n=15) against Sarcocystis spp. was evaluated by Western Blotting (WB) with crude antigen of S. neurona. From the serological result, possible risk factors were evaluated against individual or farming variables. The prevalence of anti-Sarcocystis spp. antibodies was estimated to be 43.2% (37.6-49.0%), anti-Neospora sp. was 26.7% (21.9-32.2%), and anti-T. gondii was 18.5% (14.3-23.4%). Fourteen samples (14/15) evaluated by WB were positive for S. neurona antigens. From the ranches, 76.8% (43/56) presented at least one positive horse for Sarcocystis spp., 69.6% (39/56) for Neospora spp., and 55.4% (31/56) for T. gondii. Thirteen (14.3%) horses had antibodies against all agents, 50 (16.5%) had antibodies against Sarcocystis spp. and Neospora spp., 10 (3.3%) for Neospora spp. and T. gondii, and eight (2.6%) for Sarcocystis spp. and T. gondii. Associated variables (P≤0.05) for antibodies against Neospora spp. were not found in horses fed on rented pastures, not in horses without veterinary assistance and stables, and not in herds up to 5 horses; while they were associated for T. gondii by contact with cats, in the Lavradeiro breed with use of stables, in horses raise with cattle, and in herds up to 5 horses. There were no variables associated with the presence of antibodies against S. neurona. Antibodies against S. neurona, Neospora spp. and T. gondii were reported in horses from the state of Roraima, Northern Brazilian Amazon, highlighting to the elevate prevalence on ranches.

Abstract in Portuguese:

Amostras de sangue de 303 equinos provenientes de 56 propriedades do município de Rorainópolis, Roraima, foram avaliadas por Reação de Imunofluorescência Indireta (RIF) para pesquisa de anticorpos contra Sarcocystis neurona, Toxoplasma gondii e Neospora spp. Algumas amostras de soros positivos para Sarcocystis spp. foram avaliadas pelo Western Blotting (WB) utilizando antígenos crus de S. neurona. A partir dos resultados sorológicos, possíveis fatores de risco foram avaliados frente a variáveis individuais e de propriedade. A prevalência de anticorpos anti-Sarcocystis spp. foi estimada em 43,2% (37,6-49,0%), anti-Neospora sp. em 26,7% (21,9-32,2%) e anti-T. gondii de 18,5% (14,3-23,4%). Quatorze amostras (14/15) testadas por WB resultaram positivas para antígenos de S. neurona. Das propriedades, 76,8% (43/56) apresentaram pelo menos um equino positivo para Sarcocystis spp.; 69,6% (39/56) para Neospora spp. e 55,4% (31/56) para T. gondii. Dos equinos, 13 (4,3%) apresentarem anticorpos para os três agentes, 50 (16,5%) para Sarcocystis spp. e Neospora spp., 10 (3,3%) para Neospora spp. e T. gondii, e oito (2,6%) para Sarcocystis spp. e T. gondii. As variáveis associadas (P≤0,05) à presença de anticorpos foram: para Neospora spp. não pastejar em áreas alugadas, ausência de assistência veterinária na propriedade, sexo masculino, não estabular animais e plantel equino acima de 5 animais; enquanto para T. gondii foram o contato com felinos, animais da raça lavradeiro, animal estabulado, criação de bovinos na propriedade e plantel equino acima de 5 animais. Não houveram variáveis associadas a presença de anticorpos contra S. neurona. Relata-se no presente estudo a primeira detecção de anticorpos anti-S. neurona, Neospora spp. e T. gondii em equinos do estado de Roraima, localizado na Amazônia Setentrional Brasileira, ressaltando para a elevada frequência de fazendas com equinos soropositivos.


#2 - Poisoning of cattle by Arrabidaeajapurensis (Bignoniaceae) in Roraima, northem Brazil

Abstract in English:

The cause of “sudden death” in cattle in Roraima, northern Brazil, was investigated. These deaths, amounting to 1000-1500 annually, mainly occur when cattle are exercised; they are observed in farms of the “lavrado” region, situated along the large rivers of the area, specially rio Branco, Tacutu and Mucajaí, and less frequently the Uraricoera and Surumu rivers. Observations in the region and feeding trials in cattle identified Arrabidaea japurensis (DC.) Bur. & K. Schum. as the cause of “sudden death”. The fresh sprouts of the plant were given orally to 11 bovines in amounts that varied from 1.25 to 20 g of the plant per kilogram of body-weight. The amount of the plant necessary to cause death varied considerably; 10 g/kg always caused the death of the animals, but smaller doses down to 1.25 g/kg still caused the death of some. The first symptoms of poisoning were observed between 6 hours and 15 minutes and 22 hours and 10 minutes after the administration of the plant. Two of the four animals, which had eaten amounts of 10 g/kg or more, died of “sudden death” without having been exercised. The animals which had received smaller amounts, were driven between 18 and 22 hours after ingestion of the plant, and died suddenly after 1 to 45 minutes of exercise. The clinical signs lasted from 1 to 8 minutes; they were swaying gaint, muscular tremors, loss of stability and falling to the ground, peddling movements with the legs, sometimes moaning and intensive closing of the eyelids, and death. Post-mortem examinations were negative. Histopathologically there was hydropic vacuolar degeneration of the epithelial cells of the distal convoluted tubules in the kidney; this was seen in six of the eight animals which died due to the ingestion of the fresh plant material. Dried sprouts, given 3 and 6 months after they had been collected, had lost about half of their toxicity. The plant had no cumulative effects and did not induce tolerance. Mature leaves werw also toxic.

Abstract in Portuguese:

Foi investigada no Território de Roraima a causa de "mortes súbitas" em bovinos, que ocorrem principalmente quando eles são movimentados. Essas mortes são observadas em fazendas da região do "lavrado", situadas nas nargens dos grandes rios, especialmente dos rios Branco, racutu e Mucajaí, sendo sua incidência menor nas margens dos rios Uraricoera e Surumu. Como causa das ''mortes súbitas" foi identificada, atrarés da experimentação em bovinos e das observações feitas na região, Arrabidaea japurensis (DC.) Bur. & K. Schum., planta da família Bignoniaceae. A brotação recém-colhida foi administrada por via oral a onze bovinos em quantidades que variaram de 1,25 a 20 g da planta por quilograma de peso do animal; A dose que causou a morte foi bastante variável; 10 g/kg sempre causaram a morte dos animais, enquanto que quantidades decrescentes até 1,25 g/kg, ainda causaram a morte de parte dos bovinos. Os primeiros sintomas de intoxicação foram observados de 6 horas 15 min. a 22 horas 10 min. após a ingestão da planta. Dois dos quatro animais que ingeriram 10 g/kg ou mais da planta morreram de "morte súbita" sem terem sido exercitados. Os animais que ingeriram menos que 10 g/kg, foram movimentados 15 horas 37 min. a 22 horas após a ingestação da planta e morreram "subitamente" após 1 a 45 minutos de exercício. A duração dos sintomas, nos animais que morreram, variou de 1 a 8 minutos. Esses sintomas foram andar cambaleante, tremores musculares, súbita perda de equilibrio com queda do animal, ficando este logo em decúbito lateral, movimentos de pedalagem, às vezes berros e cerramento forte das pálpebras, morte. Além destes sintomas vistos nos animais que morreram, foram observados nestes, bem como naqueles que adoeceram mas não morreram, quando tocados, relutância em correr ou andar, o animal freqüentemente se deitando, micções e defecações freqüentes, dispnéia, taquicardia e pulso venoso positivo. Os achados de necropsia foram praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelaram, como lesão que mais chamou a atenção, em seis dos oito animais que morreram em virtude da ingestão da planta fresca recém-colhida, nítida degeneração hidrópico- vacuolar das células epiteliais dos túbulos uriníferos contornados distais. A brotação dessecada, administrada 3 e 6 meses após a coleta, também era tóxica, porém tinha perdido aproximadamente metade de sua toxicidade. As folhas maduras dessecadas mostraram possuir metade da toxidez da brotação. Nos cinco bovinos que morreram nos experimentos com a planta dessecada, não foi encontrada a degeneração hidrópico-vacuolar no rim. A experimentação revelou que a planta não possui efeito acumulativo, e também que pela ingestão repetida de quantidades subletais os animais não adquirem tolerância aos seus efeitos.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV