Resultado da pesquisa (41)

Termo utilizado na pesquisa experimental plant poisoning

#21 - Experimental poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) in sheep

Abstract in English:

The fresh leaves of Palicourea marcgravii St.Hil., a shrub poisonous to cattle when administered orally. were also toxic for sheep. The lethal dose varied from 0.5 to 1.0 g/kg of body weight. The plant did not loose its toxicity through drying. ln experiments where sheep were given repeated daily doses of 1 /2.5, 1 /5, 1 /10 or 1 /20 of the lethal dose of dried leaves, na accumulative toxic effect was noted. ln one series of experiments this effect was prominent with daily quantities of up to 1/10 of the lethal dose and less evident in daily quantities of 1/20 of the lethal dose. However, in other experiments only slight effects were seen with daily quantities of up to 1/5 of the lethal dose. The subsequent single administration of the lethal dose to surviving sheep of these experiments showed that the plant did not induce tolerance of immunity, and that the animals did not become more sensitive to the toxic properties of the plant. Symptoms and death of the sheep were caused or precipitated by exercise. P. marcgravii caused the clinical and pathological picture of "sudden death". that is, a poisoning of peracute course. In the experiments consisting of repeated administration of fractions of the lethal dose, sheep frequently exhibited short lasting symptoms of poisoning a few days prior to death, generally when exercised. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in sheep were, in order of appearance: tachypnea; tachycardia; reluctance to walk; periods of prostration; walking with small steps and stiff legs; generalized muscular tremors; weakness of the legs which became generalized, making it impossible to remain standing, whereupon the animal lay down on its side; difficult and intermittent respiration; peddling movements with the legs; opisthotonus; and death. Post-mortem examination revealed pulmonary edema which was seen in 8 of the 11 sheep which received the plant repeatedly, but in none of the six which received only one administration. No other lesions were seen consistently. Histopathology revealed regressive and circulatory changes in the liver and kidney, and regressive, inflammatory and proliferative alterations in the heart. As regards kidney and liver changes, there was no difference in nature or incidence between sheep receiving the plant once or repeatedly, but heart lesions, mainly those of a proliferative nature, were seen principally in the sheep from experiments with repeated administrations of the plant.

Abstract in Portuguese:

As folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., tóxicas para bovinos, administradas experimentalmente, em estado fresco, por via oral a ovinos, se revelaram tóxicas também para essa espécie de ruminantes. A dose letal variou de 0,5 a 1 g/kg. Dessecada, a planta não perdeu sua toxidez. Administrações diárias de 1/2,5, 1/5, 1/10 e 1/20 da dose letal das folhas dessecadas de P. marcgravii a ovinos demonstraram que a planta tem efeito acumulativo acentuado até a dose diária de 1/10 da dose letal e leve na dose diária de 1 /20 em uma série de experimentos, porém leve até as doses 1/5 da dose letal em outra série. A administração adicional de l dose letal, de uma só vez, aos sobreviventes desses experimentos, evidenciou que a planta não induz tolerância ou imunidade nem aumento da sensibilidade desses animais à ação tóxica da planta. A planta provocou nos ovinos o quadro clínico-patológico da "morte súbita", isto é, uma intoxicação de evolução superaguda, podendo os sintomas e a morte dos animais ser precipitados pelo exercício. Nos experimentos de administrações repetidas de frações da dose letal, os ovinos freqüentemente mostraram sintomas passageiros de intoxicação em dias anteriores ao da morte, geralmente quando movimentados. Os sintomas observados foram, na seqüência em que apareceram, taquipnéia, taquicardia, relutância em andar, eventual assunção de decúbito esterno abdominal, andar com passos curtos e membros rígidos, tremores musculares generalizados, fraqueza nos membros, depois em todo o corpo, impossibilidade de ficar em pé, assunção de decúbito lateral com respiração ofegante e espaçada, movimentos de pedalagem intermitentes, opistótono, morte. Entre os achados de necropsia destacou-se a presença de edema pulmonar, observado em 8 dos 11 ovinos que receberam a planta repetidamente e em nenhum dos 6 ovinos dos experimentos de administrações de doses únicas. Não foram constatadas outras alterações dignas de nota. Os exames histopatológicos revelaram alterações principalmente no fígado, rim e coração; no fígado e rim eram de natureza regressiva e circulatória, e no miocárdio, de natureza regressiva, inflamatória e proliferativa. As alterações renais e hepáticas mantiveram uniformidade em natureza e incidência, porém as alterações cardíacas, sobretudo as de natureza proliferativa, foram encontradas principalmente nos ovinos que receberam doses repetidas.


#22 - Experimental poisoning by Mascagnia pubiflora (Malpighiaceae) in rabbits

Abstract in English:

The dried and powdered leaves or fruit of Mascagnia pubiflora Griseb., a plant toxic for cattle, were administered by stomach tube to 14 and 9 rabbits, respectively. The plant, stored in the shade at room temperature for two to nine months after collection in the State of Mato Grosso do Sul, was shown to be toxic for this species also. The fruit proved to be approximately six times more toxic than the leaves. Six grams of the dried leaves per kilogram of body weight killed four of five rabbits, 4 g/kg killed three of eight, while 2 g/kg did not kill the one rabbit receiving that dose. Regarding the fruit, doses of 1 g/kg or above killed the five rabbits in each group, but 0.5 g/kg did not kill the four rabbits of that group. The first symptoms of poisoning with leaves were noted between 6h 02min. and 45h 39min., and with fruit between 2h 18min. and 20 hours after administration. The course of the poisoning lasted two to three minutes in the case of the leaves, and one to two minutes in the case of the fruit. Toe main symptoms, identical for rabbits receiving leaves or fruit, were those of "sudden death": the rabbits made sudden violent, uncontrolled movements and fell on their side; respiration became difficult and the animals died. In both groups of rabbits post-mortem examination showed congestion of the liver, and secondly, congestion of the lungs, while histology revealed degenerative and vascular alterations in the liver, kidneys and heart. These experiments show that the rabbit can be used as a small experimental animal in the continuation of the studies on the toxic properties of M pubiflora, and in the identification work of the toxic principles. It is probable that the leaves and fruit contain the sarne toxic elements.

Abstract in Portuguese:

As folhas e os frutos dessecados de Mascagnia pubiflora (Juss.) Griseb., planta tóxica a bovinos, foram administrados por sonda gástrica a 14 e 9 coelhos, respectivamente. A planta,·colhida em setembro de 1984 no Estado de Mato Grosso do Sul e guardada na sombra à temperatura ambiente durante 2 a 9 meses, demonstrou possuir toxidez também para essa espécie animal. Em relação à dose letal das folhas, 6 g/kg mataram 4 de 5 coelhos, 4 g/kg mataram 3 de 8 coelhos, 2 g/kg não mataram o único coelho que recebeu a planta nessa dosagem; em relação aos frutos, doses a partir de 1 g/kg mataram todos os 5 coelhos, enquanto que 0,5 g/kg não matou nenhum dos 4 coelhos. Dessa maneira, os frutos foram cerca de 6 vezes mais tóxicos que as folhas. Os coelhos mostraram os primeiros sintomas de intoxicação, no caso das folhas, entre 6h 02min. e 45h 39min., e no caso dos frutos, entre 2h 18min. e 20 horas, após a sua administração. A evolução do quadro clínico, no caso das folhas, foi de 2 a 3 minutos, e no caso dos frutos, de 1 a 3 minutos. O quadro clínico foi o mesmo, tanto nos coelhos que receberam as folhas, como nos que receberam os frutos. Esse quadro foi o da "morte súbita", isto é, os coelhos, de repente faziam movimentos desordenados violentos, caíam de lado, tinham a respiração difícil e logo morriam. Também os achados de necropsia e as alterações histopatológicas eram os mesmos para os animais intoxicados pelas folhas e pelos frutos. O achado de necropsia mais comum foi congestão hepática, em segundo lugar foi congestão pulmonar. Nos exames histopatológicos os órgãos principalmente afetados foram fígado, rim e coração, sob forma de alterações degenerativas e vasculares. Esses experimentos mostram que o coelho pode ser usado como animal experimental de pequeno porte na continuação dos estudos sobre a ação tóxica da planta, bem como nos trabalhos de isolamento e identificação de seus princípios ativos. É provável que as folhas e os frutos encerrem os mesmos princípios tóxicos.


#23 - Experimental poisoning by Vernonia mollissima (Compositae) in rabbits

Abstract in English:

The dried and powdered sprouts of Vernonia mollissima Don (fam. Compositae), a plant toxic for cattle, sheep and goats, were administered by stomach tube to 24 rabbits nine to 15 months after collection. The plant was shown to be toxic for this species also, but with much variation in the lethal dose: six grams per kilogram of body weight caused the death of three out of four animals; 4 g/kg-two of four; 2 g/kg-three of four; 1 g/kg-one of four; 0.5 g/kg-one of four; whereas with 0.25 g/kg all four rabbits survived. In all cases first symptoms were noted between one and eight days after administration of the plant. The course of the poisoning lasted from two to seven days in the ten lethal cases and from eight to 14 days in the three rabbits that showed moderate to severe symptoms but went on to recover. The main symptoms were anorexia with fewer smaller dark feces. These animals also drank less and urinated less. The main post-mortem findings were seen in the liver, kidneys and digestive tract. The color of the liver was lighter than normal and its lobulation could be distinguished; the kidneys were much lighter in color both inside and out; and congestion and hemorrhages were seen in the digestive tract, mainly in the stomach mucosa. Microscopic examination revealed a severe toxic nephrosis as the principal lesion in all 10 rabbits that died: a majority of the epithelial cells of the uriniferous tubules in the cortex suffered coagulation necrosis, with distrophic calcification in five cases. Severe lesions were also observed in the livers of all 10 rabbits: severe steatosis associated with an albuminous-granular-vesicular degeneration of all or the greater part of the liver parenchyma; the steatosis affected most heavily the liver cells on the periphery of the lobule and diminishing in intensity towards the center of the lobule where albuminous-granularvesicular degeneration predominated. These experiments show that the rabbit can be used as a small experimental animal in the continuation of studies of V. mollissima in regard to toxic principais and effects, but the great individual variation in sensibility to the toxic action of the plant among rabbits must always be kept in mind.

Abstract in Portuguese:

A brotação dessecada e pulverizada de Vernonia mollissima Don, planta tóxica a bovinos, ovinos e caprinos, administrada a 24 coelhos por via intragástrica, entre 9 e 15 meses após sua colheita, demonstrou possuir toxidez também para essa espécie animal; porém a dose letal variou muito: 6 g/kg causaram a morte de três de quatro coelhos, 4 g/kg, de dois de quatro coelhos, 2 g/kg, de três de quatro coelhos, 1 g/kg, de um de quatro coelhos, 0,5 g/kg, também de um de quatro coelhos; com 0, 25 g/kg os quatro coelhos usados sobreviveram. Os primeiros sintomas apareceram entre 1 e 8 dias após a administração da planta (casos letais e não letais). A evolução da intoxicação, nos 10 casos letais, foi de 2 a 7 dias, e nos 3 coelhos que adoeceram mas se recuperaram, de 8 a 14 dias. Os sintomas foram principalmente anorexia e diminuição das fezes (acentuada), da sede e da urinação. Os achados de necropsia localizaram-se principalmente no fígado, nos rins e no aparelho digestivo. O fígado era mais claro e percebia-se sua lobulação; os rins eram bem mais claros, tanto na superfície como ao corte, e no aparelho digestivo se observaram, principalmente na mucosa do estômago, congestão e hemorragias. Os exames histopatológicos revelaram em todos 10 coelhos que morreram, como alteração mais importante, grave nefrose tóxica, sob forma de necrose por coagulação das células epiteliais da maior parte dos túbulos uriníferos da cortical, em 5 casos com calcificação distrófica; no fígado também foram constatadas alterações graves, em todos 10 coelhos, consistindo em acentuada esteatose associada a uma degeneração albuminosa granular vesicular afetando todo ou a maior parte do parênquima hepático; a esteatose afetava em grau acentuado as células hepáticas na periferia do lóbulo, diminuindo em intensidade em direção ao centro do lóbulo, onde predominava a degeneração albuminosa granular vesicular. Concluiu-se que o coelho pode ser usado como animal experimental de pequeno porte na continuação dos estudos sobre a ação tóxica de V. mollissima, bem como nos trabalhos de identificação de seus princípios ativos, mas é preciso sempre levar em consideração a grande variaçao na sensibilidade dos coelhos à ação tóxica da planta.


#24 - Experimental poisoning of rabbits by Mascagnia aff. rigida (Malphighiaceae)

Abstract in English:

The dried and powdered leaves of Mascagniaaff. rigida (Juss.) Griseb., a plant toxic forcattle, were administered by stomach tube to 31 raobits, in doses which varied from 0.25 to 2.5 g/kg of body weight. Fourteen rabbits died. The lethal dose was quite constant; 2 g/kg killed all rabbits, 1 g/kg killed anywhere from none to all of the rabbits depending on when and where the plant was collected, 0.5 g/kg caused the death of only one rabbit. First symtoms were seen from 2h 45min. to 10h 30min. after ingestion of the plant. The course of the poisoning lasted from 1 to 4 minutes. The symptoms were those of "sudden death": the rabbit suddenly made violent uncontrolled movements, struggled or jumped, and then generally fell on its side. Respiration became difficult, intermittent and the animal died. From the beginning of symptoms until death half of the rabbits emitted screams. The post-mortem findings consisted only in slight lesions in the liver. Histopathological changes of degenerative-necrotic and vascular nature were found in the liver, as well as degenera tive lesions in the kidney and heart. In the liver there was necrosis, vacuolization and albuminous-granular degeneration, congestion, dissociation, and compressive atrophy of the liver cords, presence of eosinophilic sphaerules in the sinusoids and edema of Disse's space. The kidney showed hydropic-vacuolar degeneration of the epitelial cells of the distal convoluted tubules, swelling of the epithelial cells of the convoluted tu bules of the cortico-medular junction and fatty changes in various locations. Intracellular edema and dissociation of the muscle fibers, along with foci of increased eosinophilia were found in the heart.

Abstract in Portuguese:

As folhas dessecadas e pulverizadas de Mascagnia aff. rigida (Juss.) Griseb., planta tóxica para bovinos, foram administradas por via intragástrica a 31 coelhos, em quantidades que variaram de 0,25 a 2,5 g da planta por kg de peso vivo. Morreram 14 coelhos. A dose letal foi bastante constante; 2g/kg causaram a morte de todos os coelhos, enquanto que 1g/kg causou a morte de nenhum ou de todos os coelhos, dependendo da época da coleta e da procedência da planta; dos que receberam a dose de 0,5 g/kg apenas um coelho morreu. O início dos sintomas de intoxicação ocorreu de 2h 45min. a 10h 30min. após a administração da planta. A evolução da intoxicação durou de 1 a 4 minutos. Os sintomas de intoxicação foram os da síndrome de "morte súbita": o coelho fazia repentinamente movimentos desordenados violentos, debatia-se ou pulava, e em seguida geralmente caía de lado. A respiração tornava-se difícil, espaçada e o animal morria. Desde o início do aparecimento dos sintomas até à morte, cerca de metade dos coelhos emitiam gritos com maior ou menor freqüência. Os achados de necropsia se limitaram a leves alterações do fígado. Os exames histopatológicos revelaram alterações degenerativo-necróticas e vasculares no fígado, e degenerativas no rim e coração. No fígado foram observados necrose, vacuolização citoplasmática (em parte dos casos positivo para gordura) e degeneração albuminosa-granular dos hepatócitos, congestão, dissociação dos cordões hepáticos, atrofia compressiva desses, presença de esférulas eosinofílicas nos sinusóides e edema dos espaços de Disse; no rim, degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais, tumefação das células epiteliais dos túbulos contornados na junção córtico-medular e esteatose de variável localização; no coração, edema intracelular das fibras cardíacas, afastamento entre estas e presença de focos de eosinofilia aumentada no músculo cardíaco.


#25 - Experimental poisoning in cattle by the pods of Dimorphandra gardneriana (Leg. Caesalpinoideae)

Abstract in English:

The ripe pods of Dimorphandra gardneriana Tul., a well-known tree of the "chapada" regions of Piauí, Maranhão and northern Goias, Brazil, are believed to be nutritfve for cattle. But, as it has been shown that the pods of another species of that genus, Dimorphandra mollis, are toxic for cattle, an experimental study was performed with the pods of D. gardneriana. ln these experiments the pods of D. gardneriana were also shown to be toxic, causing the sarne or a very similar clinical-pathological picture as has been caused by D. mollis, a plant which is nephrotoxic. The pods caused the death of the two bovines, which received 30 grams per kilogram of bodyweight, whereas 20 g/kg caused only slight symptoms of poisoning. Amounts os 2, or slightly over 3 lethal doses, divided into 10 equal sub-doses and given every day, did not cause any symptoms of poisoning. The first symptoms were seen approximately 18 hours after the ingestion of the pods, and lasted about 8 days. The symptoms were: anorexia, diminished to paralysed rumen movements, dried or soft feces containing bloody mucus, severe anuria, muscular tremors, subcutaneous edemas seen principally in the region of the buttocks, scrotum, perineum and the abdominal wall, and ascitis. Albumin was found in the urine. Post-mortem findings were subcutaneous edemas, large amounts of fluid in the abdominal and thoraxic cavities, severe perirenal edema, and changes in the digestive tract, especially in the large bowel which showed a congested mucosa, fluid contents and the presence of clotted blood. The most important histopathological changes were in the kidneys, where severe toxic tubular nephrosis was seen. Attention is drawn to the fact, that so·far there are no case histories or observations of poisoning by D. gardneriana occurring under natural conditions.

Abstract in Portuguese:

As favas maduras de Dimorphandra gardneriana Tul., ("fava-d'anta"), árvore bem conhecida das chapadas do Piauí, Maranhão e norte de Goiás, são tidas pela população como alimentícias para o gado. Porém, em virtude de ter sido demonstrado possuírem toxidez para bovinos as favas de Dimorphandra mollis, a "faveira" das Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, foi feita uma série de experimentos também com D. gardneriana em bovinos. Nesses experimentos as favas maduras de D. gardneriana também se revelaram tóxicas para bovinos, provocando um quadro clínico-patológico igual ou muito semelhante ao causado por D. mollis, isto é, um quadro dominado pela sua ação nefrotóxica. As suas favas causaram a morte dos 2 bovinos que a receberam na dose de 30 g/kg, enquanto que 20 g/kg causaram somente leves sintomas de intoxicação. Quantidades correspondentes a duas e pouco mais que três doses letais, divididas em 10 doses iguais, administradas em dias seguidos, não causaram o aparecimento de sintomas de intoxicação. Os primeiros sintomas nos 2 bovinos que morreram apareceram em aprox. 18 horas após a ingestão da fava, e a evolução foi ao redor de 8 dias. Os sintomas observados foram anorexia, diminuição dos movimentos do rúmen até sua paralisação, fezes de consistência alterada (ressequidas ou pastosas) e escassas, com presença de muco sanguinolento, anuria acentuada, tremores musculares, edemas subcutâneos, sobretudo na parte posterior da coxa, no escroto, no períneo e na parede abdominal, e ascite; presença de albumina na urina. Os achados de necropsia foram edemas subcutâneos, coleções de líquido nas cavidades abdominal e torácica, edema acentuado perirrenal e das pregas do coagulador, alterações no trato digestivo, sobretudo intestino grosso, sob forma de congestão da sua mucosa, liquefação de seu conteúdo e presença de coágulos sangüíneos na sua luz. As alterações histopatológicas mais importantes foram renais sob forma de nefrose tubular tóxica muito grave. É chamada a atenção para o fato de que por enquanto não há históricos nem observações sobre a ocorrência da intoxicação por D. gardneriana sob condições naturais.


#26 - Experimental poisoning by Conium maculatum (Umbeliferae) in cattle and sheep

Abstract in English:

The fresh, recently collected leaves, inflorescences with flowers and immature seeds of Conium maculatum, of the Umbeliferae family, were administered orally to 7 calves and 10 sheep, of different ages. The plant, collected in Julio de Castilho, Rio Grande do Sul, between October·and December, was shown to be toxic for both cattle and sheep. In cattle, amounts of 2.6 g/kg of bodyweight or more always caused severe poisoning symptoms or death (5/5); in sheep, 5 g/kg or more caused these symptoms or death (5/7). First symptoms appeared 15 to 63 minutes in cattle and 25 minutes to 1h 40' in sheep, after the initiation of the administration of the plant. In cases ending in death, symptoms lasted from 5 minutes to 1h48' in cattle and from 20 minutes to 1h 48' in sheep. In the animals which recovered, symptoms lasted 5h 10' to 6 hours in cattle and 35 minutes to 4h 20' in sheep. Bovine death occurred between 35 minutes and 2h 32' and the death of sheep between 1 hour and 2h 43'; cattle recovered between 5h 40' and 7h 03' and sheep between 1 and 6 hours after the experiment began. Symptoms, post-mortem findings and histopathologic lesions were similar in cattle and sheep. In both species the symptoms were predominantly nervous in nature: difficulty in swallowing, difficulties in locomotion and stability, as noted by a swaying, staggering gait, inability to remain standing, a sudden lying down or falling to the ground, and muscular tremors. In cattle prolapse of the third eyelid was seen. Some animals of both species had regurgitation of ruminal contents and excessive eructus. Post-mortem examination of the 3 bovinos and 3 sheep which died showed froth and/or green fragments in the airways of some. Histopathology revealed only pulmonary lesions, an interlobular oedema in 3 bovines, congestion in 2 bovines and 2 ovines. In experiments in 10 calves which received the dried plant, 2 months to 2 years and 4 months after it had been collected, C maculatum had lost a great part of its toxicity.

Abstract in Portuguese:

As folhas, inflorescências com flores e sementes imaturas, e talos finos, frescos recém-coletados de Conium maculatum, da familía Umbeliferae, foram administrados, por via oral a 7 bovinos jovens desmamados e 10 ovinos jovens ou adultos. A planta, colhida sempre no município de Julio de Castilho, Rio Grande do Sul, nos meses de outubro a dezembro, se revelou tóxica para bovinos e ovinos. Nos bovinos doses a partir de 2,6 g/kg causaram a morte ou sintomas acentuados sem excessão (5/5); nos ovinos doses a partir de 5 g/kg causaram a morte ou sintomas acentuados na maioria dos experimentos (5/7). O prazo que decorreu desde o começo da administração da planta até o aparecimento dos primeiros sintomas, nos experimentos com ou sem êxito letal, foi nos bovinos de 15 a 63 minutos, nos ovinos de 25 minutos a 1h 48'. Em relação a evolução, nos casos de morte, nos bovinos o prazo foi de 5 minutos a 1h 48', nos ovinos de 20 minutos a 1h 48'; nos casos em que houve recuperação, nos bovinos o prazo foi de 5h 10' a 6 horas, nos ovinos de 35 minutos a 4h 20'. Desta maneira, o êxito letal nos bovinos se deu entre 35 minutos e 2h 32', nos ovinos entre 1 hora e 2h 43'; nos casos de recuperação, os bovinos estavam restabelecidos entre 5h 40' e 7h 03', os ovinos entre 1 hora e 6 horas, após o início da administração da planta. Os sintomas, achados de necropsia e histopatológicos observados no bovinos e ovinos também foram semelhantes. Em ambas as espécies os sintomas eram predominantemente de ordem nervosa, Consistiram em dificuldades de deglutir, dificuldades de locomoção e na estabilidade, manifestadas por andar desequilibrado, duro. Impossibilidade de o animal ficar em pé, deitando-se precipitadamente ou caindo ao chão, e tremores musculares. Em alguns bovinos foi observado prolapso da 3ª pálpebra. Foram ainda observados em alguns animais de ambas as espécies eructação forte e audível e regurgitação do conteúdo ruminal. Os achados de necropsia nos 3 bovinos e 3 ovinos que morreram, foram poucos e consistiram em parte dos casos principalmente na presença de espuma, às vezes associado a fragmentos verdes nas vias respiratórias. Os exames histopatológicos revelaram somente alterações pulmonares, edema interlobular em 3 bovinos, congestão em 2 bovinos e 2 ovinos. Em experimentos em 10 bovinos jovens com a planta dessecada, realizados entre 2 e 28 meses após sua coleta, verificou-se que C. maculatum tinha perdido grande parte de sua toxicidade.


#27 - Poisoning of cattle by Lantana spp. (Verbenaceae) in the States of Mato Grosso and Rio de Janeiro

Abstract in English:

The fresh leaves of Lantana tiliaefolia and L. camara var. nivea, collected respectively, in Cáceres in the State of Mato Grosso, and in Cabo Frio in the State of Rio de Janeiro, where severe outbreaks of photosensitization with high mortality in cattle had occurred, were given by mouth to bovines. The fresh leaves of L. camara var. aculeata collected in Vassouras and Itaguaí, also in the State of Rio de Janeiro, where no cases of photosensitization had been recorded, were also administered to bovines. In these experiments only the leaves from Cáceres and Cabo Frio were poisonous, causing the sarne hepatogenous photosensitization seen under natural conditions. Doses of 30 to 50 g of the fresh leaves/kg of body weight caused severe poisoning, whether given on one day or dubdivided into 5 daily doses. These doses given over a greater time span or smallar doses given once caused less severe poisoning. The symptoms which were observed in the first phase, when several animals died, lasted up to 15 days. They were: anorexia, restlessness, diminished or absence of rumen movements, photosensitization, with erythema and edema of the skin, jaundice, brown urine and scanty, dry feces. In the second phase that followed, there was mummification with the appearance of cracks and sloughing-off of pieces of skin, and occurrence of open, foul-smelling lesions. All other symptoms had disappeared. The main post-mortem finding in the animals which had died during the first phase was jaundice. The most important histopathological changes were found in the liver and kidney. The liver cells were swollen with foci of degeneration throughout the lobules. There was proliferation of the epithelial cells of the bile ducts, while in the kidneys, degeneration and lysis of the epithelial cells of the uriniferous tubules of the cortex was observed. Small foci of necrosis were present in the myocardium of one bovine. Although Lantana spp. are found throughout Brazil, it appears that the occurrence of mortality caused by the shrub is relatively rare. Based on the present study and on data from the literature, it would seem that in order for Lantana spp. poisoning to occur in the field, two conditions must be present: shipping and hunger of cattle.

Abstract in Portuguese:

Foram administradas por via oral, a bovinos jovens, as folhas frescas de Lantana tiliaefolia e L. camara var. nivea, procedentes respectivamente de Cáceres, Mato Grosso, e Cabo Frio, Rio de Janeiro, onde tinham ocorrido graves surtos de fotossensibilização com alta mortalidade em bovinos, e de L. camara var. aculeata, procedentes de Vassouras e Itaguaí, Rio de Janeiro, onde não havia históricos desta natureza. Nesses experimentos só as folhas procedentes de Cáceres e Cabo Frio se revelaram tóxicas, reproduzindo-se com elas o quadro de fotossensibilização hepatógena observado sob condições naturais. A administração de 30 a 50 g/kg, dadas de uma só vez ou subdivididas em até 5 doses diárias, causaram quadro grave de intoxicação. Essas doses, subdivididas em período maior, ou doses únicas menores causaram quadros de intoxicação menos graves. Os sintomas observados foram numa primeira fase com duração de até 15 dias - em que alguns animais morreram - anorexia, diminuição ou parada dos movimentos do rúmen, manifestações de fofossensibilização sob forma de eritema e edema, inquietação, icterícia, urina de cor marrom, fezes ressequidas; numa segunda fase que se seguia, havia mumificação com aparecimento de fendas e desprendimento de fragmentos da pele e ocorrência de feridas abertas com mau cheiro, tendo desaparecido todos os outros sintomas. Nos bovinos que morreram durante a primeira fase da intoxicação, o principal achado de necropsia foi icterícia generalizada. As principais alterações histopatológicas encontradas foram: no fígado, proliferação das células epiteliais das vias biliares, tumefação das células hepáticas, com focos de distribuição difusa pelos lóbulos em que as células hepáticas apresentavam processos degenerativos; no rim, degeneração e lise das células epiteliais dos túbulos uriníferos da cortical; no miocárdio de um bovino havia pequenos focos de necrose. É observado que, apesar de Lantana spp. ocorrer em todo o Brasil, aparentemente é relativamente rara a ocorrência de mortalidade por plantas deste gênero em bovinos. Em face dos dados obtidos no presente estudo e colhidos na literatura, parecem ser necessários dois fatores, para que ocorra a intoxicação por Lantana spp. sob condições naturais, transferência de bovinos e fome, além do fato de tratar-se de uma lantana tóxica e a planta existir em quantidade suficientemente grande na área.


#28 - Experimental poisoning by Arrabidaea bilabiata (Bignoniaceae) in rabbits

Abstract in English:

Dried and powdered leaves of Arrabidaea bilabiata (Sprague) Sandw. (fam. Bignoniaceae), a plant toxic for cattle, were administered by stomach tube to 57 rabbits, in doses that ranged from 0.5 to 6.0 gtams per kilogram of body weight. Twenty-six of the rabbits died. A large variation in the dose that caused symptoms and death of the animals was observed, the smallest dose that killed rabbits being 1 g/kg, while the largest that did not was 6 g/kg. Three rabbits that received 0:5 g/kg did not die. Death occurred in two of the eight rabbits that were fed 1 g/kg, in eight of 16 receiving 2 g/kg, in four of 12 that received 4 g/kg, and in 10 of 16 that were administered 6 g/kg of body weight. In the present experiments, the first symptoms were noted froin 2h22' to 12h07' after ingestion of the plant. The course of the poisoning lasted from half a minute to 4 minutes, although in one case it lasted 17 minutes. The main symptonis were those of "sudden death": the rabbits, in general, made sudden violent, uncontroiled movements, struggle or jumped, while at other times only slow uncontrolled movements were observed, after which, the animals generally fell on their sides. Some animals just fell on their sides. Respiration became difficult and intermitente and the animals died. From the begfuning of syniptoms untíl death the rabbits screamed frequently. Af necropsy, no gross lesions were. found. Microscopic lesioris were present in the tiver, kidney and heart, and were essentially·degerierative and vascular in·nature. In the liver there was necrosis, vacuolization of the cytopla Sma and albuminous-granular degeneration of hepatocytes, congestion, dissociation of the liver cords, compressive atrophy of these, presence of eosinophilic sphaerules in the sinusoids and edema of Disse’s space. In the kidney hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the distal convoluted tu bules and swelling of the epithelial cells of the convoluted tu bules at the cortico-medular junction was found. Heart lesions were characterized by interacellular edema of the heart fibres, dissociation of them and foci of increased eosinophilia of the heart muscle.

Abstract in Portuguese:

As folhas dessecadas e pulverizadas de Arrabidaea bilabiata (Sprague) Sandw. (fam. Bignoniaceae), planta tóxica para bovinos, foram administradas por via intragástrica em quantidades que variaram de 0,5 a 6 g/kg, a 57 coelhos. Desses, 26 morreram. Houve grande variação na dose que causava o aparecimento de sintomas e a morte dos animais. A dose menor que causou a morte dos coelhos foi 1 g/kg;·a maior que não matou coelhos foi 6 g/kg. Nenhum dos 3 coelhos que receberam 0,5 g/kg morreu. De 8 coelhos que receberam 1 g/kg, 2 morreram; de 16 coelhos que receberam 2 g/kg, 8 morreram; de 12 coelhos que receberam 4 g/kg, 4 morreram; e de 16 coelhos que receberam 6 g/kg, 10 morreram. O início dos sintomas variou de 2h22' a 12h07' após o início da administração da planta. A evolução da intoxicação variou de meio a 4 minutos; em um coelho foi de 1 7 minutos. Os sintomas de intoxicação foram os da síndrome de "morte súbita": repentinamente o coelho fazia movimentos desordenados, violentos, debatia-se ou pulava; outras vezes só fazia subitamente movimentos desordenados lentos e em seguida caía, em geral, em decúbito lateral. Outros simplesmente caíam; também em decúbito lateral. A respiração tornava-se difícil, espaçada e o animal morria. Desde o início do aparecimento dos sintomas até a morte, a maioria dos coelhos emitia gritos, com maior ou menor freqüência. Os achados de necropsia foram praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelaram alterações no fígado, rim e coração, consistindo principalmente em alterações degenerativas e vasculares. No fígado foram observadas necrose, vacuolização do citoplasma e degeneração albuminosa-granular dos hepatócitos, congestão, dissociação dos cordões hepáticos, atrofia compressiva desses, presença de esférulas eosinofílicas nos sinusóides e edema dos espaços de Disse; no rim, degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túmulos contorna dos distais e·tumefação das células epiteliais dos túbulos contornados na junção Cortico-medular: no coração edema intracelular das fibras cardíacas, afastamento entre estas e presença de focos de eosinofilia aumentada do músculo cardíaco.


#29 - Experimental poisoning of cattle by Senecio brasiliensis (Compositae)

Abstract in English:

In experimental studies with Senecio brasiliensis (Spreng.) Lessing, 14 young bovines received orally the aerial parts of the dried plant collected during sprouting. In one part of the experiments, the dried plant was given once in amounts as the equivalent of 5 to 35 g of the fresh plant per kg of body weight; in the other part, the dried plant was given repeatedly during 1 to 8 months, either daily at doses as the equivalent of 0.31 to 5 g/kg of the fresh plant, or weekly in doses corresponding to 7·daily doses (0.31 g/kg x 7 to 1.25 g/kg x 7). The experiments demonstrated the toxicity of S. brasiliensis for cattle. The course of the poisoning was classified as acute, subacute and chronic, according to the period of time that elapsed since the administration, or the beginning of the administration of the plant, and the type of liver lesions. The clinical manifestations, post-mortem findings and histopathological changes were similar, in general, to those observed in poisoning caused by other species of Senecia, due to its hepatotoxic action. When the. poisoning followed an acute course, which occurred whert. The animals received once arnounts corresponding to 17.5 and 35 g/kg of the fresh plant, anorexia, paralysis of. the rumen, blood in the feces, and increased heart and respiratory rates were observed. These symptoms became apparent from 6 to 22 hours·after the plant was given, and lasted from 22 to 25 hours, terminating in death. The main post-mortem findings were a nutmeg appearance of the cut surface of the liver, edema of the gall bladder wall and hemorrhages in various tissues and organs. Histopathological e-xamination revealed a severe centrolobular necrosis with congestion and hemorrhages in the liver as the rnost important lesion. When the course of the poisoning was chronic, which occurred when the animals received single doses of 5 and 10 g/kg of the plant (all doses given here correspond to the fresh plant) or daily. repeated doses from 0,625 to 5 g/kg, at the total of 75 to 150 g/kg, or weekly doses equivalent to 7 daily doses, from 2,1875 g/kg (= 0,3125 g/kg x 7) to 8,75 g/kg (= 1,25 g/kg x 7), at the total of 61,25 to 78,75 g/kg, during 1 to 8 months, the main symptoms were prógressive anorexia,· associated with loss of weight, dry feces, occasional diarrhea, strong abdominal contractions during the last days of life, and, at times, icterus. Marked nervous symptoms were only observed in two animals. The first clinical sings appeared between the 12th and 246th day after the administration, or beginning of the administration of the plant; in one animal clinical manifestations were observed on the 133rd day of the experiment and 66 days after the last administration. The symptoms lasted from 2 to 92 days. In all these experiments the animals died, with exçeption of the bovine which received a single dose corresponding to 10 g/kg. of the fresh plant, which never showed symptorfis, but when euthanized 9 months after the start of the experiment, lesions of chronic poisoning (hepatic cirrhosis) were found. The main post-mortem findings were generalized icterus, edema of the mesenterium, increased amount of liquid in the peritoqeal cavity, edema of the mucosa of the abomasum and the gall bladder, hemorrhages in the epi- and endocardium, and cirrhotic liver lesions- the liver was lighter in color or yellowish grey, sometimes with red areas, was firmer than normal, the cut surface had yellowish grey areas which alternated with others of reddish color, and had in most cases a delicate whitish pattern. The main histopathologic changes were also those of cirrhosis: there were moderate to large arnounts of collagen, especially in the portal spaces and the centre of the lobules, but also as bundles subdividing the liver lobules and in smallar amounts surrounding the hepatic cells, with proliferation of fibroblasts and the epitelial cells of the bile ducts, vacuolar degeneration of hepatic cells, and discrete to moderate megalocytosis. The amounts of S. brasiliensis which caused acute poisoning corresponded to those of other species of the genus Senecio. However, the amounts required for the chronic course of poisoning were somewhat smaller, indicating that S. brasiliensis belongs to the group of the more toxic species of Senecio. The bovines which received the weekly accumulated doses, developed symptoms of poisoning more quickly and the animals died earlier then those receiving the sarne total amounts in daily administrations. The importance of S. brasiliensis as a cause of naturally occuring poisoning of cattle in Brazil has not yet been defined. However, since animals in the chronic course of the disease might die several months after having eaten the plant, it is quite likely that cases of poisoning by S. brasiliensis have remained hitherto unrecognized.

Abstract in Portuguese:

Em estudo experimental com Senecio brasiliensis (Spreng.) Lessing, da família Compositae, foram administradas a 14 bovinos jovens desmamados as partes aéreas da planta dessecada, coletada em fase de brotação no Rio Grande do Sul. Os experimentos consistiram na administração de doses únicas, correspondentes a 5-35 g da planta verde fresca por kg de peso do animal, e de doses repetidas durante 1 a 8 meses, tanto diárias, correspondentes a 0,3125 - 5 g/kg da planta verde fresca, como semanais, com doses equivalentes a 7 doses diárias. Os experimentos reveleram que S. brasiliensis possui ação tóxica para bovinos. Foram observados, de acordo com o período que decorreu desde a administração da planta, nos casos de dose única, ou desde o início dela nos de doses repetidas, e sobretudo pelas lesões observadas no fígado, quadros agudo, crônico e subagudo de intoxicação. Os achados clínicos, de necropsia e histopatológicos da intoxicação experimental estão, em linhas gerais, de acordo com os produzidos por outras espécies de Senecio, isto é, relacionados com a ação hepatotóxica da planta. Na intoxicação aguda, produzida por doses únicas correspondentes a 17,5 e 35 g/kg da planta verde fresca, foram observadas anorexia, paralisação do rúmen, eliminação de sangue nas fezes, freqüências cardíaca e respiratória aumentadas. Esses sintomas começaram de 6 a 22 horas após a ingestão da planta pelos animais e a evolução foi de 22 a 25 horas, findando com a morte. Os principais achados de necropsia foram o aspecto de noz-moscada da superfície de corte do fígado, edema da parede da vesícula biliar e hemorragias em diversos tecidos e órgãos. Os exames histopatológicos revelaram, como lesão mais importante, acentuada necrose centrolobular, acompanhada de congestão e hemorragia centrolobulares no fígado. Na intoxicação crônica, produzida pela administração de doses únicas de 5 e 10 g/kg da planta (todos os valores aqui indicados correspondem sempre a planta verde fresca); ou de doses repetidas diariamente de 0,625 a 5 g/kg, no total de 75 a 150 g/kg, ou por administrações semanais de doses equivalentes a 7 doses diárias, de 2,1875 g/kg ( = 0,3125 g/kg x 7) a 8,75 g/kg ( = 1,25 g/kg x 7), no total de 61,25 a 78,75 g/kg, durante 1 a 8 meses, os principais sintomas observados fora.-n anorexia progressiva, acompanhada de perda de peso, fezes ressequidas, às vezes diarréicas, contrações abdominais fortes nos últimos dias de vida, às vezes icterícia; sintomas nervosos bem evidentes (andar sem rumo, pressão da cabeça contra a parede do box) foram observados somente em 2 animais. Os sintomas apareceram entre o 12º e o 246º dias após a administração, ou início dela, correspondendo, em um animal, a 66 dias após o término da administração, 133º dia desde o início do experimento. A duração dos sintomas variou entre 2 e 92 dias. Em todos esses experimentos os animais morreram, com exceção do bovino que recebeu uma única dose corrrespondente a 10 g/kg da planta verde fresca, que nunca adoeceu, mas quando sacrificado 9 meses após o início do experimento, à necrópsia apresentou lesões de intoxicação crônica (cirrose hepática). Os principais achados de necropsia na intoxicação crônica foram icterícia generalizada, edema do mesentério, aumento do líquido na cavidade abdominal, edema da mucosa do coagulador e da parede da vesícula biliar, hemorragias do epi e endocárdio, e sobretudo lesões de cirrose hepática - o fígado tinha coloração mais clara que o normal, ou coloração amarelo-acinzentada, às vezes com áreas avermelhadas, ao corte era mais duro que o normal e a superfície de corte apresentava áreas de coloração amarelo-acinzentada alternadas com outras de coloração avermelhada, na maioria dos casos com fino desenho esbranquiçado sob forma de arborização. As principais alterações histopatológicas eram também as de cirrose hapática, traduzidas principalmente por presença de moderada a grande quantidade de colágeno especialmente nos espaços porta e no centro dos lóbulos, e também sob forma de focos e feixes dentro dos lóbulos hepáticos, subdividindoos, e entre as trabéculas e as células hepáticas, com proliferação de fibroblastos e das células epiteliais das vias biliares, processos degenerativos vacuolares das células hepáticas e megalocitose de discreta a moderada. As quantidades de S. brasiliensis necessárias para causar intoxicação experimental aguda correspondem às descritas para outras espécies tóxicas do gênero Senecio de outros países, porém, para causar intoxicação crônica, equivalem às doses mínimas, e até menores que essas, indicando que S. brasiliensis é uma das espécies mais tóxicas de Senecio até agora estudadas. Nos bovinos que receberam doses semanais equivalentes a 7 doses diárias, os primeiros sintomas de intoxicação apareceram mais precocemente e a morte dos animais ocorreu sempre mais cedo que nos que receberam a mesma quantidade em dosagens diárias. Não se conhece ainda bem a importância de Senecio brasiliensis· como causa de intoxicações naturais em bovinos no Brasil; vale notar que, na intoxicação-crônica, podendo o animal morrer até vários meses após ter ingerido a planta, muitos casos de intoxicação podem, facilmente; passar despercebidos.


#30 - Experimental poisoning by Vernonia nudiflora (Compositae) in cattle and sheep

Abstract in English:

In experiments using 7 bovines and 7 sheep it was shown that Vernonia nudiftora Lessing, a shrub of the Compositae family, posesses toxic properties for these two animal species. In contrast to three other species of Vernonia, all recognized poisonous plants in Brazil whose action is hepatotoxic, V. nudiftora had an irritating effect on the mucosa of the digestive tract. The symptoms in cattle which had ingested amounts of 10 to 25 g/kg of bodyweight were lack of appetite, slight bloating, rumen paresis, depression and loose, offensive smelling feces. Symptoms lasted from 2 to 10 days. None of these animals died. At the dose of 5 g/kg the plant did not cause poisoning symptoms in bovines. Sheep, which had ingested 10 to 40 g/kg, had a loss of appetite, rumen paresis, depression and loose, watery feces. The symptoms lasted from 1 to 5 days. Oneyoung sheep, which ingested 22.5 g/kg, died, and post-mortem examination showed ulcers on the lips, and congestion of the mucosa of the rumen, abomasum, jejunum, caecum and colon. Five g/kg of the plant did not cause symptoms of poisoning in sheep. Experimentation also showed that unlike other known toxic species of the genus Vernonia, V. nudiftora is of low palatability for cattle and sheep. Combining this fact with its relatively low toxicity and the lack of case histories related to poisoning by this plant common in Southern Brazil, it is concluded that accidental poisoning of cattle and sheep by ingestion of V. nudiftora is unlikely to occur. The common name "alecrim", by which V. nudiftora is known, must be used with caution, as it is also used for several other plants, an example being V. squarrosa, which is similar in appearance but has hepatotoxic properties.

Abstract in Portuguese:

Através da experimentação em 7 bovinos e 7 ovinos foi verificado que Vernonia nudiftora Lessing, um subarbusto da família Compositae, coletada no Rio Grande do Sul, possui propriedades tóxicas para essas duas espécies animais; ao contrário de outras três espécies de Vernonia tóxicas conhecidas no Brasil, V. mollissima, V. rubricaulis e V. squarrosa, não tem Vernonia nudiflora ação hepatotóxica mas sim ação irritante sobre a mucosa do tubo digestivo. Os sintomas nos bovinos, ingeridas as quantidades de 10 a 25 g/kg da planta fresca, consistiram em anorexia, timpanismo leve, parada dos movimentos do rúmen, apatia e diarréia pastosa a pastoso-líquida, com cheiro fétido. A duração dos sintomas variou de 2 a 10 dias. Nenhum desses bovinos morreu. Na dosagem de 5 g/kg a planta não causou sintomas de intoxicação nos bovinos. Os sintomas nos ovinos, após ingestão de 10 a 40 g/kg de V. nudiftora fresca, consistiram em anorexia, parada dos movimentos do rúmen, apatia e diarréia pastoso-líquida. A duração dos sintomas foi de 24 horas a 5 dias. Um ovino jovem, que ingeriu 22,5 g/kg, morreu, e à necropsia foram constatadas úlceras no lábio e congestão da mucosa do rúmen na sua parte crânio-ventral, e na mucosa do coagulador, do jejuno, do ceco e do cólon. Na dosagem de 5 g/kg, também nos ovinos, a planta não causou sintomas de intoxicação. Foi verificado ainda, através da experimentação, que também, ao contrário das outras espécies de Vernonia tóxicas conhecidas, Vernonia nudiflora tem baixa palatabilidade para bovinos e ovinos. Devido a esta pouca palatabilidade e à relativamente baixa toxicidade, e ainda associando estes dados à falta de históricos sobre a possível ocorrência de intoxicações por esta planta no sul do Brasil, onde a planta ocorre sobre áreas extensas, conclui-se que é pouco provável que ocorram, sob condições naturais, acidentes pela ingestão de V. nudiflora, tanto em bovinos como ovinos. O termo popular "alecrim", pelo qual Vernonia nudiflora é conhecida, deve ser usado com cuidado, pois também é empregado para designar, entre outras plantas , Vernonia squarrosa , de aspecto semelhante, porém, de ação hepatotóxica.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV