Resultado da pesquisa (2718)

Termo utilizado na pesquisa A.

#2591 - Evaluation of a competitive enzyme immunoassay in the differentiation of antibodies induced by strain 19 vaccine, in the serodiagnosis of bovine brucellosis

Abstract in English:

A competitive enzyme immunoassay was evaluated using as conjugate monoclonal antibodies B M-38 and B M-40, prepared from mice immunized with Brucellea melitensis 16 M. The competitive enzyme immunoassay was compared with the complement fixation test and an indirect enzyme immunoassay, regarding their efficiency and differential capacity to diagnose brucellosis in cattle vaccinated with B. abortus strain 19. Four hundred and twenty-one sera of vaccinated female calves, obtained between 15 days and 6 months after vaccination, were examined. The competitive enzyme immunoassay using conjugate BM-38 revealed a greater number of positive results (44,18%) than the complement fixation test (35,98%) and the competitive enzyme immunoassay using conjugate BM-40 (29,69%). This last test allowed a higher degree of differentiation than the others, since it revealed a lower number of reactors.

Abstract in Portuguese:

Foi avaliado o teste imunoenzimático competitivo, usando como conjugado os anticorpos monoclonais BM-38 e BM-40, preparados a partir da imunização de camundongos com Brucella melitensis 16 M, em comparação com a reação de fixação de complemento e com o teste imunoenzimático indireto, para diferenciar anticorpos da infecção natural dos induzidos pela vacina B19. Foram testados 421 soros de bezerras vacinadas com B. abortus amostra B 19 e colhidos em intervalos de 15 dias a 6 meses após a vacinação. O teste competitivo usando o conjugado BM-38 apresentou menor capacidade de discriminação que o teste com o conjugado BM-40 (44,18% contra 29,69% de soros com títulos de anticorpos) e que a reação de fixação de complemento (44,18% contra 35,98%) e resultados próximos aos do teste imunoenzimático indireto (54,89% contra 56, 17%), enquanto que o teste competitivo usando o conjugado BM-40 apresentou maior capacidade de discriminação do que os outros testes estudados, uma vez que acusou um menor número de reagentes: 28,9% contra 37, 6% revelados pela reação de fixação de complemento, 29,69% contra 44,18% revelados pelo teste com o conjugado BM-38 e 43,15% contra 56,85% revelados pelo teste imunoenzimático indireto.


#2592 - Experimental poisoning of goats by Baccharis megapotamica var. weirii (Compositae)

Abstract in English:

The toxicity of the shoots of Baccharis megapotamica var. weirii to goats was shown in na experiment in which the mature flowerless plant, collected in Lages, Santa Catarina, was administrated orally to 11 goats. Doses of 2 g/kg or more of the fresh plant caused the death of all goats. The first symptoms were observed from 4 to 13 h after the beginning of administration of the plant. Death occurred in a period of 10h54min to 112h28min after ingestion. The clinical-pathological changes were characterized by disturbance of the digestive tract. The main symptoms were anorexia, ruminal atonia, increase of the intestinal peristaltism, modification in the consistency of the faeces, tachycardia and dispnoea; also observed were restlessness, depression, muscular tremor, dehydration, sialorrhoea and in the terminal phase hypothermia. The alterations in the ruminal fluid were acidosis with decrease of the bacterial activities and death of the protozoa. Post-mortem findings consisted of oedema and congestion of the mucosa of the rumen, reticulum, abomasum and parts of the small and large intestine. Histologically the lesions were characterized by necrosis with picnosis and karyorrhexia of the mucosal epithelium of the forestomachs, abomasum and intestines and the lymphoid tissue of the spleen as well as the externai lymphnodes.

Abstract in Portuguese:

Foi demonstrada a toxidez para caprinos das partes aéreas frescas de Baccharis megapotamica var. weirii através de experimentos, em que a planta adulta, sem inflorescências, colhida no Município de Lages, Santa Catarina, foi administrada por via oral a 11 caprinos. Doses a partir de 2 g/kg da planta fresca causaram a morte de todos os caprinos. Os primeiros sintomas foram observados, de 4h a 13h após o início da administração da planta e a morte dos animais sobreveio num período de 10h54min a 112h28min após o começo da administração da planta. O quadro clínico-patológico caracterizou-se por perturbações do trato digestivo com evolução aguda. Os principais sintomas foram anorexia, atonia ruminal, aumento do peristaltismo intestinal, diminuição da consistência das fezes, taquicardia e dispnéia; também houve inquietação, depressão, tremores musculares, desidratação, sialorréia e, na fase terminal, hipotermia. As alterações no fluido ruminal caracterizaram-se por um quadro de acidose, com diminuição das atividades bacterianas e morte dos protozoários. Os achados de necropsia consistiram em edema e congestão da mucosa do rúmen, retículo, abomaso e em segmentos dos intestinos delgado e grosso. Histologicamente as lesões se caracterizaram por necrose com picnose e cariorrexia do epitélio da mucosa dos pré-estômagos, abomaso, intestinos e do tecido linfoide do baço e de linfonodos externos.


#2593 - Gastropathy in rabbits experimentally induced by the calcinogenic plant Solanum malacoxylon

Abstract in English:

Rabbits of both sexes were uosed daily either orally or intravenously with an aqueous extract of Solanum malacoxylon equivalent to 100 mg of the dried leaves of the plant per kilogram of body weight. The rabbits developed a gastropathy associated with loss of appetite, depression and diarrhea. All rabbits were necropsied within 14 days after treatment. Gross lesions consisted of hyperemia and edema of the mucosa with occasional hemorrhages and necrotic foci in the fundus region of the stomach; white streaks could be observed through its serosal surface. Slicing of these areas revealed hard, granular and dry mineral deposits. The main microscopic lesions consisted of marked mineralization of the muscle layers of the stomach and arterial walls, edema of the lamina propria and submucosa and hemorrhages in the mucosa. Nurnerous multinucleated giant cells were observed in the gastric mucosa, some of which containing mineral deposits in their cytoplasm. Early changes were observed by electron microscopical examination in the smooth muscle cells of the muscle layers, muscularis mucosae and lamina propria of the stomach and of the arterial walls. The morphological changes in the smooth muscle cells could possibly result as an expression of genes activated by 1,25 (OH)2D3 contained in the plant. In the more advanced stages these modified muscle cells suffered degeneration, necrosis and mineralization. In the extracellular matrix calcium cristals were observed associated with membrane-bound cellular fragments which varied in size rrom 200nm to 1 μm. These were interpreted as matrix vesicles. The multinucleated giant cells contained needle-like mineral deposits resembling apatite cristals which were found loose in their cytoplasm as endocellular products. Rarely these deposits were membrane-bound. Affected mitochondria had granular mineral precipitations on the cristae which suggests this organelle as the initial site of calcium precipitation in the giant cells. This type of giant cells was also observed in the mucosa of the stomachs which showed no calcification.

Abstract in Portuguese:

Trinta coelhos jovens de ambos os sexos foram dosificados por via oral ou por via endovenosa com extrato aquoso de Solanum malacoxylon equivalente a 100 mg de folhas dessecadas por kg de peso vivo. Os animais desenvolveram uma gastropatia com sintomas de anorexia, depressão e diarréia; todos os animais, mortos espontaneamente ou sacrificados, foram necropsiados em um período de até 14 dias após a administração do extrato. Foram feitos estudos de microscopia ótica e eletrônica de transmissão em espécimes do estômago. As lesões macroscópicas observadas nos animais intoxicados consistiram em hiperemia e edema da mucosa gástrica, ocasionais áreas de necrose na mucosa fúndica e estriações esbranquiçadas nas capas musculares, visíveis através da serosa. O corte sobre estas áreas revelou depósitos minerais de aspecto granular, secos e de consistência dura. As principais lesões microscópicas consistiram de uma marcada mineralização das camadas musculares do estômago e das paredes arteriais, edema da lâmina própria, particularmente da zona foveolar e da submucosa e hemorragias capilares na mucosa. Um grande número de células gigantes multinucleadas foram observadas na mucosa, algumas das quais continham minerais no seu citoplasma. As alterações ultraestruturais apareceram precocemente nas células musculares lisas e se caracterizaram por dilatação do retículo endoplasmático, aumento do número de mitocôndrias, diminuição das vesículas pinocitóticas das miofibrilas e densificações citoplasmáticas. Estas alterações morfológicas poderiam ser o resultado da expressão de gens ativados pelo l .25(OH)2D3 contido na planta. Na matriz extracelular foram observados cristais de cálcio associados a fragmentos celulares recobertos por membranas de tamanhos variáveis - entre 200 nanômetros e um micrômetro, interpretadas como vesículas matriciais. As células gigantes presentes em abundância na lâmina própria exibiam depósitos minerais em forma de agulhas, em alguns casos rodeados por membranas e, em outros, no interior do citoplasma como um produto endocelular. As mitocôndrias afetadas apresentavam depósitos minerais de aspecto granular sobre as cristas. Este tipo celular também foi observado na mucosa de estômagos que até o momento não tinham sofrido o processo de calcificação.


#2594 - Experimental poisoning of horses by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

Fresh leaves of Palicourea marcgravii St. Hil., the most important poisonous plant for cattle in Brazil, containing monofluoroacetic acid as its toxic principle, were given orally to 8 horses in doses ranging from 0.15 to 2 g/kg. The lethal dosis found was 0.6 to 1.0 g/kg. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in the horse were characterized mainly by nervous manifestations as intense sweating, restlessness, tremors, abrupt involuntary movements of the head or the whole body, instability, incoordination and flacid lips; less evident were signs of cardiac insufficiency as positive venous pulse, congested conjuntiva and laborious respiration. The clinical course of the poisoning ranged from 10 to 43 hours, different as observed in cattle, in which poisoning by P. marcgravii is characterized by sudden death due to an acute cardiac insufficiency. Also contrary to what is seen in cattle, exercise in general had not much influence on the course of the poisoning in the horse. Post-mortem findings in the horse were, as in cattle, practically negative. The most important histological lesions were necrosis of the epithelial cells of the uriniferous tubules with. picnosis of the nucleus and vacuolization of the cytoplasm, frequently evolving to lysis; these lesions were more marked and extensive than those observed in cattle. There are no case histories of poisoning in horses by P. marcgravii under natural conditions.

Abstract in Portuguese:

As folhas frescas recém-colhidas de Palicourea marcgravii St. Hil., a planta tóxica de interesse pecuário mais importante para bovinos no Brasil, e cujo princípio tóxico é o ácido monofluoroacético, foram administradas, por via oral, a 8 eqüinos, em doses de 0,15 a 2 g/kg. A dose letal encontrada variou de 0,6 a 1 g/kg. O quadro clínico de intoxicação por P. marcgravii em eqüinos foi caracterizado por sintomatologia nervosa como sudorese intensa, inquietação, tremores, movimentos abruptos involuntários da cabeça ou afetando todo o corpo (tiques), instabilidade e incoordenação, lábio inferior flácido, e por sinais de insuficiência cardíaca, como pulso venoso positivo, conjuntivas congestas, respiração ofegante, com predominância da sintomatologia nervosa. A evolução foi de 10 a 43 horas, diferente do que é observado em bovinos, nos quais a intoxicação por essa planta é caracterizada por "morte súbita" devido a insuficiência cardíaca aguda. Ao contrário do que ocorre nos bovinos, em eqüinos, o exercício, em eral, não tinha muita influência sobre a evolução da intoxicação. Os achados de necropsia foram, como nos bovinos, praticamente negativos. As alterações histológicas mais importantes e constantes foram necrose das células epiteliais dos túbulos urinfferos, caracterizada por picnose nuclear e vacuolização citoplasmática com freqüente evolução para lise, lesão esta bem mais grave e extensa do que a dos bovinos. Não há relatos da intoxicação natural por p. marcgravii em eqüinos.


#2595 - Experimental type C botulism in goats

Abstract in English:

The present paper describes the subcutaneous inoculation of goats with botulinum toxin type C to determine the doses required to cause various clinical signs, and to evaluate the bioassay as a means of laboratory confirmation of the diagnosis of botulism. Serial double dilutions in doses ranging from 15.6 to 500 DL50/kg were administered to 6 goats. The animals were checked daily to observe development of characteristic signs. Blood and liver samples were collected to detect the toxin by bioassay in mice. Doses of 500 and 250 DL50/kg induced acute botulism, death occurring between 42 and 46 hours post-inoculation, but the toxin was only detected in serum samples taken from the goat which received the larger dose. Animals inoculated with doses of 125, 62.5 and 31.3 DL50/kg developed the sub-acute forro, but the toxin could not be detected in their blood serum. The chronic forro of botulism was observed in those which received 15.6 DL50/kg doses and the toxin could not be demonstrated either in their serum samples. The results confinn that goats are highly susceptible to botulinum type C toxin and that these animals develop the sarne clinical signs as seen in bovines.

Abstract in Portuguese:

O objetivo do presente trabalho foi reproduzir o botulismo em caprinos, induzido pela toxina tipo C e determinar as doses para desenvolver as diferentes formas clínicas, bem como para avaliar a eficácia do bioensaio em camundongos. Foram utilizados 6 caprinos, inoculados por via subcutânea com a toxina tipo C, em doses de 500 a 15,6 DL50/kg de peso vivo, em diluições duplas seriadas. Os animais foram observados quanto ao desenvolvimento de sintomatologia característica de botulismo e amostras de soro sanguíneo e fígado foram coletadas para pesquisa da toxina pelo bioensaio em camundongos. As doses de 500 e 250 DL50/kg induziram quadro agudo de botulismo evoluindo para a morte entre 42 e 46 horas pós-inoculação. A toxina foi detectada somente no soro do animal que recebeu a dose de 500 DL50/kg. Os animais que receberam as doses de 125, 62,5 e 31,3 DL50/kg desenvolveram quadro subagudo da doença, não sendo detectado a toxina nas amostras analisadas. Observou-se quadro crônico de botulismo no animal inoculado com a dose de 15,6 DL50/kg, não se constatando a presença da toxina no soro. Os resultados confirmaram a alta susceptibilidade dos caprinos à toxina botulínica tipo C, que apresentaram quadros clínicos semelhantes aos observados em bovinos.


#2596 - Experimental intoxication by Sisyrinchium platense (Iridaceae) in cattle

Abstract in English:

Sisyrinchium platense collected in January, June, August and November was given experimentally to cattle and sheep. For cattle the plant was most toxic in November (spring), when in tlower, causing severe haemorragic diarrhea at doses of 22.6 and 29.9 g of the green plant per kg of body weight. During the other seasons S. platense caused discrete to moderate diarrhea at doses from 20 to 40 g per kg of body weight. S. platense was non toxic for sheep at doses up to 60 g of the green plant per kg of body weight. These results suggest that S. platense, which is occasionally consumed by animais transported from areas where the plant does not grow, is responsible for some outbreaks of diarrhea observed in cattle immediately after transportation.

Abstract in Portuguese:

Com o objetivo de determinar a toxicidade de Sysyrinchium platense ("alho-macho") e estudar alguns aspectos epidémiológicos relacionados à diferença de. toxicidade nas diferentes estações do ano, a planta foi administrada experimentalmente a bovinos e ovinos. As amostras· foram coibidas nos meses de janeiro, junho, agosto e novembro e administradas por via bucal aos animais experimentais. Para bovinos-, a planta foi mais tóxic na primavera. em floração, observando-se severa diarréia hemorrágica em doses que variaram entre 22,6 e 29,9 g de planta verde por kg de peso vivo. Nas outras épocas do ano, S. platense causou diarréia discreta ou moderada em doses entre 20 e 40 g/kg. Para os ovinos a planta não foi tóxica em doses de até 60 g/kg. Esses resultados e o fato de que a planta é consumida somente por animais transportados, procedentes de áreas onde não ocorre S. platense, evidenciam que a mesma seja responsável por alguns surtos de diarréia em bovinos que ocorrem na região Sul do Rio Grande do Sul.


#2597 - Experimental poisoning of sheep by Baccharis megapotamica var. megapotamica e var. weirii (Compositae)

Abstract in English:

The shoots of Baccharis megapotamica var. megapotamica, collected in Santa Maria, Rio Grande do Sul, and the mature flowerless plant of the variety weirii, collected in Lages, Santa Catarina, were shown to be poisonous to sheép. Var. megapotamica was given orally in single doses to 12 sheep, and similarly, var. weirii to 8 sheep. The lethal dosis was between 10 and 15 g/kg for var. megapotamica and 2 to 3 g/kg for var. weirii. Thus var. weirii was approximately 5 times as toxic as var. megapotamica. First symptoms were observed from 4h15min to 9h20min after administration of var. megapotamica and from 4h10min to 9h after var. weirii was given. The total period from ingestion of the plant to the animal's death was 23h55min to 71h10min with var. megapotamica and 36h25min to 105h55min with var. weirii. The clinical-pathological manifestations of poisoning were similar for both varieties, affected the digestive tract and were of acute progression. The main symptoms were anorexia, ruminal atonia, tachycardia and tachypnoea. Restlessness, depression, muscular tremors, volumous abdomen, dehydration, sialorrhoea and modification of faeces consistency were observed, as well as hypothennia in the terminal phase. Post-mortem findings were oedema in the wall of the rumen and reticulum (mainly in poisoning by var. weirii) and congestion of the mucosa of the rumen, reticulum, abomasum and parts of the small and large intestine. These effects were more severe in poisoning by var. weirii than by var. megapotamica. Histological observations were severe necrosis of the epithelium of the rumen and reticulum, slight to severe necrosis of the abomasal epithelium (only in the poisoning by var. weirii) and necrosis of the lymphocytic elements 'in the lymphoid tissue of the spleen, mesenteric lympho nodes and Peyer's patches (mainly in poisóning by the var. megapotamica). To date, occurrence of natural poisoning of sheep by this plant has been registered only once, that by var. weirii in Santa Catarina. Some data on poisonous plants to sheep in Latin America through a literature review are presented. Aspects of the poisonous action of trichothecenes and B. megapotamica var. megapotamica and var. weini are discussed.

Abstract in Portuguese:

Em experimentos realizados com as partes aéreas frescas de Baccharis megapotamica var. megapotamica, quando em brotação, colhida em Santa Maria, RS, e da var. weirii, quando adulta sem inflorescência, colhida em Lages, SC, foi demonstrado que os ovinos são sensíveis à intoxicação pelas duas variedades. Realizaram-se administrações únicas, por via oral, com a var. megapotamica em 12 ovinos e com a var. weirii em 8 ovinos. A dose letal oscilou entre 10 e 15 g/kg para a var. megapotamica e entre 2 e 3 g/kg para a var. weirii. Portanto, a var. weirü foi aproximadamente 5 vezes mais tóxica que a var. megapotamica. Os primeiros sintomas foram observados, nos animais que morreram, de 4h15min a 9h20min após a administração da planta na intoxicação pela var. megapotamica e de 4h10min a 9h00min na intoxicação pela var. weirii. O prazo total entre a administração da planta e a morte dos animais sobreveio num período de 23h55min a 71hl0min na intoxicação pela var. megapotamica e de 36h25min a 105h55min na intoxicação pela var. weirii. O quadro clínico-patológico foi semelhante na intoxicação pelas duas variedades, caracterizando-se por perturbações do trato digestivo e evolução aguda. Os principais sintomas foram anorexia, atonia ruminal, taquicardia e taquipnéia; também houve inquietação, de pressão, tremores musculares, abdômen volumoso, desidratação, sialorréia, modificações na consistência das fezes e hipotermia na fase terminal. Os achados de necropsia consistiram em edema da parede do rúmem e retículo (principalmente na intoxicação pela var. weirii) e congestão da mucosa do rúmen, retículo, abomaso e segmentos dos intestinos delgado e grosso. Na intoxicação pela var. weirii os achados de necropsia foram levemente mais acentuados do que na intoxicação pela var. megapotamica. Histologicamente observou-se no rúmen e retículo, acentuada necrose do epitélio, no abomaso, leve até acentuada necrose do epitélio (somente na intoxicação pela var. weiriz) e no tecido linfóide (baço, linfonodos mesentéricos e placas de Peyer), necrose dos elementos linfocitários (principalmente na intoxicação pela var. megapotamica). Até o momento só existem históricos e o estudo da ocorrência de um caso de intoxicação natural, em ovinos, pela var. weirii, no Estado de Santa Catarina. São apresentados dados obtidos através de revisão de literatura sobre as plantas tóxicas da América Latina que afetam ovinos. São discutidos alguns aspectos sobre a ação tóxica dos tricotecenos e B. megapotamica var. megapotamica e var. weirii.


#2598 - Enzootic calcinosis in sheep. Experimental reproduction with Nierembergia veitchii (Solanaceae)

Abstract in English:

Enzootic calcinosis was reproduced in sheep by the administration of Nierembergia veitchii mixed with food at a concentration of 50% for 21 days and at 10% level for 49 days. At a concentration of 50% N. veitchii produced loss of body weight, and at 10% lower body weight gains than the control animals. Food consumption was decreased and hypercalcemia and hyperphosphatemia were evident in both groups. Pathological findings included: soft tissue calcification, more severe in those animals that received N. veitchii at 50%; hyperplasia of thyroid C cells; atrophy of the parathyroids and osteopetrosis. Nierembergia veitchii, which contains a calcitriol-like substance, is approximately 78 times less toxic than Solanum malacoxylon.

Abstract in Portuguese:

Calcinose enzoótica foi reproduzida experimentalmente em ovinos mediante a administração de Nierembergia veitchii dessecada, misturada a 50% na ração durante 21 dias, e a 10% durante 49 dias. Os ovinos que ingeriram alimentação com 50% da planta perderam peso e os que foram alimentados com 10% da planta tiveram menores ganhos de peso que os controles. Nos 2 grupos tratados houve diminuição do consumo de ração, hipercalcemia e hiperfosfatemia. As alterações patológicas caracterizaram-se por: calcificação dos tecidos moles, mais marcada no grupo que ingeriu N. veitchii a 50%; hiperplasia das células parafoliculares da tireóide; atrofia das paratireóides e osteopetrose. Nierembergia veitchii, que contém um princípio ativo de ação similar ao calcitriol, é aproximadamente 78 vezes menos tóxica que Solanum malacoxylon.


#2599 - Naturally occurring Amaranthus spinosus (Amaranthaceae) poisoning in cattle

Abstract in English:

Cases of spontaneous poisoning by Amaranthus spinosus in cattle are described. The disease occurred in late summer during a severe drought. The clinical sigos appeared 30 days after 35 adult cows and 20 yearling calves were introduced into a 15 ha maize plantation heavily infested by Amaranthus spinosus. Eleven cows and 8 calves showed clinical sigos; all but one calf died within 3-7 days. Clinical sigos were depression, anorexia, marked weight loss, foul-smelling diarrhea occasionally tinged with blood, and subcutaneous oedema of the dependent parts. Subacute cases showed a distended abdomen, were reluctant to stand and walked with difficulty. Sloughing of the hooves occurred in some animals. The main post-mortem findings in 5 bovines consisted of moderately pale and swollen kidneys, perirenal oedema and varying degrees of oedema in several tissues and cavities. In some cases petechiae and suffusions were associated with the subcutaneous oedema. Changes in the mucosa of the digestive system included necrotic glossitis, oesophagitis and pharyngitis, abomasal hemorrhages and button-like ulcerations in the large intestine. The contents of ileum, colon and rectum were blood stained. Hemorrhagic diathesis was apparent by the presence of intra-abdominal haematomas. Histologically there was marked tubular nephrosis associated with epithelial regeneration and hyalin intra-tubular casts. The mucosal lesions consisted of large necrotic areas in the epithelium which extended into the lamina propria and were associated with inflammatory reaction with massive infiltrations of mastocytes. The omasal mucosa had selective necrosis of the basal layer cells. The diagnosis was based upon epidemiological and clinical data, post-mortem findings and histopatholog. The morphology and pathogenesis of the lesions are discussed and compared with other reported cases of Amaranthus spp poisoning and other nephrotoxicoses. It is suggested that renal failure was the primary lesion which triggered the other changes.

Abstract in Portuguese:

É descrita a ocorrência de casos de intoxicação espontânea por Amaranthus spinosus em bovinos. A doença ocorreu ao final do verão, durante um período de forte estiagem. Os sinais clínicos iniciaram-se 30 dias após a introdução de 35 vacas adultas e 20 temeiros de sobreano numa invernada de 15 hectares, Adoeceram 11 vacas e 8 terneiros. Destes, morreram as 11 vacas e 7 terneiros, após um curso clínico de 3 a 7 dias, caracterizado por depressão, anorexia, perda de peso acentuada, diarreia malcheirosa, ocasionalmente hemorrágica, e edemas subcutâneos de declive. Animais com evolução clínica mais longa permaneciam deitados por longos períodos e andavam com dificuldade. Houve desprendimento dos cascos em alguns animais. As principais lesões macroscópicas, em 5 animais necropsiados, consistiram de rins moderadamente tumefeitos e pálidos, edema perirrenal e em vários outros tecidos e cavidades orgânicas. Em parte dos casos, edema subcutâneo ocorria associado a petéquias e sufusões. Alterações das mucosas do sistema digestivo consistiam de glossite, faringite e esofagite necróticas, hemorragias no abomaso e úlceras botonosas no intestino grosso. O conteúdo do íleo, cólon e reto era sanguinolento. Tendência hemorragípara era . aparente também pela presença de hematomas intra-abdominais. Histologicamente, havia nefrose tubular acentuada, alterações regenerativas do epitélio tubular e cilindros hialinos e granulares intraluminais. As lesões da mucosa gastrintestinal incluíam necrose do epitélio que se estendia à lâmina própria, associada à reação inflamatória rica em mastócitos. A mucosa do omaso apresentava necrose seletiva do epitélio da camada basal. O diagnóstico foi baseado em dados epidemiológicos, clínicos, de necropsias e histopatológicos. A morfologia e a patogenia das lesões são discutidas e comparadas com outros casos relatados de intoxicação por Amaranthus spp e outras nefrotoxicoses. É sugerido que a insuficiência renal foi o distúrbio primário que desencadeou as outras alterações.


#2600 - Experimental poisoning by Baccharis megapotamica var. megapotamica and var. weirii (Compositae) of rabbits

Abstract in English:

The dried and powdered aerial parts of Baccharis megapotamica Sprengel var. megapotamica and var. weirii (Baker) Barroso, plants which occur mainly in Southern Brazil, were toxic when administered by stomach tube to 68 rabbits; 42 of these died. The two varieties of the plant showed similar toxic properties, but there were a few differences. In both varieties the toxic symptoms were practically the sarne independently of its growing stage, the sex of the plants or its origin. However there were large differences in the lethal dose of the two varieties. It was between 2 and 4 g/kg for variety megapotamica and between 0,34 and 0,68 g/kg for var. weirii (dried plant material). Thus var. weirii was about 5 times more toxic than var. megapotamica. Fatal poisoning was acute with both varieties. In most cases symptoms caused by var. megapotamica were seen during 20 hours to 4 days; with var. weirii they were seen in most cases during less than 15 hours. Death occurred in most cases between 22 and 73 hours, and between 12 and 56 hours respectively after administration of the plant. The main symptoms shown by the rabbits intoxicated by var. megapotamica were anorexia and modified feces, mainly in the form of diarrhea, in most cases with the presence of mucus and blood. Anorexia was observed also in poisoning by var. weirii, but there were few cases of diarrhea and the faeces never contained mucus and blood. The main post-mortem findings in the rabbits poisoned by the two varieties were seen in the digestive tract, mainly in the stomach and caecum. The mucosa of the stomach was reddened, especially in the cranial part. The content of the caecum had a liquid-pasty consistency. Dark red slightly elevated and rough áreas were seen on the caecal mucosa. The caecal wall was frequently edematous. There were also lesions in the small and large intestine. In the small intestine lesions were seen only in poisoning by var. weirii and consisted of a reddened mucosa; in the colon and rectum severe lesions were seen only in poisoning by var. megapotamica and consisted of diphteroid necrosis. Both varieties produced livers that were almost always clearer than normal and slightly mottled. The histological lesions were necrosis and hemorrhages in the upper portion of the stomach mucosa, but necrosis of the parietal cells were more severe with var. megapotamica, being only slight with var. weirii. The mucosa of the small intestine only showed congestion and hemorrhages with var. weirii. The most important lesions were seen in the caecum, where there were hemorrhages and necrosis of the mucosa, and edema of the submucosa. Granulocytes were present, in most cases in small arnounts, but were generally more numerous with var. megapotamica, were some showed karyorrhexis; karyorrhexis was not seen after poisoning by var. weirii. In the initial part of the colon there were more hemorrhages and necrosis of the mucosa with var. weirii. However in the mucosa of the distal part of the colon and of the rectum, hemorrhages and necrosis with the presence of nuclear detritos (debris) on the surface of the mucosa, and necrosis with cariorrexia of the epithelial cells of the glands, were more common with var. megapotamica. Basically the sarne lesions were seen in the liver following poisoning by both varieties; there was severe tumefaction of the hepatic cells of the whole lobule, being especially severe in the periportal area. In the lymphatic tissue of the spleen and vermiform appendice of the caecum, necrosis characterized by cariorrexia of the lymphoid cells in the follicles, was produced by both varieties, but was more frequent and more pronounced with var. weirii. The two varieties, dried and milled, lost some of their toxicity, when kept in closed bottles; but when stored unmilled in cotton sacs, the plants kept their toxicity entirely. Rabbits, to which the two varieties were given, various times in sublethal doses with monthly intervals, did not adquire tolerance against the toxic properties of the plant.

Abstract in Portuguese:

As partes aéreas dessecadas e pulverizadas de Baccharis megapotamica Sprengel variedades megapotamica e weirii, plantas brasileiras conhecidas por conterem tricotecenos, foram administradas por via intragástrica a 68 coelhos, dos quais 42 morreram. O quadro clínico-patológico observado na intoxicação por ambas as variedades foi semelhante, porém a dose letal da var. megapotamica oscilou entre 2 e 4 g/kg, enquanto que a da var. weirii situou-se entre 0,34 e 0,68 g/kg, independentemente da fase de crescimento, do sexo da planta ou da procedência. Da mesma forma, a evolução nos casos fatais da intoxicação pela var. megapotamica foi mais longa (na maioria dos casos entre 7 e 32 horas) que a da var. weirii (geralmente menos de 15 horas). Na intoxicação pela var. megapotamica os principais sintomas foram anorexia e fezes alteradas, sobretudo diarréia, geralmente com presença de muco e sangue, já na intoxicação pela var. weirii havia também anorexia, porém a diarréia foi pouco freqüente e sem presença de muco ou sangue. Os achados de necropsia na intoxicação por ambas as variedades consistiram em avermelhamento da mucosa do estômago; ceco com áreas elevadas e rugosas, de coloração vermelho-escura, edema de parede e conteúdo líquido-pastoso; fígado mais claro e levemente mosqueado. Na intoxicação pela var. megapotamica havia ainda necrose difteróide no cólon e reto, enquanto que com a var. weirii observou-se avermelhamento da mucosa do intestino delgado. Histologicamente, havia, na intoxicação por ambas as variedades, necrose e hemorragias na parte superior da mucosa do estômago, porém necrose das células parietais foi bem mais acentuada na intoxicação pela var. megapotamica; no ceco, observaram-se hemorragias e necrose na mucosa, edema na submucosa e presença de polimorfonucleares que, na intoxicação pela var. megapotamica, em parte estavam em cariorrexia; no cólon, havia necrose e hemorragias, que na intoxicação pela var. weirii eram mais acentuadas na parte proximal, na intoxicação pela var. megapotamica eram mais acentuadas na parte distal e também presentes no reto; fígado com acentuada tumefação celular; no tecido linfóide (baço, apêndice vermiforme do ceco), necrose com cariorrexia, mais frequente e mais intensa na intoxicação pela var. weirii. Por 9 a 12 meses a planta dessecada inteira e em sacos de pano conservou integralmente a sua toxidez, porém quando guardada moída e em vidros de tampa plástica, perdeu um pouco de sua toxidez. Coelhos que receberam repetidamente doses subletais da planta, com intervalos mensais, não adquiriram tolerância à ação tóxica da planta.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV