Resultado da pesquisa (2)

Termo utilizado na pesquisa MFA

#1 - Techniques for prevention and control of poisoning by sodium monofluoroacetate (MFA)-containing plants in ruminants

Abstract in English:

Monofluoroacetate (MFA)-containing plants cause sudden death associated with exercise in ruminants, and are responsible for significant losses in Brazilian livestock, estimated at 500,000 bovine deaths annually. Most of the times, the control and treatment of this type of poisoning are not efficient, because disease evolution is superacute, usually causing the death of the animal. Due to the difficulty in controlling this intoxication, several studies have suggested alternatives to prevent it, mainly by making animals resistant to the MFA present in these plants or by avoiding their consumption. This literature review addresses the techniques used experimentally to control the poisoning of ruminants by plants containing MFA. The first studies carried out in Brazil demonstrated that goats and sheep that continuously receive non-toxic doses of plant containing MFA show greater resistance to poisoning than untreated animals, and that this resistance can be transmitted by ruminal fluid transfaunation, suggesting that poisoning occurs due to the presence of bacteria that hydrolyze MFA in the rumen. Based on this hypothesis, several MFA-hydrolyzing bacteria were isolated (Enterococcus faecalis, Bacillus sp., Paenibacillus sp., Burkholderia sp., Cupriavidus sp., Staphylococcus sp., Ancylobacter sp., Ralstonia sp., Stenotrophomonas sp., Pigmentiphaga kullae, and Ancylobacter dichloromethanicus). When some of these bacteria were administered intraruminally, they provided the animal with a different level of protection against poisoning. However, it was observed that protection is gradually lost when the bacterium administration is interrupted. Consequently, to obtain more efficient protection, these bacteria should be administered continuously, probably in the form of probiotics. In another assay, MFA was administered to sheep at non-toxic doses to test the hypothesis that this substance could induce the multiplication of bacteria that hydrolyze it in the rumen. There was no increase in resistance to poisoning after administration of MFA; however, no signs of poisoning were observed when animals received trifluoroacetate and no clinical signs were verified when they were challenged with toxic doses of MFA; in contrast, all control animals presented clinical signs. These results suggest that trifluoroacetate induces the proliferation of MFA‑degrading bacteria, and can be used in intoxication prophylaxis. The conditioned food aversion technique, using lithium chloride, has been successfully used experimentally to prevent ruminants from ingesting plants that contain MFA. Another alternative tested was the spraying of Amorimia septentrionalis with the endophytic bacterium Herbaspirillum seropedicae, which degrades MFA, resulting in decreased concentration of this compound in the plants. In conclusion, several experimental techniques have been proved efficient in the control and prophylaxis of MFA-containing plant poisoning; however, none of these techniques are available commercially. Further experiments, mainly in the field, should be carried out to adapt some of these techniques to the conditions of extensive breeding in the numerous areas where MFA-containing plants occur.

Abstract in Portuguese:

As plantas que contém monofluoroacetato (MFA) causam morte súbita associada ao exercício em ruminantes, e são responsáveis por grandes perdas na pecuária brasileira, estimadas em 500.000 mortes de bovinos anualmente. O controle e tratamento desse tipo de intoxicação, na maioria das vezes, não apresenta eficiência, visto que a evolução da doença é superaguda, e geralmente ocasiona a morte do animal. Devido à dificuldade no controle dessa intoxicação, diversos estudos sugerem alternativas para preveni-la, principalmente tornando os animais resistentes ao MFA presente nessas plantas ou evitando seu consumo. O objetivo do presente trabalho é fazer uma revisão bibliográfica das técnicas utilizadas experimentalmente para controlar a intoxicação de ruminantes por plantas que contém MFA. Nos primeiros trabalhos realizados no Brasil, foi determinado que caprinos e ovinos que recebem continuadamente doses não tóxicas de planta que contém MFA apresentam maior resistência a intoxicação que animais não tratados e que essa resistência pode ser transmitida por transfaunação de fluído ruminal, sugerindo que a mesma ocorre devido a presença de bactérias que hidrolisam MFA no rúmen. Com base nessa hipótese foram isoladas diversas bactérias que hidrolisam MFA (Enterococcus faecalis, Bacillus sp., Paenibacillus sp., Burkholderia sp., Cupriavidus sp., Staphylococcus sp., Ancylobacter sp., Ralstonia sp., Stenotrophomonas sp., Pigmentiphaga kullae e Ancylobacter dichloromethanicus). Quando algumas dessas bactérias foram administradas intraruminalmente conferiram diferentes graus de proteção contra a intoxicação. No entanto foi observado que a proteção se perde gradualmente quando se deixa de administrar a(s) bactéria(s). Em consequência, para obter uma proteção mais eficiente essas bactérias deveriam ser administradas continuadamente, provavelmente na forma de probiótico. Em outro ensaio administrou-se MFA a ovinos em doses não tóxicas para testar a hipótese de que esta substância poderia induzir a multiplicação de bactérias que hidrolisam o mesmo no rúmen. Não houve um aumento da resistência a intoxicação após a administração de MFA; no entanto quando foi administrado trifluoroacetato, os animais não desenvolveram nenhum sinal de intoxicação e quando desafiados com doses tóxicas de MFA não apresentaram sinais clínicos, pelo contrário todos os animais controles apresentaram sinais clínicos. Esses resultados sugerem que o trifluoroacetato induz a proliferação de bactérias que degradam MFA e pode ser utilizado para a profilaxia da intoxicação. A técnica da aversão alimentar condicionada, utilizando cloreto de lítio, tem sido empregada experimentalmente, com sucesso, para evitar que ruminantes ingiram plantas que contém MFA. Outra alternativa testada foi a pulverização de Amorimia septentrionalis com a bactéria endofítica Herbaspirullum seropedicae, que degrada MFA, resultando na diminuição da concentração deste composto na planta. Conclui-se que há diversas técnicas que experimentalmente tem demonstrado eficiência no controle e profilaxia das intoxicações por plantas que contém MFA; no entanto, nenhuma dessas técnicas está disponível comercialmente. Futuros experimentos, principalmente, a campo, deverão ser realizados para adaptar alguma(s) dessas técnicas as condições de criação extensiva nas numerosas áreas onde ocorrem plantas que contém MFA.


#2 - Evaluation of resistance to natural poisoning by Amorimia septentrionalis in goats which had received sodium monofluoroacetate degrading bacteria, 38(10):1913-1917

Abstract in English:

ABSTRACT.- Pessoa D.A.N., Silva L.C.A., Mendonça F.S., Almeida V.M., Lopes J.R.G., Albuquerque L.G., Silva A.A. & Riet-Correa F. Evaluation of resistance to natural poisoning by Amorimia septentrionalis in goats which had received sodium monofluoroacetate degrading bacteria. [Avaliação da resistência à intoxicação natural por Amorimia septentrionalis em caprinos que receberam bactérias degradadoras de monofluoroacetato de sódio.] Pesquisa Veterinária Brasileira 38(10):1913-1917. Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Avenida Universitária s/n, Bairro Santa Cecília, Patos, PB 58700-970, Brazil. E-mail: danipessoavet14@gmail.com Amorimia septentrionalis is an important sodium monofluoroacetate (MFA) containing plant that causes sudden death in ruminants in northeastern Brazil. MFA degrading bacteria are being used in the prevention against poisoning by this plant. The aim of this study was to evaluate if goats which had per os received MFA degrading bacteria remained resistant when exposed to natural poisoning by A. septentrionalis. Eighteen goats were randomly distributed into three groups: the goats of Group 1 previously received, during 40 days, a solution containing the bacteria Ralstonia sp. and Burkholderia sp., those goats in the Group 2 received the bacteria Paenibacillus sp. and Cupriavidus sp. and goats from Group 3 did not receive any bacteria. After the administration period, during 60 days, the animals of all groups were released to graze on a one hectare paddock, with significant amount of A. septentrionalis. They were observed daily for the spontaneous consumption of A. septentrionalis leaves and the occurrence of clinical signs of poisoning or sudden death. Goats from all groups consumed significant amounts of A. septentrionalis during the experimental period. Goats that did not receive MFA-degrading bacteria (Group 3) became sick and died from the 25th to the 27th day of the experiment, whereas the goats of the groups that received MFA&#8209;degrading bacteria showed only clinical sings when A. septentrionalis regrowth after the 55th day of the experiment. The days elapsed from field observation to death of Group 3 goats (25.5±0.9 days) were significantly lower (p<0.05) than Group 1 (58.6±1.3 days) and Group 2 (57.8±1.5 days). Thus, it can be concluded that administration of MFA degrading bacteria increases the resistance to natural poisoning by A. septentrionalis.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Pessoa D.A.N., Silva L.C.A., Mendonça F.S., Almeida V.M., Lopes J.R.G., Albuquerque L.G., Silva A.A. & Riet-Correa F. Evaluation of resistance to natural poisoning by Amorimia septentrionalis in goats which had received sodium monofluoroacetate degrading bacteria. [Avaliação da resistência à intoxicação natural por Amorimia septentrionalis em caprinos que receberam bactérias degradadoras de monofluoroacetato de sódio.] Pesquisa Veterinária Brasileira 38(10):1913-1917. Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Avenida Universitária s/n, Bairro Santa Cecília, Patos, PB 58700-970, Brazil. E-mail: danipessoavet14@gmail.com Amorimia septentrionalis que contém monofluoroacetato de sódio (MFA) é responsável pela ocorrência de mortes súbitas em ruminantes no nordeste do Brasil. Bactérias degradadoras desse composto estão sendo utilizadas na prevenção contra a intoxicação por essa planta. O objetivo deste estudo foi avaliar se caprinos que receberam, via oral, bactérias degradadoras de MFA permaneciam resistentes quando expostos a intoxicação natural por A. septentrionalis. Dezoito caprinos foram divididos em três grupos, os caprinos do Grupo 1 receberam anteriormente, durante 40 dias, uma solução contendo as bactérias Ralstonia sp. e Burkholderia sp., os do Grupo 2 receberam, também por 40 dias as bactérias Paenibacillus sp. e Cupriavidus sp. e os do Grupo 3 não receberam nenhuma bactéria. Após o período de administração, durante 60 dias, os animais de todos os grupos foram soltos para pastar em um piquete de um hectare, que apresentava uma quantidade significativa da planta. Diariamente eles foram observados quanto ao consumo espontâneo das folhas de A. septentrionalis e quanto à presença de sinais clínicos de intoxicação ou morte. Os caprinos de todos os grupos consumiram quantidades significantes da planta durante o período experimental. Os caprinos que não receberam as bactérias degradantes de MFA (Grupo 3) adoeceram e morreram entre o 25º e o 27º dia de experimento, enquanto que os que receberam as bactérias degradantes de MFA (Grupo 1 e 2) só apresentaram sinais clínicos no 55º dia de experimento, o que coincidiu com a rebrota da planta. Os dias transcorridos desde a observação a campo até a morte dos caprinos do Grupo 3 (25,5±0,9 dias) foram significativamente menores (p<0,05) que os do Grupo 1 (58,6±1,3 dias) e do Grupo 2 (57,8±1,5 dias). Com isso pode-se concluir que a administração de bactérias degradadoras de MFA aumenta à resistência a intoxicação natural por A. septentrionalis.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV