Resultado da pesquisa (184)

Termo utilizado na pesquisa intoxicação por planta

#181 - Experimental poisoning by Palicourea juruana (Rubiaceae) in bovines and rabbits

Abstract in English:

Experiments in cattle and r_abbits demonstrated the toxicity of Palicourea juruana Krause, of the family Rubiaceae, a shrub of the Amazon region said to cause "sudden death" in cattle. The dried leaves were given orally to six young bovines in single doses which varied from 0.25 to 2.0 grams of the dried plant per kilogram of body-weight. The amount of the plant necessary to cause death was 2.0 g/kg of the dried leaves. The first symptoms of poisoning were observed approximately 12 hours after the ingestion of the plant. The clinical signs lasted few minutes and were characteristic of "sudden death": the animal suddenly fell to the ground, lay on its side, moàned a few times and died. Before these symptoms appeared, other less noticeable signs were seen: slight instability, reluctance to walk when driven, and positive venous pulse. Postmortem findings were practically negative. Histopathological findings were negative with exception of slight degenerative processes in the liver. To determine whether the plant has cumulative properties or could cause chronic poisoning, dried leaves were given to two other bovines, at weekly intervals, in amounts corresponding to one fifth and one tenth of the lethal dose. The results were negative. Dried powdered leaves, collected in three different areas of the Amazon region, were given by stomach tube in a single dose to 22 rabbits, in amounts that varied from 0.25 to 4.0 g/kg. Seventeen of these rabbits received the leaves from Paragominas, Pará: The rabbit receiving 4.0 g/kg died; in the group receiving 2.0 g/kg, four of five animals died; death occurred in more than half ( 4/7) of those animals given 1.0 g/kg; one of the three rabbits at the 0.5 g/kg level died, while the one that received 0.25 g/kg survived. In these experiments the first symptoms were seen, with doses from 1.0 to 4.0 g/kg, from 2h15 min. to 6h30 min. after ingestion of the plant; the ·course of the poisoning lasted from 1 to 9 minutes. The main symptoms in rabbits were also those of "sudden death". As a role, the rabbit suddenly made violent uncontrolled movements, and in a very short time fell on its side, respiration became difficult and in termitten t, and the animal died; from the start of the appearance of symptoms until death the rabbits emitted· screams. Post-mortem findings in these experiments were essentially negative. Histopathologiêal findings were similar to those in bovines. Four rabbits were given the dried powdered fruits of the p1ant; the smallest dose that killed them was 0.0625 g/kg, indicating that the fruit of P. juruana is at least 10 times more toxic then the leaves. Attention is drawn to the different common names used for Palicourea juruana, "roxa", "roxinha", and "roxona", which are also used for the toxic P. marcgravii and some other, non·-toxic Rubiaceae.

Abstract in Portuguese:

Através da experimentação em bovinos e coelhos foi demonstrada a toxidez de Palicourea juruana Krause, da família Rubiaceae, um arbusto da Região Amazônica acusado de causar "morte súbita" em bovinos. As folhas dessecadas foram administradas por via oral em doses únicas a seis bovinos jovens desmamados em quantidades que variaram de 0,25 a 2 gramas da planta dessecada, procedente de Paragominas, Pará, por quilograma de peso dos animais. A dose letal foi de 2 g/kg das folhas dessecadas. Os primeiros sintomas de intoxicação foram observados aproximadamente 12 horas após a ingestão da planta. Os sintomas duraram poucos minutos e foram os da síndrome de "morte súbita": os animais de repente caíram em decúbito lateral, deram alguns berros e morreram. Antes destes sintomas foram observadas manifestações menos evidentes, como leve desequilíbrio, relutância em andar quando tocados e pulso venoso positivo. Os achados de necropsia foram praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelaram ausência de alterações com exceção de leves processos degenerativos no, fígado. Os experimentos com as folhas dessecadas administradas a dois outros bovinos jovens desmamados em doses semanais de 1/5 e 1/10 da dose letal, durante 7 e 18 semanas respectivamente, mostraram que, em tais condições, a planta não tem efeito acumulativo nem causa intoxicação crônica. As folhas dessecadas de P. jurnana foram administradas através de sonda gástrica, ·em doses únicas a 22 coelhos; em quantidades que variaram de 0,25 a 4 g/kg. Dos 17 coelhos aos quais foram administradas as folhas procedentes de Paragominas, um coelho que recebeu4 g/kg, morreu; dos cinco coelhos que receberam 2 g/kg, quatro morreram; dos sete que receberam 1 g/kg, quatro morreram; dos três que receberam 0,5 g/kg, um morreu, e um que recebeu 0,25 g/kg, não morreu. O início dos sintomas, nas doses de 1 a 4 g/kg, variou de 2h15 min. a 6h30 min. após a ingestão da planta e a evolução do quadro da intoxicação, de 1 a 9 minutos. Os sintomas principais na intoxicação nos coelhos pelas folhas dessecadas sempre foram de "morte súbita": o coelho, de repente, fazia movimentos desordenados violentos, debatia-se, pulava e logo em seguida caía, em geral em decúbito lateral; a respiração ficava então difícil, espaçada e o animal morria; desde o início do aparecimento dos sintomas até a morte, os coelhos davam gritos com maior ou menor freqüência. Os achados de necropsia nesses experimentos foram praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelaram alterações semelhantes às encontradas nos bovinos. A quatro coelhos ainda foram administrados os frutos dessecados pulverizados de P. jurnana. A dose menor que matou o coelho foi a de 0,0625 g/kg; desta maneira, o fruto é, pelo menos, 10 vezes mais tóxico que a folha. É recomendado cuidado com os nomes populares usados para P. jurnana, "roxa" e "roxinha", pois eles, assim como o termo ''roxona", são usados para a também tóxica P. marcgravii, e ainda para outras rubiáceas não tóxicas.


#182 - Poisoning of cattle by Thiloa glaucocarpa (Combretaceae) in northeastern Brazil

Abstract in English:

A disease of cattle commonly known as "popa-inchada" (swollen buttocks), ''venta-seca" (dry muzzle), "mal-da-rama" (disease caused by shrubs) or "mal-da-rama-murcha" (disease. caused by wilted shrubs) was studied. Annual outbreaks of the disease appear at the beginning of the rainy or winter season in the large "caatinga" areas of Piauí and similar but smaller áreas in Ceará. The animals become sick during a period of 5 to 8 days, between the 10th and 25th day after the first rainfall. The case mortality is above 75%. In the beginning of the rainy seílson of 1979/80, the disease caused a loss of approximately 1000 head of cattle in Piauí and 500 in Ceará, the majority of the animals being adult. The most characteristic clinical manifestation of the disease is subcutaneous oedema, observed mainly in the region of the buttocks ("popa-inchada"). Additionally there are digestive disturbances accompanied by changes in the appearance of the faeces. The faeces which are initially dry, become soft, Always contain mucus, are occasionally streaked with blood, and have an offensive smell. The course of the disease is generalcy subacute, lasting from 5 to 20 days. Cases in which no subcutaneous oedema, but the other manifestations of "popa-inchada" are seen, are referred to as ''venta-seca". Post-mortem findings, based on 22 necropsies, are subcutaneous oedema (in the cases of "popa-inchada"), and serous liquid accumulations in the abdominal, pleural and pericardial cavities, oedema in the perirenal tissues, the mesenterium and the folds of the abomasum (which may occur in the cases of "popa-inchada" as well as in those of "venta-seca"). The kidneys are usually pale. Haemorrhages are found in various organs, but mainly in the digestive tract. Areas of diphtheroid necrosis and ulcers are noted in the mucosa of the larynx, trachea, pharynx and oesophagus. The liver is often pale, and its lobules are noticeable. The most important and constant histopathological change in all cases is a toxic tubular nephrosis, characterised mainly by necrosis of the epithelial lining of the proximal convoluted tubules. In many cases, there is necrobiosis and necrosis of the liver parenchyma. The disease was reproduced in five calves through forced feeding of the leaves of Thiloa glaucocarpa Eichl. (fam. Combretaceae). In two of these animals, the clinical-pathological picture of "popa-inchada" developed, with death occurring on the 13th and 18th days of the experiments, after a course of 9 and 17 days of the disease respectively. In the other three calves the clinical-pathological picture of "venta-seca" was observed, with death occurring on the 5th, 7th and 27th days of the experiments, after a course of 4, 2 and 12 days of the disease respectively. The main histopathological change in all five experimental cases was a toxic tubular nephrosis. The liver was the other most affected organ, showing necrobiosis and necrosis. On the basis of these data, it is concluded that "popa-inchada", ''venta-seca", "mal-da-rama" and "mal-da-rama-murcha" are one and the sarne disease, caused by the ingestion of the leaves of Thiloa glaucocarpa.

Abstract in Portuguese:

Estudou-se doença em bovinos conhecida, principalmente, pelos nomes populares de "popa-inchada", "venta- seca", "mal-da-rama" ou "mal-da-rama-murcha" e que ocorre nas extensas regiões de caatinga do Estado do Piauí e nas de menor extensão do Cerá. A doença é observada anualmente e ocorre sob forma de surtos no começo da estação chuvosa (inverno). Os animais adoecem num período de somente 5 a 8 dias, situado entre os 109 e 259 dias após a primeira chuva. Seu índice de letalidade é acima de 75%. Somente no início do inverno 1979/80 a doença causou perdas estimadas em 1000 cabeças no Piauí e em 500 animais no Ceará, na grande maioria adultos. A manifestação clínica mais característica da doença é a presença de edemas subcutâneos, sobretudo na parte posterior da coxa ("popa-inchada"). Há ainda perturbações digestivas com modificações das fezes que, inicialmente ressequidas, passam freqüentemente a pastosas, sempre com muco, às vezes raiadas de sangue, e com odor desagradável. A evolução da doença geralmente é subaguda, durando de 5 a 20 dias. Há muitos casos nos quais não são vistos os edemas subcutâneos, porém, são observadas as outras manifestações e a evolução subaguda da "popa-inchada"; esses casos são chamados vulgarmente de ''venta-seca". Os achados macroscópicos, basedos em 22 necropsias de casos naturais da doença, consistem em edemas subcutâneos (nos casos de "popa-inchada") e em derrames serosos nas cavidades abdominal e torácica e no saco pericárdico, bem como edemas, às vezes consideráveis, no tecido perirrenal, no mesentério e nas pregas do coagulador (que podem ocorrer tanto nos casos de "popa-inchada" como nos de ''venta-seca"). Os rins quase sempre são pálidos. São ainda encontradas hemorragias em diversos órgãos, especialmente no tubo digestivo, e áreas de necrose difteróide e úlceras na mucosa das narinas, laringe, traquéia, faringe e no esôfago. O fígado pode apresentar modificações na cor (mais claro) e acentuação da lobulação. As alterações histopatológicas mais importantes e constantes (tanto nos casos de "popa-inchada" como nos de ''venta-seca") são as dos rins, sob forma de nefrose tubular tóxica, destacando-se necrose das células epiteliais dos túbulos contornados proximais. Em muitos casos há ainda distrofia hepática sob forma de áreas de necrobiose e necrose do parênquima. Conseguiu-se reproduzir a doença em cinco bezerros pela administração das folhas de Thiloa glaucocarpa Eichl. (fam. Combretaceae). Em dois destes animais observou-se o quadro clínico-patológico da "popa-inchada", com morte no 139 e no 189 dias do experimento após evolução de 9 e 17 dias da doença, respectivamente, e nos outros três, o quadro da "venta- seca", com morte no 59, 79 e 27P dias do experimento com evolução de 4, 2 e 12 dias da doença, respectivamente. As principais alterações histopatológicas foram, em todos os cinco casos experimentais, nefrose tubular tóxica. Outro órgão mais freqüentemente afetado era o fígado, que apresentava necrobiose e necrose. O conjunto desses dados permitiu concluir que "popa-inchada", ''venta-seca", "mal-da-rama" e "mal-da-rama-murcha" são uma mesma doença, causada pela ingestão das folhas de Thiloa glaucocarpa.


#183 - Poisoning by Palicourea grandiflora (Rubiaceae) of cattle in Rondonia

Abstract in English:

The toxicity of Palicourea grandiflora (H.B.K.) Standl. for cattle was demonstrated experimentally. The fresh leaves of P. grandiflora were given orally to ten bovines in amounts that varied from 0.5 to 12.2 g of the plant per kg of body weight. One to 2 g/kg ofthe plant were necessary to cause death. The first symptoms of poisoning were observed between 6 and 25 hours after the administration of the plant material. ln the three experiments in which large amounts (5 g/kg and more) of the fresh plant were given, two animals were found dead in the moming and the third died after being disturbed. Three additional animals which received between 1.0 and 2.5 g/kg of the fresh plant also died; apparently healthy for approximately 16 to 25 hours, death was caused or precipitated by only 2 to 10 minutes of exercise. The symptoms of poisoning were: an initial period during which the animal refused to move; lying down or falling to the ground in an upright position, then onto its side; opistotonus, peddling movements with the legs, bellowing; and death. The clinical symptoms, after the animal fell down, lasted from 3 to 8 minutes. Post-mortem exarninations were negative. Histopathological exarninations showed the most characteristic lesion to be hydropic vacuolar degeneration of the epithelial lining of the distal convoluted kidney tubules, seen in four of the six animals which died after ingestion of the fresh plant. It was concluded that this shrub is a cause of "sudden death" in cattle observed in Rondônia. Four months after harvest, the air-dried plant kept at room temperature retained one fourth, and after 6 months, one eighth of the toxicity of fresh material. The effect of the plant was cumulative when given in daily doses corresponding to one fifth and one tenth of the lethal dose, but not when given in smaller doses.

Abstract in Portuguese:

Através de experimentos em bovinos foi demonstrada a toxidez de Palicourea grandiflora (H.B.K.) Standl., da família Rubiaceae. As folhas recém-coletadas de P. grandiflora foram administradas por via oral a dez bovinos em quantidades que variaram de 0,25 a 12,2 g/kg de peso dos animais. A dose letal foi de 1 a 2 g/kg. Os primeiros sintomas de intoxicação foram observados a partir de 6 horas 3 7 min. até 24 horas 45 min. após a ingestão da planta. Nos três experimentos em que grandes quantidades da planta (a partir de 5 g/kg) foram administradas, dois bovinos amanheceram mortos sem terem sido tocados e o terceiro morreu após ter sido tocado somente para levantar-se. Nos três outros experimentos que também terminaram com a morte dos bovinos, os animais aparentemente estavam sadios quando, 16 horas 30 min. a 24 horas 30 min. após a ingestão da planta, foram movimentados, e sua morte foi provocada ou precipitada pelo exercício de 2 a 10 minutos. Os sintomas da intoxicação consistiram em que o animal, após um período em que simplesmente não queria ou não podia mais andar, se deitava, ou caía, inicialmente em decúbito estemal, e logo após em decúbito lateral; o animal então apresentava espasmo opistotônico, fazia alguns movimentos de pedalagem, berrava algumas vezes, e morria. A evolução do quadro clínico, desde a queda do animal, foi superaguda, variando entre 3 a 8 minutos. Os achados de necropsia foram negativos. Os exames histopatológicos revelaram como lesão mais característica degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos uriníferos contornados distais em 4 dos 6 bovinos que morreram em virtude da ingestão da planta. Concluiu-se que este arbusto é causa de "mortes súbitas" em bovinos no Território de Rondônia. A planta dessecada retinha, após 4 meses de conservação em temperatura de ambiente, um quarto e, após 6 meses, um oitavo da toxicidade da planta fresca recém-coletada. A planta possui poder acumulativo quando dada em doses diárias de 1/5 e 1/10 da dose letal, porém não em doses menores.


#184 - Poisoning of cattle by Arrabidaeajapurensis (Bignoniaceae) in Roraima, northem Brazil

Abstract in English:

The cause of “sudden death” in cattle in Roraima, northern Brazil, was investigated. These deaths, amounting to 1000-1500 annually, mainly occur when cattle are exercised; they are observed in farms of the “lavrado” region, situated along the large rivers of the area, specially rio Branco, Tacutu and Mucajaí, and less frequently the Uraricoera and Surumu rivers. Observations in the region and feeding trials in cattle identified Arrabidaea japurensis (DC.) Bur. & K. Schum. as the cause of “sudden death”. The fresh sprouts of the plant were given orally to 11 bovines in amounts that varied from 1.25 to 20 g of the plant per kilogram of body-weight. The amount of the plant necessary to cause death varied considerably; 10 g/kg always caused the death of the animals, but smaller doses down to 1.25 g/kg still caused the death of some. The first symptoms of poisoning were observed between 6 hours and 15 minutes and 22 hours and 10 minutes after the administration of the plant. Two of the four animals, which had eaten amounts of 10 g/kg or more, died of “sudden death” without having been exercised. The animals which had received smaller amounts, were driven between 18 and 22 hours after ingestion of the plant, and died suddenly after 1 to 45 minutes of exercise. The clinical signs lasted from 1 to 8 minutes; they were swaying gaint, muscular tremors, loss of stability and falling to the ground, peddling movements with the legs, sometimes moaning and intensive closing of the eyelids, and death. Post-mortem examinations were negative. Histopathologically there was hydropic vacuolar degeneration of the epithelial cells of the distal convoluted tubules in the kidney; this was seen in six of the eight animals which died due to the ingestion of the fresh plant material. Dried sprouts, given 3 and 6 months after they had been collected, had lost about half of their toxicity. The plant had no cumulative effects and did not induce tolerance. Mature leaves werw also toxic.

Abstract in Portuguese:

Foi investigada no Território de Roraima a causa de "mortes súbitas" em bovinos, que ocorrem principalmente quando eles são movimentados. Essas mortes são observadas em fazendas da região do "lavrado", situadas nas nargens dos grandes rios, especialmente dos rios Branco, racutu e Mucajaí, sendo sua incidência menor nas margens dos rios Uraricoera e Surumu. Como causa das ''mortes súbitas" foi identificada, atrarés da experimentação em bovinos e das observações feitas na região, Arrabidaea japurensis (DC.) Bur. & K. Schum., planta da família Bignoniaceae. A brotação recém-colhida foi administrada por via oral a onze bovinos em quantidades que variaram de 1,25 a 20 g da planta por quilograma de peso do animal; A dose que causou a morte foi bastante variável; 10 g/kg sempre causaram a morte dos animais, enquanto que quantidades decrescentes até 1,25 g/kg, ainda causaram a morte de parte dos bovinos. Os primeiros sintomas de intoxicação foram observados de 6 horas 15 min. a 22 horas 10 min. após a ingestão da planta. Dois dos quatro animais que ingeriram 10 g/kg ou mais da planta morreram de "morte súbita" sem terem sido exercitados. Os animais que ingeriram menos que 10 g/kg, foram movimentados 15 horas 37 min. a 22 horas após a ingestação da planta e morreram "subitamente" após 1 a 45 minutos de exercício. A duração dos sintomas, nos animais que morreram, variou de 1 a 8 minutos. Esses sintomas foram andar cambaleante, tremores musculares, súbita perda de equilibrio com queda do animal, ficando este logo em decúbito lateral, movimentos de pedalagem, às vezes berros e cerramento forte das pálpebras, morte. Além destes sintomas vistos nos animais que morreram, foram observados nestes, bem como naqueles que adoeceram mas não morreram, quando tocados, relutância em correr ou andar, o animal freqüentemente se deitando, micções e defecações freqüentes, dispnéia, taquicardia e pulso venoso positivo. Os achados de necropsia foram praticamente negativos. Os exames histopatológicos revelaram, como lesão que mais chamou a atenção, em seis dos oito animais que morreram em virtude da ingestão da planta fresca recém-colhida, nítida degeneração hidrópico- vacuolar das células epiteliais dos túbulos uriníferos contornados distais. A brotação dessecada, administrada 3 e 6 meses após a coleta, também era tóxica, porém tinha perdido aproximadamente metade de sua toxicidade. As folhas maduras dessecadas mostraram possuir metade da toxidez da brotação. Nos cinco bovinos que morreram nos experimentos com a planta dessecada, não foi encontrada a degeneração hidrópico-vacuolar no rim. A experimentação revelou que a planta não possui efeito acumulativo, e também que pela ingestão repetida de quantidades subletais os animais não adquirem tolerância aos seus efeitos.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV