Resultado da pesquisa (7)

Termo utilizado na pesquisa swainsonina

#1 - Detection of swainsonine and calystegines in Convolvulaceae species from the semiarid region of Pernambuco

Abstract in English:

Numerous plant species worldwide including some Ipomoea (Convolvulaceae) and Sida (Malvaceae) species in Brazil cause lysosomal storage disease in herbivores and are known to contain swainsonine and calystegines as the main toxic compounds. The aim of this work was to determine swainsonine and calystegines concentrations in species of Convolvulaceae from the semiarid region of Pernambuco. Seven municipalities in the Moxotó region were visited and nine species were collected and screened for the presence of swainsonine and calystegines using an HPLC-APCI-MS method. The presence and concentration of these alkaloids within the same and in different species were very variable. Seven species are newly reported here containing swainsonine and/or calystegines. Ipomoea subincana contained just swainsonine. Ipomoea megapotamica, I. rosea and Jacquemontia corymbulosa contained swainsonine and calystegines. Ipomoea sericosepala, I. brasiliana, I. nil, I. bahiensis and I. incarnata contained just calystegines. The discovery of six Ipomoea species and one Jacquemontia species containing toxic polyhydroxy alkaloids reinforces the importance of this group of poisonous plants to ruminants and horses in the semiarid region of Pernambuco. Epidemiological surveys should be conducted to investigate the occurrence of lysosomal storage disease associated to these new species.

Abstract in Portuguese:

Numerosas espécies de plantas em todo o mundo, incluindo algumas espécies de Ipomoea (Convolvulaceae) e Sida (Malvaceae) no Brasil, causam doença de armazenamento lisossomal em herbívoros e são conhecidas por conterem swainsonina e calisteginas como princípios tóxicos. O objetivo deste trabalho foi determinar a concentração de swainsonina e calisteginas em espécies de Convolvulaceae da região semiárida de Pernambuco. Sete municípios na região do Sertão do Moxotó foram visitados, onde foram coletadas amostras das folhas de nove espécies de Convolvulaceae para avaliação da presença de swainsonina e calisteginas utilizando-se cromatografia líquida com espectrometria de massa. A presença e concentração destes alcaloides nas folhas de plantas da mesma espécie e dentre as espécies foram muito variáveis. Seis novas espécies de Ipomoea e uma espécie de Jacquemontia contendo swainsonina e/ou calisteginas são relatadas neste estudo. Ipomoea subincana continha apenas swainsonina. Ipomoea megapotamica, I. rosea e Jacquemontia corymbulosa continham swainsonina e calisteginas. Ipomoea sericosepala, I. brasiliana, I. nil, I. bahiensis e I. incarnata continham apenas calisteginas. A descoberta de novas espécies de Ipomoea e Jacquemontia contendo alcaloides polihidroxílicos tóxicos reforçam a importância deste grupo de plantas tóxicas para ruminantes e equinos na região semiárida de Pernambuco. Pesquisas epidemiológicas devem ser realizadas para investigar a ocorrência de doença de depósito lisossomal associada a essas novas espécies.


#2 - Hypomyelinogenesis associated with transplacental poisoning by Sida carpinifolia (Malvaceae) in fetus and newborn calves

Abstract in English:

Sida carpinifolia is a plant responsible for poisoning several species of animals. This paper describes Hypomyelinogenesis in fetuses and neonates of cattle that consumed S. carpinifolia. Neonates manifested ataxia and muscle tremors. Two bovine newborns and four fetuses were necropsied and showed no significant gross changes. Histopathologic findings included vacuolation of pancreatic acinar cells, thyroid follicular cells, hepatocytes, cells of renal tubules and neurons of the fetus and the white matter of the telencephalic frontal lobe of the neonates and also revealed axonal spheroids in the brain of the fetuses and neonates. The lectin-histochemical evaluation shoved staining for the lectins Con-A, WGA and s-WGA. The Luxol Fast Blue staining revealed a marked decrease of myelin in the brain of all the fetuses and a moderate decrease in the neonates. Histologic and lectin-histochemic findings indicate that the consumption of S. carpinifolia by pregnant bovine females can cause hypomyelinogenesis in fetuses and neonates.

Abstract in Portuguese:

Sida carpinifolia é uma planta responsável por intoxicar várias espécies animais. Este artigo descreve hipomielinogênese em fetos e neonatos de bovinos que consumiram S. carpinifolia. Os neonatos manifestaram ataxia e tremores musculares. Dois neonatos e quatro fetos bovinos foram necropsiados e não havia alterações macroscópicas significativas. Os achados histopatológicos incluíram vacuolização de células acinares do pâncreas, células foliculares da tireoide, hepatócitos, células renais tubulares e neurônios nos fetos. Nos neonatos havia vacuolização na substância branca do lobo frontal telencefálico, além de esferoides axonais no encéfalo dos fetos e dos recém-nascidos. A avaliação lectino-histoquímica demonstrou marcação para as lectinas Con-A, WGA e s-WGA. A coloração de Luxol Fast Blue revelou diminuição acentuada da mielina no telencéfalo de todos os fetos e diminuição moderada nos neonatos. Os achados histológicos e lectina-histoquímicos indicam que o consumo de S. carpinifolia por fêmeas bovinas gestantes pode causar hipomielinogênese em fetos e neonatos.


#3 - Spontaneous poisoning by Sida carpinifolia (Malvaceae) in horses, 37(9):926-93037(9):926-930

Abstract in English:

ABSTRACT.- Bassuino D.M., Konradt G., Bianchi M.V., Reis M.O., Pavarini S.P. & Driemeier D. 2017. Spontaneous poisoning by Sida carpinifolia (Malvaceae) in horses. Pesquisa Veterinária Brasileira 37(9):926-930. Setor de Patologia Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves 9090, Porto Alegre, RS 91540-000, Brazil. E-mail: davetpat@ufrgs.br Sida carpinifolia poisoning causes a chronic neurodegenerative disorder associated with lysosomal storage by indolizidine alkaloids (swainsonine). The epidemiological, clinical, pathological and lectin histochemistry findings of an outbreak of natural poisoning by S. carpinifolia in horses in Rio Grande do Sul state, Brazil, are described. Five horses from a total of 15 that were kept on native pasture with large amounts of S. carpinifolia presented during 90 days clinical signs of progressive weight loss, incoordination, stiff gait and ramble, in addition to exacerbated reactions and locomotion difficulty after induced movement. Four horses died, and one of them was submitted for necropsy. At necropsy, no significant gross lesions were observed. Histological findings observed in the central nervous system were characterized by swollen neurons with cytoplasm containing multiple microvacuoles; these abnormalities were more severe in the thalamus, hippocampus, cerebellum and pons. Using lectin histochemistry, the pons and hippocampus sections stained positive for commercial lectin Con-A, sWGA and WGA. This study aimed to detail S. carpinifolia poisoning in horses to be included in the differential diagnoses of neurological diseases of horses.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Bassuino D.M., Konradt G., Bianchi M.V., Reis M.O., Pavarini S.P. & Driemeier D. 2017. Spontaneous poisoning by Sida carpinifolia (Malvaceae) in horses. [Intoxicação natural por Sida carpinifolia em equinos.] Pesquisa Veterinária Brasileira 37(9):926-930. Setor de Patologia Veterinária, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves 9090, Porto Alegre, RS 91540-000, Brazil. E-mail: davetpat@ufrgs.br A intoxicação por Sida carpinifolia é uma desordem neurodegenerativa crônica associada ao acúmulo lisossomal pelo alcaloide indolizidínico, denominado swainsonina. Descrevem-se os achados epidemiológicos, clínicos, patológicos e de lectina-histoquímica de um surto de intoxicação natural por S. carpinifolia em equinos no Rio Grande do Sul, Brasil. De um total de 15 equinos, cinco equinos mantidos em campo nativo com grande quantidade de S. carpinifolia apresentaram sinais clínicos de emagrecimento progressivo, incoordenação, andar rígido e deambulação, além de dificuldade de locomoção com reações exacerbadas após estímulos ao movimento em um período de 90 dias de evolução clínica. Quatro equinos vieram a óbito e um foi submetido ao exame de necropsia. À necropsia, não foram observadas lesões macroscópicas. Os achados histológicos observados no sistema nervoso central caracterizaram-se por aumento de tamanho dos neurônios, com citoplasma contendo microvacúolos; tais alterações foram observadas com maior intensidade em tálamo, hipocampo, cerebelo e ponte. Na lectina-histoquímica, fragmentos de ponte e hipocampo marcaram positivamente para as lectinas comerciais Con-A, sWGA e WGA. Este trabalho visa alertar a ocorrência da intoxicação por S. carpinifolia em equinos, a qual deve ser incluída como diagnóstico diferencial dentre as doenças neurológicas de equinos.


#4 - Liver biopsy as diagnostic method for poisoning by swainsonina-containing plants, 36(5):373-377

Abstract in English:

ABSTRACT.- Rocha B.P., Reis M.O., Driemeier D., Cook D., Camargo L.M., Riet-Correa F., Evêncio-Neto J. & Mendonça F.S. 2016. [Liver biopsy as diagnostic method for poisoning by swainsonina-containing plants.] Biópsia hepática como método diagnóstico para intoxicação por plantas que contém swainsonina. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(5):373-377. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE 52171-900, Brazil. E-mail: fabio.mendonca@pq.cnpq.br With the aim to investigate the use of hepatic biopsies for the diagnosis of poisoning by swainsonine-containing plants, dry leaves of Ipomoea marcellia containing 0.02% of swainsonine were administered to goats. Group I, with six goats, ingested 4g/kg of dry plant (0.8mg of swainsonina/kg) daily until the observation of the first neurologic signs. Two goats that did not receive the plant were used as control (Group II). Hepatic biopsies with the Menghini needle were performed by the percutaneous technique at day zero and at weekly intervals after the start of the administration of I. marcellia. Biopsy samples were fixed in 10% formaline, processed routinely, and stained by hematoxilin-eosin and by lectins histochemistry. Hepatocellular vacuolization similar to those described in cases of lysosomal storage disease were identified in all goats of Group I from the seven day of plant consumption in the samples satained with hematoxylin-eosin. Using lectin histochemistry, consistent labellings were observed with Concanavalia ensiformis (Con-A) e Triticum vulgaris (WGA). It is concluded that routinely histological evaluation of liver biopsies can be used in the diagnosis of poisoning by swainsonine containing plants, even in goats without clinical signs, and lectin histochemistry which can be used as supplementary diagnostic method.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Rocha B.P., Reis M.O., Driemeier D., Cook D., Camargo L.M., Riet-Correa F., Evêncio-Neto J. & Mendonça F.S. 2016. [Liver biopsy as diagnostic method for poisoning by swainsonina-containing plants.] Biópsia hepática como método diagnóstico para intoxicação por plantas que contém swainsonina. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(5):373-377. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE 52171-900, Brazil. E-mail: fabio.mendonca@pq.cnpq.br Neste trabalho objetivou-se avaliar a técnica de biópsia hepática como um teste de valor diagnóstico para intoxicações por plantas que contém swainsonina. Para isso, reproduziu-se experimentalmente a doença com as folhas secas de Ipomoea marcellia contendo 0,02% de swainsonina em caprinos. O Grupo I foi constituído por 6 caprinos que receberam a planta misturada a ração na dose de 4g/kg (0,8mg de swainsonina/kg) até a observação dos primeiros sinais clínicos neurológicos. Outros dois caprinos que não receberam a planta na dieta constituíram o grupo controle (Grupo II). Foram realizadas biópsias hepáticas pela técnica percutânea cega com agulha de Menghini, no dia zero e com intervalos semanais nos caprinos do experimento. As biópsias hepáticas foram fixadas em formol tamponado 10%, processadas rotineiramente, coradas pela hematoxilina-eosina e histoquímica de lectinas. Vacuolização hepatocelular similar àquelas descritas em caso de doença de depósito lisossomal foram identificadas em todos os caprinos do Grupo I no 7º dia de experimento nas amostras coradas pela hematoxilina-eosina. Em relação à histoquímica de lectinas, marcações consistentes foram obtidas com as lectinas Concanavalia ensiformis (Con-A) e Triticum vulgaris (WGA). Concluiu-se que a avaliação histológica rotineira de biópsias hepáticas pode ser usada no diagnóstico de intoxicações por plantas que contem swainsonina, mesmo em caprinos que não apresentam sinais clínicos, e que a histoquímica de lectinas pode ser usada como método diagnóstico complementar.


#5 - Conditioned food aversion to Ipomoea carnea var. fistulosa induced by Baccharis coridifolia in goats, 33(8):999-1003

Abstract in English:

ABSTRACT.- Adrien M.L., Riet-Correa G., Oliveira C.A., Pfister J.A., Cook D., Souza E.G., Riet-Correa F. & Schild A.L. 2013. Conditioned food aversion to Ipomoea carnea var. fistulosa induced by Baccharis coridifolia in goats. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(8):999-1003. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br Baccharis coridifolia is a plant that induces strong conditioned food aversion in ruminants. This research aimed to induce a conditioned food aversion to Ipomoea carnea var. fistulosa in goats, using B. coridifolia as an aversive agent, and to compare the aversion induced by this plant with the aversion induced by lithium chloride (LiCl). Thirteen goats were allotted into two groups: Group 1 with six goats was averted with 175mg/kg of body weight of LiCl and Group 2 with seven goats was averted with 0,25g/kg of bw of dried B. coridifolia. All goats were averted on day 1 after the ingestion of I. carnea. The aversion procedure with LiCl or B. coridifolia in goats from Groups 1 and 2, respectively, was repeated in those goats that again consumed the plant during tests on days 2, 3, and 7. The goats of both groups were challenged in pens on 23 and 38 days after the last day of aversion and challenged in the pasture on days 11, 15, 18, 20, 22, 25, 27 and 29 after the last day of aversion. After this period goats were challenged every 15 days on pasture until the 330º day after the last day of aversion (7th day). Two goats from Group 1 ingested I. carnea on the first day of the pasture challenge, 4 days after the last day of aversive conditioning in the pen. In addition, another goat in Group 1 started to consume the plant on day 18, and other two goats ate it on day 20. One goat in Group 1 that had never eaten I. carnea died on day 155. One goat from Group 2 started to ingest I. carnea on the first day of the pasture challenge, and a second goat started to consume this plant on day 182. At the end of the experiment, on day 330, the other five goats averted with B. coridifolia remained averted. These results suggest that B. coridifolia or an active compound from the plant could be used to induce aversion to toxic plants. Using B. coridifolia would be cheaper and, particularly in flocks with large number of animals, possibly easier than using LiCl, which requires the use of oral gavage and qualified personnel for its implementation.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Adrien M.L., Riet-Correa G., Oliveira C.A., Pfister J.A., Cook D., Souza E.G., Riet-Correa F. & Schild A.L. 2013. Conditioned food aversion to Ipomoea carnea var. fistulosa induced by Baccharis coridifolia in goats. [Aversão alimentar condicionada de Ipomoea carnea var. fistulosa induzida por Baccharis coridifolia em caprinos.] Pesquisa Veterinária Brasileira 33(8):999-1003. Laboratório Regional de Diagnóstico, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário s/n, Pelotas, RS 96010-900, Brazil. E-mail: alschild@terra.com.br Baccharis coridifolia é uma planta tóxica que possui forte poder aversivo em ruminantes. Os objetivos deste trabalho foram induzir aversão condicionada a Ipomoea carnea var. fistulosa em caprinos utilizando B. coridifolia como agente aversivo e comparar a eficiência desta aversão com a aversão induzida por cloreto de lítio (LiCl). Treze cabras foram divididas em dois grupos: o Grupo 1 com seis cabras foi avertido com 175mg/kg de peso corporal (pc) de LiCl e o Grupo 2, com sete cabras, foi avertido com 0,25g/kg de pc de B. coridifolia seco. Todas as cabras foram avertidas no dia 1 logo após a ingestão de I.carnea. A aversão foi repetida nos dias 2, 3 e 7 nos caprinos que ingeriram qualquer quantidade de I. carnea, utilizando-se o mesmo procedimento do dia 1. Os caprinos de ambos os grupos foram desafiados nas baias nos dias 23 e 38 após o último dia da aversão e desafiados na pastagem nos dias 11, 15, 18, 20, 22 , 25, 27 e 29 após o último dia da aversão. Posteriormente os caprinos foram desafiados a cada 15 dias na pastagem até o 330º dia após o último dia da aversão (7º dia). Duas cabras do Grupo 1 ingeriram I. carnea no primeiro dia do desafio na pastagem, quatro dias após o ultimo dia da aversão nas baias. Além disso, outra cabra do mesmo grupo reiniciou a ingestão da planta no 18º dia e outras duas no 20º dia. Uma cabra do Grupo 1 que nunca havia ingerido a planta após a aversão morreu no 55º dia. Uma cabra do Grupo 2 começou a ingerir I. carnea no primeiro dia de desafio na pastagem e uma segunda reiniciou o consumo da planta no 182º dia. No final do experimento no 330º as cinco cabras avertidas com B. coridifolia permaneciam sem ingerir a planta. Estes resultados sugerem que B. coridifolia ou algum princípio ativo dessa planta pode ser utilizado para induzir aversão condicionada a plantas tóxicas. A utilização de B. coridifolia como agente aversivo é aparentemente mais barato e mais fácil de ser utilizado do que o LiCl, o qual requer o uso de sonda oro-gástrica e pessoal qualificado para sua implementação.


#6 - Lysosomal storage disease induced by the consumption of Ipomoea verbascoidea (Convolvulaceae) in goats at northeastern Brazil, 33(7):867-872

Abstract in English:

ABSTRACT.- Lima D.D.C.C., Albuquerque R.F., Rocha B.P., Barros M.E.G., Gardner D.R., Medeiros R.M.T., Riet-Correa F. & Mendonça F.S. 2013. [Lysosomal storage disease induced by the consumption of Ipomoea verbascoidea (Convolvulaceae) in goats at northeastern Brazil.] Doença de depósito lisossomal induzida pelo consumo de Ipomoea verbascoidea (Convolvulaceae) em caprinos no semiárido de Pernambuco. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(7):867-872. Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manuel Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE 52171-900, Brazil. E-mail: mendonca@dmfa.ufrpe.br The aim of this paper was to reproduce the poisoning of Ipomoea verbascoidea in goats and describe the epidemiological, clinical and pathological aspects of spontaneous poisoning by this plant in Pernambuco. For this, we studied the epidemiology of the disease in seven municipalities in the semiarid region of the State. Three spontaneously poisoned goats were examined and then euthanized and necropsied (Group I). To reproduce the disease, the dried leaves of I. verbascoidea containing 0.02% swainsonine were supplied at doses of 4g/kg (0.8mg swainsonine/kg) to two groups of three animals. The goats in Group II received daily doses of the plant during 40 days and were euthanized on the 41st day of the experiment. Goats from Group III received daily doses of the plant during 55 days and were euthanized on the 120th day of the experiment. Other three goats constituted the control group (Group IV). In experimental groups, the brain lesions were evaluated by histopathology; additionally the cerebellar lesions were evaluated by morphometry, by measuring the molecular layer thickness, the number of Purkinje cells and the area of the cell bodies of these cells. The main clinical signs and microscopic lesions in goats poisoned were similar to those reported by swainsonine containing plants. In goats of GII and GIII, the first nervous signs were observed between 22th and 29th days; clinically, the disease developed by these animals was similar to the spontaneous cases. The goats of GIII did not recover from the neurologic signs. These results show that the consumption of the plant by 26-28 days after observation of the first clinical signs is enough to cause irreversible damage. By morphometric analysis, the molecular layer of the cerebellum of the goats of Group I and III were thinner than those of goats in the control group, and Purkinje neurons were atrophic. It is suggested that these changes are responsible for the neurological picture observed in goats that stop eating the plant and have sequelae of poisoning.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Lima D.D.C.C., Albuquerque R.F., Rocha B.P., Barros M.E.G., Gardner D.R., Medeiros R.M.T., Riet-Correa F. & Mendonça F.S. 2013. [Lysosomal storage disease induced by the consumption of Ipomoea verbascoidea (Convolvulaceae) in goats at northeastern Brazil.] Doença de depósito lisossomal induzida pelo consumo de Ipomoea verbascoidea (Convolvulaceae) em caprinos no semiárido de Pernambuco. Pesquisa Veterinária Brasileira 33(7):867-872. Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manuel Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, PE 52171-900, Brazil. E-mail: mendonca@dmfa.ufrpe.br O objetivo deste trabalho foi reproduzir a intoxicação por Ipomoea verbascoidea em caprinos e descrever os aspectos epidemiológicos, clínicos e histopatológicos da intoxicação espontânea por essa planta no Estado de Pernambuco. Para isso, realizou-se o acompanhamento da epidemiologia da doença em sete municípios do semiárido pernambucano. Três caprinos espontaneamente intoxicados foram examinados e, em seguida eutanasiados e necropsiados (Grupo I). Para reproduzir experimentalmente a doença, as folhas secas de I. verbascoidea contendo 0,02% de swainsonina, foram fornecidas na dose de 4g/kg (0,8mg de swainsonina/kg) a dois grupos de três animais. Os caprinos do Grupo II receberam a planta diariamente por 40 dias e foram eutanasiados no 41º dia de experimento. Os caprinos do Grupo III receberam a planta diariamente por 55 dias e foram eutanasiados no 120º dia de experimento. Outros três caprinos constituíram o grupo controle (Grupo IV). Nos grupos experimentais, as lesões encefálicas foram avaliadas por histopatologia e adicionalmente avaliaram-se as lesões cerebelares por morfometria, mediante mensuração da espessura da camada molecular, do número de neurônios de Purkinje e da área dos corpos celulares dessas células. Os principais sinais clínicos e lesões microscópicas foram semelhantes aos previamente reportados em animais intoxicados por plantas que contem swainsonina. Nos caprinos do GII e GIII, os primeiros sinais clínicos foram observados entre o 22º e 29º dia de experimento; clinicamente a doença desenvolvida por esses animais foi semelhante aos casos espontâneos. Nenhum dos caprinos do GIII se recuperou dos sinais neurológicos. Esse resultado evidencia que o consumo da planta por 26-28 dias após a observação dos primeiros sinais clínicos é suficiente para provocar lesões irreversíveis. Pela análise morfométrica, a camada molecular do cerebelo dos caprinos do Grupo I e III eram mais delgadas que às dos caprinos do grupo controle, e os neurônios de Purkinje estavam atróficos. Sugere-se que essas alterações sejam responsáveis pelo quadro clínico neurológico observado nos caprinos que deixam de ingerir a planta e apresentam seqüelas da intoxicação.


#7 - Conditioned food aversion to control outbreaks of poisoning by Ipomoea carnea subsp. fistulosa and Turbina cordata in goats, 32(8):707-714

Abstract in English:

ABSTRACT.- Pimentel L.A., Maia L.A., Campos E.M., Dantas A.F.M., Medeiros R.M.T., Pfister J.A., Cook D. & Riet-Correa F. 2012. [Conditioned food aversion to control outbreaks of poisoning by Ipomoea carnea subsp. fistulosa and Turbina cordata in goats.] Aversão alimentar condicionada no controle de surtos de intoxicações por Ipomoea carnea subsp. fistulosa e Turbina cordata. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(8):707-714. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB 58708-110, Brazil. E-mail: franklin.riet@pq.cnpq.br Conditioned food aversion is used to train livestock to avoid the ingestion of toxic plants. This technique was used to control Turbina cordata poisoning in goats in one farm, and to control Ipomoea carnea subsp. fistulosa poisoning in another farm. The goats were penned at night and the next morning the green plants were offered for 10 minutes. Goats that ingested any amount of the plant were treated through a gastric tube with 175mg of LiCl/kg body weight. In the flock in which the poisoning by T. cordata was occurring, the goats were averted every two months during the period that the plant was found in the pastures. During the experiment, from December 2009 to April 2011, new cases of poisoning were not observed, and there was a progressive decrease in the number of goats that ingested the plant and were averted. In the farm where I. carnea poisoning was occurring, most of the goats were averted in December 2010, 15-20 days before the first rains. The goats of this flock did not ingest the plant spontaneously in the field until September-October 2011, when, due to the dry season, there was a severe forage shortage, and the goats started to ingest the plant in the field. Later, despite three aversive treatments with 21 days intervals, the goats continued to ingest the plant and some animals became poisoned. In conclusion, conditioned food aversion was effective in to control intoxication by T. cordata. The technique was also effective in conditioning goats to avoid consuming I. carnea during the rainy season, but not during the dry season, with low forage availability in the field. The differences in these results seem to be due to the epidemiology of both poisonings: T. cordata is senescent and unavailable during most of the dry period, and green biomass is typically available either at the very end of the dry season, for a short period of time, and during the rainy season when there is no shortage of forage. In contrast, I. carnea grows in wet areas near water sources, and stays green during the dry period when there is a lack of other forage.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Pimentel L.A., Maia L.A., Campos E.M., Dantas A.F.M., Medeiros R.M.T., Pfister J.A., Cook D. & Riet-Correa F. 2012. [Conditioned food aversion to control outbreaks of poisoning by Ipomoea carnea subsp. fistulosa and Turbina cordata in goats.] Aversão alimentar condicionada no controle de surtos de intoxicações por Ipomoea carnea subsp. fistulosa e Turbina cordata. Pesquisa Veterinária Brasileira 32(8):707-714. Hospital Veterinário, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB 58708-110, Brazil. E-mail: franklin.riet@pq.cnpq.br A aversão alimentar condicionada é uma técnica que pode ser utilizada em animais para evitar a ingestão de plantas tóxicas. A técnica foi utilizada em uma fazenda para controlar a intoxicação por Turbina cordata e em outra para controlar a intoxicação por Ipomoea carnea subsp. fistulosa. Os caprinos eram presos à noite, e na manhã do dia seguinte lhes era ofertada a planta verde, recém-colhida, por dez minutos. Os caprinos que ingerissem qualquer quantidade da planta eram identificados, pesados e tratados com LiCl na dose de 175mg/kg peso vivo através de sonda esofágica. No rebanho da fazenda na que havia T. cordata a técnica foi aplicada a cada dois meses durante o período em que a planta é encontrada. Durante todo o experimento, de dezembro de 2009 a abril de 2011 não ocorreu nenhum novo caso de intoxicação no rebanho e diminuiu gradualmente o número de animais avertidos e a quantidade de planta que ingeriam os mesmos durante o processo de aversão. Na fazenda na que ocorria intoxicação por I. carnea a maioria de rebanho foi avertido em dezembro de 2010, 15-20 dias antes do início das chuvas, e os animais não ingeriram a planta espontaneamente no campo até setembro-outubro de 2011, durante o período da seca, quando havia extrema carência de forragem e iniciaram a ingerir a planta no campo. Posteriormente, apesar de três tratamentos aversivos com 21 dias de intervalo, os animais continuaram a ingerir a planta e ocorreram casos clínicos. A técnica de aversão alimentar condicionada demonstrou ser eficiente e viável para o controle da intoxicação por T. cordata. Para a intoxicação por I. carnea a técnica impediu a ingestão da planta somente durante a época de chuvas, mas não durante a seca, quando há pouca disponibilidade de forragem. A diferença nos resultados com as duas plantas é, aparentemente, resultante das condições epidemiológicas diferentes nas que ocorrem as intoxicações. T. cordata desaparece durante a maior parte do período de seca. A planta rebrota e fica verde durante o fim de seca, quando diminui a oferta de forragem, por curto espaço de tempo, permanecendo verde durante a época de chuvas. I. carnea, por crescer próximas as fontes de água, em áreas húmidas, permanece verde durante todo o período da seca, quando é maior a escassez de forragem, favorecendo desta forma a ingestão da planta pelos animais.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV