Resultado da pesquisa (435)

Termo utilizado na pesquisa patologia

#381 - Experimental poisoning of goats by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

The leaves of the most important poisonous plant for cattle in Brazil, Palicourea marcgravii St. Hil., were found to be toxic also for goats. Doses of 0.6 to 1.0 g/kg of the fresh leaves, administered orally, caused death of 2/3 of the experimental goats. Symptoms of poisoning and death occurred in most goats when they were exercised. The course of the poisoning varied from 1 minute to as long as 2 days. In general, the course was longer than in bovines and ovines. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in goats were reluctance to walk, walking with stiff legs, sternal decubitus, muscular tremors, falling over, laying on its side, and pronounced dyspnea. Exercise was found to always aggravate symptoms. The animals which had longer courses of poisoning, remained in a sternal position for most of the time, were listless and had anorexia. Post-mortem examinations revealed no important or constant lesions. Histopathological studies showed mainly regressive changes in heart, liver and kidney. Small foci of coagulative necrosis of heart fibers were seen in the myocardium of half of the cases and in one additional case greater areas of necrosis were observed; edema and vacuolization of haert fibers also occurred. Vacuolization and less commonly necrosis of liver cells was seen in most cases. Only one case of necrosis of the epithelial cells of the uriniferous tubules was seen in the kidney cortex.

Abstract in Portuguese:

Foi confirmada também para caprinos a toxidez das folhas de Palicourea marcgravii St. Hil., no Brasil, a planta tóxica de interesse pecuário mais importante para bovinos. Doses entre 0,6 e 1,0 gramas das folhas frescas, administradas por via oral, causaram a morte de mais de 2/3 dos caprinos. Os sintomas de intoxicação e a morte dos caprinos apareceram, na grande maioria dos casos, após exercício a que os animais experimentais eram submetidos, 2 vezes ao dia, a partir de aproximadamente 15 horas após a administração da planta. Além disto, o exercício, toda vez que era aplicado, também acentuava a sintomatologia, uma vez manifestada. A evolução clínica da intoxicação por P. marcgravii em caprinos variou de 1 minuto a 2 dias, portanto, de uma maneira geral, foi mais longa que a de bovinos e ovinos. Os sintomas observados foram relutância em andar, andar com membros rígidos, decúbito esterno-abdominal, tremores musculares, impossibilidade de ficar em pé, decúbito lateral, dispnéia acentuada e morte. Os animais que tiveram evolução mais longa, ficavam em decúbito esternal, apáticos, com anorexia. Não foram verificados achados de necropsia de relevância ou constantes. Os exames histopatológicos revelaram alterações no coração, fígado e rim, principalmente de natureza regressiva. No miocárdio observaram-se pequenos focos de necrose de coagulação de fibras cardíacas na metade dos casos; em um caso adicionalmente havia maiores áreas de necrose; com menor freqüência, ocorreu edema e vacuolização de fibras cardíacas. No fígado verificaram-se, na maioria dos casos, vacuolização e, menor escala, necrose de hepatócitos. No rim, em apenas um caso, havia necrose das células epiteliais dos túbulos uriníferos do córtex.


#382 - Poisoning of cattle by Cestrum corymbosum var. hirsutum (Solanaceae) in Santa Catarina

Abstract in English:

A disease of cattle characterized by acute hepatic insufficiency was studied in the state of Santa Catarina. Clinical manifestations were anorexia, apathy, rumen atony, dark and mucous feces, salivation, sunken eyes and muscular tremors. The animals kept their head down or against na obstacle and showed instability of gait. Death occurred 8 to 12 hours after the first symptoms. Post-mortem fmdings in 4 animals were a slightly pale liver, its cut-surface had à nutmeg appearance, and circular hemorrhages of 0.5 to 2 mm in diameter were seen below the capsule. There were also hemorrhages of the serosa of the rumen, omasum, intestine and of the heart, especially at the coronary sulcus and in the endocardium of the left ventricle. In omasum, colon and rectum dried contents were observed in all cases. Histological examination showed coagulation necrosis of the hepatic parenchyma associated with congestion and hemorrhages and steatosis. The disease was experimentally reproduced by oral administration of fresh leaves of Cestrum corymbosum var. hirsutum to 11 bovines. With a single dose of 39 and 35 g/kg or repeated doses of 2.5 and 5 g/kg during 14 to 23 days an acute disease developed and the animals died with clinical signs and macro and microscopic lesions similar to those found in the natural cases. With single doses of 30 g/kg the animals became ill but recovered and with 20 g/kg only one out of 2 animals showed clinical signs. The administration of 0.623 and 1.25 g/kg to 2 calves during 95 days caused no clinical symptoms nor gross or microscopic lesions. The results of this study showed that C. corymbosum var. hirsutum is the cause of the disease whict occurs on the Planalto Catarinense and in the Alto Vale do Itajai, characterized by acute hepatic insufficiency. The ingestion of the plant is related to hunger, since the mortalities occur with more frequency in the periods of lack of pasture. There appears to be a cumulative effect of the plant poison.

Abstract in Portuguese:

Uma doença com quadro clínico-patológico de insuficiência hepática aguda foi estudada em bovinos, no estado de Santa Catarina. O quadro clínico manifestado pelos animais doentes caracterizava-se principalmente por anorexia, apatia, atonia de rume, fezes pastosas e escuras, salivação, globo ocular retraído, tremores musculares. Os animais mantinham a cabeça baixa ou apoiada em obstáculos e mostravam andar cambaleante. A morte ocorria entre 8 à 12 horas após o início dos sintomas. À necropsia de 4 bovinos, o fígado estava levemente amarelado, ao corte observava-se aspécto de nos-moscada e havia hemorragias circulares de 0,5 à 2 mm de diâmetro sob a cápsula. Também chamavam atenção hemorragias nas serosas do rume, omaso, intestino e hemorragias no coração, principalmente no sulco coronário e no endocárdio esquerdo. Ressecamento do conteúdo do ornaso, cólon e reto foi observado em todos os casos. Os exames histológicos mostraram necrose de coagulação do parênquima hepático associada à congestão e hemorragias centrolobulares, e esteatose. Esta doença foi reproduzida experimentalmente através da administração a 11 bovinos de folhas verdes de Cestrum corymbosum var. hirsutum coletadas na região da ocorrência. Com doses únicas de 39 e 35 g/kg ou doses repetidas de 2,5 e 5 g/kg durante 14 a 23 dias, os animais adoeceram de forma aguda e morreram com sinais clínicos e lesões macro e microscópicas semelhantes às observadas nos casos naturais. Em doses únicas de 30 g/kg ocorreram sintomas clínicos com recuperação posterior, e de 20 g/kg apenas um dos dois bovinos adoeceu. A administração de 0,625 e 1,25 g/kg em dois bezerros durante 95 dias não produziu alterações clínicas e nem lesões macro e microscópicas. Conclui-se que a ingestão de C. corymbosum var. hirsutum é a causa da doença de bovinos que ocorre no Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajai, caracterizada por insuficiência hepática aguda. Presume-se que a ingestão da planta está relacionada à fome, já que as mortes ocorrem mais no período de escassez de pasto e a doença pode se manifestar tanto em animais que ingiram doses únicas superiores a 20 g/kg ou naqueles que passam a consumir doses menores até no mínimo 2,5 g/kg, por vários dias (efeito acumulativo).


#383 - Experimental poisoning in cattle by Brunfelsia pauciflora (Solanaceae)

Abstract in English:

Plant poisoning was suspected as a cause of the so called "swollen-brisket-disease" (a disease characterized by edema of the brisket) which occurs in certain areas of the State of Santa Catarina, Southern Brazil. In order to establish the etiology of this disease, Brunfelsia pauciflora (Cham. Et Schlecht.) Benth. (of the Solanaceae family) was fed experimentally to cattle, as it is found in large quantities in the pastures where the disease occurs. The plant was given in the fresh or dried stage, in single or repeated administrations to 11 bovines. All but one experimental animal showed symptoms of poisoning; none died due to the ingestion of the plant. The symptoms always seen in experimental poisoning by B. pauciflora, was mainly nervous excitement. This was very uniform, but varied in intensity. Symptoms included playing with the tongue, chewing movements, salivation, restlessness, stretching and shaking of the hindlegs, excitability and muscular tremors, sometimes with sudden contractions, lack of stability and the animal sometimes falling to the ground. Four animals head epileptic seizures. Loss of appetite and weight and liquid feces, also occurred. In the experiments with single doses, the symptoms were observed during 4 to 9 days, in the last third of which being less intense. In the experiments with repeated doses, symptoms grew less intense with time until they disappeared. They only reappeared or intensified on rainy days, later during the experiment not even then. Postmortem and histopathological examinations showed no lesions in 6 slaughtered experimental animals. The nervous symptoms seen in experimental poisoning by B. pauciflora are very different from those seen in the "swollen brisket disease", which are of cardiac origin.

Abstract in Portuguese:

Com a finalidade de esclarecer a causa da "doença-do-peito-inchado" (enfermidade que ocorre em certas regiões de Santa Catarina e que cursa com edemas da região esternal), diversas plantas foram submetidas à experimentação em bovinos e, entre elas, Brunfelsia pauciflora (Cham. et Schlecht.) Benth. (fam. Solanaceae), pois havia coincidência de seu habitat com os pastos onde ocorre a maior incidência da doença e por neles essa planta ser abundante. A planta revelou-se t6xica, tanto em doses únicas como repetidas, em estado fresco ou dessecado, porém não causou a morte de nenhum dos 10 bovinos que mostraram sinais clínicos. Os sintomas observados na intoxicação experimental por B. pauciflora eram principalmente de natureza nervosa, muito uniformes, somente variando em intensidade. Constatou-se movimentação atípica da língua, movimentos de mastigação, sialorréia, o animal elevava contínuamente as pernas como que sapateando, esticando uma ou outra perna para traz, sacudindo-a, hiperexitação, tremores musculares, por vezes acompanhados de contrações súbitas, desequilíbrio e, por vezes, quedas. Quatro animais tiveram, adicionalmente, ataques epileptiformes. Havia ainda diminuição de apetite, emagrecimento e fezes líquidas. Nos experimentos de administrações únicas os sintomas foram observados durante 4 a 9 dias, diminuindo em intensidade no terço final. Nos experimentos de administrações repetidas, com o passar dos dias, a intensidade dos sintomas foi diminuindo até desaparecer, só havendo exacerbação ou reaparecimento em dias de chuva e, posteriormente, nem nessas condições. À necropsia e ao exame histológico não foram encontradas alterações dignas de nota em 6 animais sacrificados. Desta maneira, fica evidente que B. pauciflora não é responsável pela "doença-do-peito-inchado". A sintomatologia nervosa que ocorreu na intoxicação experimental por B. pauciflora difere grandemente dos sintomas de origem cardíaca, observados na "doença-do-peito-inchado".


#384 - Experimental poisoning of cattle by Stryphnodendron coriaceum (Leg. Mimosoideae) pods

Abstract in English:

Clinical and pathological data are presented on the experimental poisoning of cattle by Stryphnodendron coriaceum Benth. (Leg. Mimosoideae), an important toxic plant in the State of Piauí, northeastern Brazil. The whole pods of this tree were administered orally, in single or split doses, to 15 young bovines. A single dose of 10 g/kg caused death of all animals. The sarne dose split in 2 or 4 daily administrations (5 g/kg for 2 or 2.5 g/kg for 4 days) caused death of one third and symptoms of variable intensity in the rest of the animals; 1.25 g/kg/day given for 8 days, did not cause any poisoning symptoms. First symptoms in the animals which suffered severe poisoning (12 animals) were observed 24 to 72 hours after feeding pods. The course of the poisoning in the animals that died varied form 3 to 23 days. Digestive disturbances were the most obvious clinical symptoms; the most important of these were congestion of the mucosa of the oral cavity and salivation. Vomiting of ruminal contents, with consequent aspiration pneumonia was seen in some animals. There were some cases of diarrhea. Slight photosensitization of short duration occurred initially; in one animal the skin lesions were severe enough as to evolve from the congestive phase to exudation and necrosis of the superficial parts of the skin. There were some cases of slight icterus. The most important post-mortem finding was edema of the mucosa of the abomasum. Histopathological examinations showed degenerative changes in liver and kidney and sometimes bile pigment in the liver.

Abstract in Portuguese:

São fornecidos os dados clinico-patológicos da intoxicação experimental em bovinos por Stryphnodendron coriaceum (Leg. Mimosoideae), importante planta tóxica de interesse pecuário do Piauí. As favas desta árvore foram administradas por via oral, inteiras, em doses únicas ou repetidas, a 15 bovinos jovens. A dose de 10 g/kg administrada de uma só vez, causou a morte de todos os bovinos. Esta mesma dose quando subdividida em 2 ou 4 administrações diárias (5 g/kg em 2 ou 2,5 g/kg em 4 dias seguidos), causou a morte de um terço e sintomas de intensidade variável no restante dos animais; 1,25 g/kg/dia administrados durante 8 dias seguidos, não causaram sintomas de intoxicação. Os primeiros sintomas nos animais que sofreram intoxicação mais grave (12 bovinos) foram observados 24 a 72 horas após a 1ª administração da fava. A evolução da intoxicação nos animais que morreram foi de 3 a 23 dias. No quadro clínico predominaram perturbações digestivas; as mais importantes foram congestão da mucosa bucal e sialorréia, em alguns havendo regurgitamento de conteúdo ruminal, com conseqüente broncopneumonia por aspiração. Em alguns casos houve diarréia. Havia leve fotossensibilização passageira logo no início da intoxicação; só em um animal esta foi tão forte que evoluiu da fase congestiva passando pela fase exudativa até a necrose da pele. Às vezes havia leve icterícia. À necropsia havia edema da mucosa do abomaso e histologicamente observaram-se lesões degenerativas no fígado e rim, às vezes com presença de pigmento biliar no primeiro.


#385 - Experimental poisoning by Cassia occidentalis (Leg. Caes). in horses

Abstract in English:

In experimental studies seven 12 to 30 year old horses were force-fed through a nasoesophagic tube with ground Cassia occidentalis seeds admixed in water. Four horses died after receiving seeds corresponding to 1.5, 1.75 and 2g of seeds per kg (respectively 0.15, 0.175 and 0.2 per cent) of their body weight. A fifth horse was killed in extremis after receiving 3g of seeds per kg of body weight. The clinical disease induced by the plant in these five horses had a course of 4 to 96 hours and included signs of depression, muscle tremors, incoordinated and swaying gait, tachycardia, dyspnea and increase in serum leveis of creatine phosphokinase, aspartate transaminase and gamma glutamyl transferase. The main necropsy f"mdings included a swollen liver with marked lobular pattern in the natural surface and a nutmeg aspect of the cut surface; reddening of the intestinal mucosa; hemorrhages in the adrenal glands; suffusions and hemorrhages in the epi- and endocardium; pulmonary congestion and edema. Histologically there was hepatocellular degeneration and necrosis associated, in some cases, with polimorphonuclear neutrophylic infiltrates. The skeletal muscles had variable degrees of degenerative and necrotic lesions. The clinic-pathological alterations observed in these five horses suggest hepatotoxic and myotoxic principies in the C. occidentalis seeds, and a cumulative effect in those animals which were exposed to doses over 1.75g/kg of their body weight, fractioned up to eigth administrations. Two horses to which 1 and 2g of the seeds per kg were fed, survived. The horse which received 1g of the ground seeds per kg presented a mild muscular disfunction and recovered completely. These two horses were killed for post-mortem examination 30 days after they had received the last administration of seeds. Necropsy findings were negative, and no lesions which could be attributed to the effects of the plant were observed on histopathological examination.

Abstract in Portuguese:

Num estudo experimental sete eqüinos com idades entre 12 e 30 anos receberam, via sonda naso-esofágica, sementes de Cassia occidentalis, trituradas e misturadas com água. Quatro eqüinos morreram após receberem 1,5, 1,75 e 2g de sementes por kg de seu peso corporal. Um quinto eqüino foi sacrificado in extremis após ter recebido 3g de sementes por kg. A doença induzida pela planta nesses cinco eqüinos teve uma evolução de 4 a 96 horas e incluía sinais clínicos tais como: abatimento, tremores musculares, incoordenação motora, andar cambaleante, taquicardia, dispnéia e elevação dos níveis séricos das enzimas creatina fosfoquinase, aspartato transaminase e gama glutamiltransferase. Os achados de necropsia mais importantes foram fígado tumefeito e com acentuação do padrão lobular na superfície natural e aspecto de noz moscada na superfície de corte; aver- melhamento da mucosa intestinal; hemorragias na superfície de corte das adrenais; hemorragias subepicárdicas e subendocárdicas; congestão e edema pulmonar. Histologicamente, havia degeneração e necrose hepatocelulares acompanhadas, em alguns casos, por infiltrado polimorfonuclear neutrofílico. Na musculatura esquelética havia lesões degenerativas e necróticas em graus variáveis. As alterações clínico-patológicas apresentadas por esses cinco eqüinos, sugerem uma ação hepatotóxica e miotóxica dos princípios químicos contidos nas sementes, bem como um efeito acumulativo nos animais que receberam dosagens acima de 1,75g/kg repartidas em até oito administrações. Dois eqüinos que receberam 1 e 2g de sementes por kg do peso corporal, sobreviveram. O eqüino que recebeu 1g/kg, apresentou leve disfunção muscular e recuperou-se completamente. Esses dois eqüinos foram sacrificados e necropsiados 30 dias após a última administração das sementes. À necropsia e exame histopatológico não se evidenciaram lesões macro e microscópicas que pudessem ser associadas à planta.


#386 - Cassia occidentalis (Leg. Caes.) poisoning in cattle

Abstract in English:

An outbreak of spontaneous poisoning -by Cassia occidentaüs in cattle and the experimental reproduction of thê disease in calves are described. In the natural occurring disease, 37 bovines of four farms in Rio Grande do Sul, Brazil, died several days after they had been introduced to a diet which included ground·sorghum contaminated by 10% of C. occidentalis seeds. The affected animals presented an afebrile disease characterized by diarrhea and muscle weakness. There was incoordenation of gait, muscle tremors, reluctance to move, periods of sternal recumbency, lateral recumbency and death. Even in the stages of sternal recumbency, most of the affected animals remained bright and kept their appetite. The clinical course vaned from 1 to 2 weeks. Some animals which developed clinical sigos, but not recumbency, recovered. At necropsy of three bovines, pale areas of discolotation could be observed in the heavy muscles of the rump and thigh and a dark brown discoloration was present in the urine. Experimental reproduction of the disease was achieved in four calves. The contaminant C. occidentalis seeds present in the sorghum were manually separated, grounded, mixed with water and fed orally to calves 1 and 2 with a bottle, in ar total dosis of 10g/kg (1% of the body weight). Calf 1 received the plant in two administrations (8g/kg and 2g/kg) two days apart, and calf 2 received five consecutive daily doses of 0.2g/kg. Calves 3 and 4 received the sorghum contaminated with the Cassia seeds in the sarne way in which they were administered in the four farms where the problem occurred. A control calf received only the sorghum after it had been freed from the C. occidentalis seeds. Calves 1 and 2 died respectively 5 and 6 days after the first,administration ofthe plant, calf 3 after 12 days of being introduced to the contaminated sorghum ration, and calf 4 was sacrificed after 15 days of being on this sarne ration and when it presented overt clinical sigos of poisoning. The clinical disease in these 4 animals was very similar to the spontaneous outbreak. Diarrhea, muscular tremors, incoordination of gait, reluctancy to move, sternal recumbency, lateral recumbency and death were observed. Acceleration of respiratory movements and cardiac beats and marked increase in the serie CPK were observed in the terminal phases of the disease. At necropsy pale areas of discoloration were observed in1the skeletal muscles, mainly in those of the hind limbs. Pale areas, barely visible, were also present in the myocardium. The livers of calves 1 and 2 were swollen, light-brown and with slight nutmeg aspect of the cut surface. At light microscopy the more strildng lesions were presente in the skeletal muscles and were those of interstitital edema, swelling of fibers, hialine and flocular degeneration with rupture of fibers. The lesions in the myocardium were less marked and characterized by fine vacuolation of myocardial fibers. Diffuse degenerative changes were observed in the hepatic parenchyma of calves 1 and 2. At electron microscopic examination the fme vacuoles observed in the light microscopy in the myocardial fibers revealed to be swollen mitochondria. Electrodense inclusions and disruption of cristae were observed within these mitochondria. In the skeletal muscle various degrees of degenerative and necrotic changes were observed. The control calf was normal when sacrificed 30 days after the end of the experiment. At necropsy and upon histologic examination of various tissues including skeletal muscle and myocardium, no lesions were observed.

Abstract in Portuguese:

São descritos um surto espontâneo da intoxicação por Cassia occidentalis em bovinos e a reprodução experimental da doença nessa espécie. No surto espontâneo, 37 bovinos de quatro estabelecimentos rurais no Rio Grande do Sul morreram vários dias após terem sido introduzidos numa dieta que incluía grãos de sorgo contaminados por 10% de sementes de C. occidentalis. Os animais afetados apresentaram uma doença afebril caracterizada por diarréia e fraqueza muscular. Havia incoordenação, tremores musculares, relutância em mover-se, períodos de decúbito esternal, decúbito lateral e morte. Mesmo nos estágios de decúbito esternal, a maioria dos animais afetados permaneceu alerta e conservou o apetite. A evolução clínica variou entre 1 e 2 semanas. Alguns animais que desenvolveram sintomas, mas não decúbito, se recuperaram. À necropsia de três bovinos, áreas pálidas podiam ser observadas nos músculos da região glútea e da coxa; a urina tinha cor marron escura. A doença foi reproduzida experimentalmente em quatro terneiros. As sementes contaminantes de C. occidentalis presentes no sorgo foram manualmente separadas, moídas, misturadas em água e administradas oralmente através de garrafa aos terneiros 1 e 2, num total de 10g/kg (1 % do peso corporal) a cada terneiro. O terneiro 1 recebeu a planta em duas administrações (8g/kg e 2g/kg), com intervalo de dois dias entre as administrações e o temeiro 2 recebeu cinco administrações diárias consecutivas de 0,2g/kg. 0s terneiros 3 e 4 receberam o sorgo contaminado com as sementes de C. occidentalis, na mesma maneira em que era administrado rios quatro estabelecimentos onde o surto espontâneo ocorreu. Um bovino controle recebeu apenas o sorgo após terem sido retiradas as sementes de C. occidentalis. Os terneiros 1 e 2 morreram respectivamente 5 e 6 dias após a primeira administração da planta, o terneiro 3 após 12 dias do início da alimentação com sorgo contaminado por sementes de C. occidentalis e o temeiro 4 foi sacrificado após 15 dias. do início da alimentação com o mesmo sorgo contaminado e após estar apresentando sinais clínicos evidentes da intoxicação. A doença clínica nesses quatro animais foi muito semelhante à doença espontânea. Observaram-se diarréia, tremores musculares, andar incoordenado, relutância em mover-se, decúbito esternal, decúbito lateral e morte. Aumento da freqüência dos movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos e uma acentuada elevação nos níveis séticos de CPK foram observados nas fases finais da doença. À necropsia, áreas pálidas foram observadas nos músculos esqueléticos, principalmente nos músculos dos membros posteriores. Àreas pálidas, quase imperceptíveis, foram vistas também no miocárdio. Os fígados dos terneiros 1 e 2 estavam tumefeitos, marrom-claros e com moderado aspecto de noz-moscada à superfície de corte. À microscopia óptica as lesões mais evidentes estavam presentes nos músculos esqueléticos e se caracterizavam por edema intersticial, tumefação de fibras e degeneração flocular e hialina com ruptura de fibras. As lesões no miocárdio eram menos pronunciadas e se caracterizavam por fina vacuolização das fibras musculares. Lesões degenerativas difusas foram observadas no parenquima hepático dos temeiros 1 e 2. Ao exame ultrastrutural os pequenos vacúolos observados pela microscopia óptica nas fibras miocárdicas revelaram ser mitocôndrias tumefeitas. Inclusões eletrodensas e ruptura das cristas foram também observadas nessas mitocôndrias. Nos músculos esqueléticos, vários graus de alterações degenerativas e necróticas foram observadas. O terneiro controle estava normal quando sacrificado 30 dias após o término do experimento. À necropsia e ao exame histológico de vários tecidos, incluindo músculo esquelético e miocárdio, não foram observadas lesões.


#387 - Experimental poisoning of bovines, ovines and goats by Sessea brasiliensis (Solanaceae)

Abstract in English:

The toxicity of Sessea brasiliensis Toledo, a tree of the Solanaceae family, to cattle, sheep and goats was examined in further experimental feeding triais. 30 g/kg of fresh green plant collected during the dry season (August) was lethal to all animals. The symptomatology, the post-mortem findings and histological lesions, confirm the essencially hepatotoxic action of the plant. For the first time it was also possible to experimentally produce the nervous symptoms of excitation sometimes seen in natural poisoning. The experiments with bovines given repeated sublethal doses of the dried plant, showed that the plant can as well produce a toxic hepatitis, probably due to a cumulative effect, as well as hepatic cirrhosis, due to a slighter but continuous agression. The experiments performed in sheep and goats indicate that the plant is less toxic during the rainy season. The course of the poisoning in the experiments with single doses in sheep (up to 32 hours) was similar to that in cattle, but in the majority of goats the course was much longer (5 days). There were few symptoms of poisoning in sheep and goats; only anorexia was observed in sheep, whilst goats also had sófter faeces. All bovines given single doses showed a nut-meg appearance of the cut surface of the liver. Only some of the sheep and goats had this lesion. Histopathologically, the principal lesion was severe necrosis, which affected the centre and intermediate zones of the liver lobule in all 3 animal species. A greater incidence of degenerative lesions in the kidney was seen in goats perhaps due to the longer course of the poisoning than that of cattle and sheep.

Abstract in Portuguese:

Com o objetivo de complementar os dados sobre a toxidez de Sessea brasiliensis, Toledo, árvore da família Solanaceae, em bovinos e também testar a sensibilidade de ovinos e caprinos a essa planta, foram realizadas diversas séries de experimentos nessas espécies. Confirmou-se que a dose letal da planta verde fresca coletada na época de seca (agôsto) é 30 g/kg para bovinos; essa também é a dose letal para ovinos e caprinos. A sintomatologia nervosa de excitação às vezes descrita na intoxicaconfirmam a ação essencialmente hepatotóxica para bovinos, ovinos e caprinos. Pela primeira vez conseguiu-se reproduzir a sintomatologia nervosa de excitação às vezes descrita na intoxicação espontânea. Os experimentos em bovinos de administrações repetidas de doses subletais da planta dessecada demonstraram que a planta tanto pode provocar uma distrofia hepática grave (hepatite tóxica), que parece resultar de efeito tóxico acumulativo, como causar cirrose hepática, possívelmente resultante de uma agressão mais leve, porém contínua. Os experimentos em ovinos e caprinos indicam que na época de chuva a planta é menos tóxica. A evolução da intoxicação nos ovinos foi semelhante à dos bovinos (até 32 horas), porém na maioria dos caprinos essa foi bem mais longa (5 dias). Os sintomas da intoxicaçõa nos ovinos e caprinos foram bastante escassos; nos ovinos observou-se praticamente só anorexia, nos caprinos adicionalmente diminuição da consistência das fezes. Enquanto todos os bovinos dos experimentos de administrações únicas tinham a superfície de corte do fígado com aspecto de noz moscada, só parte dos ovinos e caprinos mostraram essa lesão. Em relação aos achados histopatológicos chama a atenção, que além da acentuada necrose das zonas centrolobular e intermediária do fígado, principal lesão em todas as 3 espécies animais, nos caprinos havia uma incidência maior de lesões degenerativas no rim que nos ovinos e bovinos, o que talvez esteja relacionado com a evolução mais longa nessa espécie.


#388 - Poisonous plants affecting heart function of cattle in Brazil

Abstract in English:

An analysis of important aspects of poisoning by plants affecting heart function of cattle in Brazil is presented (1.0). These plants can be grouped in the following way :(1.1) Plants causing "sudden death", a peracute poisoning without significant heart lesions, and (1.2) plants causing a subacute to chronic poisoning with necrosis of heart fibres and fibrosis of the myocardium. Moreover (2.0) a comparison of the action of these plants with plants of similar action from Africa and Australia is made, and also (3.0) the clinical-pathological pictures of poisoning by Palicourea marcgravii (Rubiaceae) and monofluoroacetic acid are compared.

Abstract in Portuguese:

1.0. São apresentados alguns aspectos da intoxicação por plantas que afetam o funcionamento do coração. Estas plantas podem ser agrupadas da seguinte maneira: 1.1. Plantas que causam "morte súbita", uma intoxicação superaguda sem alterações significativas do coração. Esse é o grupo de plantas tóxicas mais importantes e mais numeroso no Brasil. Das aproximadamente 60 plantas tóxicas de interesse pecuário conhecidas no Brasil, 11 pertencem a este grupo. As plantas deste grupo são, estimativamente responsáveis por 60% das mortes em bovinos causadas por plantas tóxicas no Brasil. Sob condições naturais são afetados principalmente bovinos. As plantas deste grupo causam uma intoxicação que pode ser reproduzida pela administração de doses únicas pequenas (0,6 a 2 g/kg) ou médias (5 a 20 g/kg) e que se caracteriza por evolução superaguda. Os animais aparentemente sadios subitamente caem ao chão, especialmente quando movimentados, morrendo em questão de minutos. Os achados de necropsia são praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelam lesões agudas sob forma de alterações regressivas e circulatórias não muito constantes no coração e fígado e uma alteração regressiva mais constante no rim na forma de degeneração hidropico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais. O quadro clínico-patológico sugere que essas plantas têm princípios tóxicos que interferem no funcionamento do coração; os animais morrem aparentemente de uma insuficiência cardíaca aguda. Só em relação a uma dessas plantas, Palicourea marcgravii (faro. Rubiaceae) sabemos que o princípio tóxico é o ácido monofluoroacético. É a planta tóxica mais importante deste grupo. Sabe-se que o ácido monofluoroacético interfere no ciclo energético das células, tendo efeito marcado no funcionamento do coração e no sistema nervoso central. Nos bovinos o efeito tóxico é predominantemente sobre o coração. As plantas deste grupo pertencem a 3 famílias botânicas diferentes - 4 pertencem à família das rubiáceas, 3 à das bignoniáceas e 4 à das malpighiáceas. 1.2. Plantas que causam uma intoxicação subaguda a crônica com severa necrose de fibras cardíacas e fibrose do miocárdio. No Brasil conhecemos somente duas plantas com capacidade de provocar esse tipo de intoxicação. São Tetrapterys acutifolia Cav. e Tetrapterys multiglandulosa Adr. Juss. (faro. Malpighiaceae), plantas tóxicas importantes em algumas áreas da Região Sudeste. A ação dessas plantas é bem diferente das plantas que causam "morte súbita". Em bovinos elas geralmente causam, ingeridas durante períodos prolongados em doses médias (5 g/kg/dia durante 60 dias) uma intoxicação de evolução subaguda a crônica, com sintomatologia cardíaca bastante característica: veia jugular engurgitada, pulsando e edema da região esternal; à necropsia, encontram-se sobretudo lesões cardíacas bem visíveis sob forma de áreas e feixes esbranquiçados ocupando boa parte da superfície de corte do miocárdio. Freqüentemente o fígado apresenta aspecto de noz-moscada e há edemas generalizados, inclusive ascite e hidrotórax. Histologicamente, estas lesões caracterizam-se por necrose severa das fibras cardíacas e fibrose do miocárdio. Pelo exercício só raramente pode se provocar a morte dos animais, quando a doença já está muito adiantada. O princípio tóxico destas plantas ainda não é conhecido. Históricos e dados patológicos sugerem fortemente de que Tetrapterys spp. também sejam responsáveis por abortos em bovinos. 2.0. É feita uma comparação das plantas tóxicas brasileiras que afetam o funcionamento do coração com plantas de ação semelhante de outras partes do mundo, isto é Africa e Austrália. 3.0. Compara-se os quadros clínico-patológicos da intoxicação por Palicourea marcgravii e por ácido monofluoroacético.


#389 - Experimental poisoning of cattle by Senecio desiderabilis (Compositae)

Abstract in English:

Studies on "swollen brisket disease", a heart complaint of subacute to chronic course, occurring in cattle in Santa Catarina, suggest that the probable cause is a toxic plant. Corisequently various suspicious plants were administered experimentally to bovines. The habitat of one of these plants, Senecio desiderabilis Vell., of the Compositae family, coincided well with the pastures where the disease occurs. Feeding it caused a chronic poisoning, whose clinical-pathological picture was characterized by icterus, abdominal contractions, nervous symptoms, liver cirrhosis and edemas. This picture is very similar to that which occurs in poisoning by pyrrolizidine containing plants, but is very different from that seen in "swollen brisket disease". S. desiderabilis probably belongs to the less poisonous species of Senecio already studied in Brazil. Only 2 bovines fed S. desiderabilis showed symptoms of poisoning and died; they had ingested the plant in its flowering stage at daily doses of 10 g/kg (fresh weight), one for 29, the other for 102 days. Larger single doses of 20 and 40 g/kg, or smaller ones (2.5 and 5 g/kg) of flowering plants repeated for 281 days, or 10 g/kg in the vegetative stage given for 141 days, did not produce symptoms of poisoning or death. One other bovine receiving 10 g/kg of the plant at various growth stages for 43 days, was also without symptoms. But in a few (3) of the bovines which did not show symptoms of poisoning, slight liver lesions were found at post-mortem and/or on histological examination, when sacrificed 2 or more years later.

Abstract in Portuguese:

Os estudos realizados no sentido de esclarecer a causa da "doença-do-peito-inchado", enfermidade de origem primariamente cardíaca que ocorre principalmente em bovinos do Estado de Santa Catarina, levaram à supeita de tratar-se de intoxicação por planta. Com o fim de se identificar o agente etiológico, diversas plantas suspeitas foram submetidas a experimentação em bovinos. Uma das plantas, cujo habitat era bastante coincidente com os pastos onde ocorre a doença e sobre a qual caiu a suspeita mais forte, foi Senecio desiderabilis Vell., da família Compositae. Nesses experimentos S. desiderabilís realmente revelou-se tóxica para bovinos, tendo causado intoxicação crônica, cujo quadro clínico-patológico se caracterizou por icterícia, contrações abdominais, sintomas nervosos, cirrose hapática e edemas. Este quadro se assemelha muito ao verificado nas intoxicações por plantas que contém alcalóides pirrolizidínicos, porém difere grandemente do observado na "doença-do-peito-inchado". Há indícios de que S. desíderabílís pertença às espécies de Senecio menos tóxicas estudadas até agora no Brasil. Nos experimentos com S. desiderabilís (planta dessecada) adoeceram e morreram os dois bovinos que ingeriram a planta com inflorescência na dose diária de 10 g/kg (correspondente ao peso da planta fresca), um após 29, o outro após 102 administrações diárias. Doses maiores (20 e 40 g/kg), porém únicas, ou menores (2,5 e 5 g/kg), mas repetidas diariamente, da planta com inflorescências, administradas 281 vezes e dose diária de 10 g/kg da brotação administrada 141 vezes não causaram sintomas ou morte dos animais. Um bovino recebeu ainda 10 g/kg/dia da planta em diversas fases de evolução, 43 vezes e também não adoeceu. No entanto, em alguns desses bovinos (3) que não adoeceram, mas que foram sacrificados após pelo menos 2 anos desde o início do experimento, encontraram-se leves alterações hepáticas macroscópicas e/ou histológicas.


#390 - Experimental poisoning of sheep by Senecio brasiliensis (Compositae)

Abstract in English:

In experimental studies with Senecio brasiliensis (Spreng.) Lessing, 12 eighteen-months-old sheep were force-fed orally or by ruminal canula, the dried aerial parts of the plant collected during sprouting. Two sheep of the sarne age were used as controls. Plant related death occurred in 4 animals fed amounts of the plant corresponding to 15, 18 and 60 percent of their body weight. Another animal died of an unrelated disease. All animals remained in good condition throughout the experiment. Clinical signs, lasting from 1 to 5 days, and observed only in those animals that went on to die, were: depression, loss of appetite, loss of rumination, drooling of thick saliva, jaundice, and dark urine. The most important necropsy findings included jaundice, enlarged livers with accentuation of the lobular pattem, and darkened kidneys. Microscopically there was liver cell degeneration and necrosis associated with varying degrees of cholestasis, bile duct hyperplasia, hepatomegalocytosis and fibroplasia, although proliferative and megalocytic lesions were never very marked. The most prominent lesion in the kidneys were tubular nephrosis with the presence of bile pigment in the renal tubular epithelium and tubular lumina, and hyalin casts in the tubular lumina. Copper levels were high (800 and 950 ppm) in two of the dead animals and normal (349 and 159) in the other two. The clinical-pathological syndrome presented by the four animals which died suggests a form of chronic hepatogenous copper poisoning, secondary to pyrrolizidine alkaloidosis. The animals which did not die did not show clinical signs, and were sacrificed and necropsied at least 120 days after the last plant feeding. None of the sacrificed animals presented gross lesions, although some revealed milder microscopic liver changes similar to those above described. It was concluded that sheep are more resistant to the effects of Senecio brasiliensis than cattle. The results of theis study suggest that the use of sheep to control the plant, in order to preventt S. brasiliensis poisoning in cattle, would not be safe.

Abstract in Portuguese:

Num estudo experimental com Senecio brasiliensis (Spreng.) Lessing, 12 ovinos de 18 meses de idade receberam, por via oral ou por fistula ruminal, as partes aéreas dessecadas da. planta colhida durante a brotação. Dois animais da mesma idade foram usados como controle. A morte devido a planta ocorreu em 4 animais que receberam quantidades da planta correspondentes a 15, 18 e 60 por cento de seus pesos corporais. Um 5º animal morreu de doença intercorrente. Todos os animais permaneceram em bom estado de nutrição durante todo o experimento. Sinais clínicos, que foram observados apenas nos animais que morreram, tiveram uma evolução de 1 a 5 dias e incluíam apatia, anorexia, parada da ruminação, salivação abundante e viscosa e icterícia. Os achados de necropsia mais importantes encontrados nesses animais foram de icterícia, fígado aumentado e com acentuação do padrão lobular e rins de coloração escura. Microscopicamente, havia degeneração e necrose hepatocelulares associadas a vários graus de bilestase, hiperplasia de duetos biliares, hepatomegalocitose e fibroplasia, embora as lesões proliferativas e de megalocitose nunca fossem muito marcantes. Nos rins, as lesões microscópicas mais proeminentes eram de nefrose tubular com presença de pigmento biliar no citoplasma das células epiteliais e na luz dos túbulos e de cilindros hialianos na luz dos túbulos. Dentre os animais que morreram os níveis de cobre estavam elevados (800 e 950 ppm) no fígado de dois animais e não elevados (349 e 159 ppm) em dois outros. A síndrome clínico patológica apresentada por quatro animais que morreram sugere uma forma de intoxicação hepatógena crônica por cobre, secundária à intoxicação por alcalóides pirrolizidínicos encontrados na planta. Os animais que não morreram espontaneamente também não apresentaram sinais clínicos e foram sacrificados e necropsiados, no mínimo, 120 dias após a última administração da planta. Nenhum desses animais sacrificados mostrou lesões macroscópicas, embora alguns mostrassem alterações hepáticas histológicas menos acentuadas, mas semelhantes as acima descritas. Conclui-se que os ovinos são mais resistentes a ação do S. brasiliensis do que os bovinos. No entanto, os resultados desse experimento sugerem que não é seguro o uso de ovinos para o controle da planta, a fim de prevenir a intoxicação por S. brasiliensis em bovinos.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV