Resultado da pesquisa (143)

Termo utilizado na pesquisa P.V.

#111 - Experimental poisoning of rabbits by Leucaena leucocephala (Leg. Mimosoideae)

Abstract in English:

The exclusive feeding of the fresh sprouts of Leucaena leucocephala to four rabbits, caused progressive loss of appetite, loss of weight, severe debility and death in all animals, in six to eight weeks after the beginning of the experiment; areas of alopecia were observed in three of them. At post-mortem examination, besides the cachexia and the areas of alopecia, enlargement of the thyroid was found in one animal. Histopathologic examination of the skin revealed atrophy and hyperkeratinization of the epidermis affecting also the hair follicles. In the kidney cortex distended uriniferous tubules, with their epithelial cells flattened and small foci of vacuolized epithelial cells or partially in lysis were observed. The liver parenchyme contained lipofuscine. Other four rabbits which, besides L. leucocephala ad libitum, received 40g/animal/day of a commercial ration, showed an irregular decrease in the ingestion of the plant, but maintained their initial weight during the whole experiment. In only one of these rabbits a slight alopecia was observed, but in all of them there was excessive loss of hair. None of these rabbits died, and no significant macro and microscopic changes were found after euthanasia. The control animals showed progressive weight gains.

Abstract in Portuguese:

A administração exclusiva da brotação fresca de Leucaena leucocephala a quatro coelhos, provocou progressiva diminuição do apetite, perda de peso, debilidade orgânica acentuada e morte entre 6 e 8 semanas desde o início do experimento em todos os animais; áreas de alopecia foram observadas em três deles. Os achados de necropsia foram, além das áreas de alopecia, caquexia e, em um, aumento da tireóide. Os exames histopatológicos revelaram lesões da pele sob forma de atrofia com hiperqueratinização da epiderme dos folículos pilosos; ainda foram observados no cortex renal dilatação dos túbulos uriátferos com achatamento das células epiteliais por excesso de líquido filtrado pobre em proteína e pequenos focos em que as células epiteliais estavam vacuolizadas e até em lise, e no fígado a presença de lipofuscina. Quatro coelhos que receberam além de L. leucocephala à vontade, 40 g/ cabeça/ dia de ração comercial, mostraram igualmente uma redução no consumo da planta, porém um tanto quanto irregular, entretanto os animais mantiveram seu peso inicial por todo período experimental; só em um desses coelhos houve leve alopecia, porém em todos os coelhos observou-se perda exagerada de pêlos e que estes soltavam com maior facilidade quando levemente tracionados. Nenhum desses coelhos morreu, e após sacrificados, não se constataram alterações macro e microscópicas dignas de nota. Os coelhos controles aumentaram progressivamente seu peso.


#112 - Complementary clinical-pathological aspects of poisoning by some Brazilian toxic plants

Abstract in English:

The greater toxicity of the fruits when compareci to that of the leaves of Palicourea marcgravii was confirmed by experiments in rabbits. In a case of natural poisoning by Palicourea marcgravii in cattle, focal regressive-proliferative heart lesions were observed, indicating that this kind of lesion may occur also in this animal species, in the sarne way as it was observed in sheep. The lethal dosis of the fresh leaves of Palicourea juruana for cattle was shown to be 2 g/kg. lt was not possible to poison bovines with the dried leaves of Arrabidaea bilabiata. Great variation in the toxicity of the fresh leaves of Mascagnia rigida was shown, and it was not possible to poison bovines with the dried leaves. Experiments in bovines showed that Cestrum laevigatum did not lose its toxicity at least for one year after collection, when it was dried in the shade and kept in cloth bags at room temperature. The diagnosis of poisoning by Cestrum laevigatum in buffalos and goats means that they should be included among the animal species sensible and subject to natural poisoning by this plant, under conditions similar as in cattle. The toxicity of the fresh sprouts and leaves of Cestrum laevigatum var. puberulum was demonstrated by experiments in bovines, causing a sinillar clinical-pathological picture as that caused by Cestrum laevigatum, under sinillar conditions and with similar doses. The dried leaves of Thiloa glaucocarpa were toxic. lt was not possible to reproduce symptoms of poisoning by the administration of rutine, a compound that was isolated in high concentrations from the pods of Dimorphandra mollis. It was not possible to prevent the development or reverse the calcification of the soft tissues of a bovine when leaves of Solanum malacoxylon and a drug with chelated phycoloids were administered simultaneously. The leaves of Manihot glaziovii were shown to be poisonous to bovines. By experiments in bovines the toxicity of Schultesia guianensis was demonstrated. It was shown, that the various "embiras" frequently suspected to poison cattle and sheep can not be considered as poisonous plants of importance to the farmer, as they do not cause the symptoms which are ascribed to them, being unpalatable and only causing diarrhoea.

Abstract in Portuguese:

Através de experimentos em coelhos foi compravado que os frutos são mais tóxicos que as folhas de P. marcgravii. Foi verificado que a dose letal das folhas frescas de Palicourea juruana é de 2 g/kg para bovinos. Em um caso de intoxicação espontânea por Palicourea marcgravii em bovino, foram verificadas alterações cardíacas focais de natureza regressivo- proliferativa, indicando que esta lesão também possa ocorrer nesta espécie animal, da maneira como foi observada em ovinos. Não se conseguiu intoxicar bovinos com as folhas dessecadas de Arrabidaea bilabiata. Ficou mais uma vez patente a grande variação da toxidez das folhas frescas de Mascagnia rigida; não foi possível intoxicar bovinos com as folhas dessecadas. Experimentos em bovinos demonstraram que as folhas dessecadas de Cestrum laevigatum não perdem a toxidez durante pelo menos um ano após a sua coleta,quando desssecadas à sombra e guardadas em sacos de pano, à temperatura ambiente. O diagnóstico da intoxicação por Cestrum laevigatum em búfalos e em cabras permite incluí-los entre as espécies animais sensíveis e sujeitas à intoxicação espontânea por esta planta, sob condições semelliantes às que ocorrem em bovinos. Experimentos em bovinos demonstraram a toxidez da brotação e das folhas frescas de Cestrum laevigatum var. puberulum, que causa quadro clínico-patológico semelhante ao provocado por Cestrum laevigatum, em condições e com doses semelhantes. Através de experimentos em bovinos verificou-se que as folhas dessecadas de·Thiloa glaucocarpa continuam tóxicas. Não se conseguiram reproduzir, em bovinos, os sintomas de intoxicação por Dimorphandra mollis pela administração de rutina, substância encontrada em elevada percentagem nas favas dessa árvore. Não foi possível impedir o desenvolvimento ou promover a regressão das lesões de calcificação dos tecidos moles em bovino quando administrados simultâneamente folhas de Solanum malacoxylon e um produto à base de ficocolóides quelados. Demonstrou-se, para bovinos, a toxidez das folhas de Mánihot glaziovii. Experimentos em bovinos estabeleceram a toxidez de Scbultesia guianensis. Foi demonstrado que as diversas "embiras", plantas frequentemente acusadas como causa de intoxicação em bovinos e. ovinos, não causam os sintomas atribuídas a elas, mas apenas diarréia; além disso possuem má palatabilidade, portanto não devem ser enquadradas entre as plantas tóxicas de interesse pecuário.


#113 - Experimental poisoning of sheep by Pseudocalymma elegans (Bignoniaceae)

Abstract in English:

The fresh leaves of Pseudocalymma elegans (Vell.) Kuhlm., a poisonous liane for cattle, were also toxic for sheep when administered orally. The lethal dose was 1,5 grams of the fresh plant per kilogram of body weight. The dried plant was also toxic, but the lethal dose was 1 g/kg, corresponding to 3 g/kg of the fresh plant. In experiments where sheep were given repeated daily doses of 1/5, 1/10 and 1/20 of the lethal dose of dried leaves of P. elegans, a pronounced cumulative toxic effect was noted with daily quantities of 1/5, a moderate cumulative toxic effect with daily doses of 1/10, and only a slight one with daily doses of 1/20 of the lethal dose. The subsequent administration of a single lethal dose to surviving sheep of these experiments showed that the plant did not induce tolerance or immunity to the toxic properties of the plant. P. elegans caused the clinical and pathological symptoms of "sudden death", that is, a poisoning of peracute course, which lasted from a few minutes up to 24 minutes in one case. Symptoms and death of the sheep could be caused or precipitated by exercise. In experiments with both single and repeated administrations of fractions of the lethal dose, a few sheep exibited short lasting symptoms of poisoning during exercise prior to death. The symptoms of poisoning of sheep by P. elegans were, in order of appearance: reluctance to walk, dyspnea, tachycardia, difficulty in remaining standing, generalized muscular tremors, sometimes the animal laid down or fell to the ground, opisthotonus, generalized contractions and death. Post-mortem examination only revealed pulmonary edema in sheep fed repeated fractions of the lethal dose. This occurred in 5 of the 8 sheep which died in these experiments. Histological studies revealed alterations mainly in liver, kidney, heart and lungs. The nature of these changes were circulatory, regressive, inflammatory and proliferative in the heart, circulatory and regressive in the kidney, regressive in the liver and circulatory in the lungs. Changes in the kidney and liver showed no difference in nature or incidence between sheep receiving the plant once or repeatedly. But heart lesions, mainly those of proliferative nature, and changes in the lungs, were seen principally in the sheep from experiments with repeated administrations of fractions of the lethal dose.

Abstract in Portuguese:

As folhas de Pseudocalymma elegans (Vell.) Kuhlm., planta tóxica para bovinos, também se revelaram tóxicas para ovinos, quando administradas experimentalmente por via oral, tanto em estado fresco como dessecado. A dose letal da planta fresca foi 1,5 g/kg. A dose letal da planta dessecada foi 1g/kg, que corresponde a 3 g/kg da planta fresca. Administrações diárias de frações da dose letal demonstraram que, para ovinos, a planta dessecada tem acentuado efeito acumulativo nas dosagens de 1/5 da dose letal, moderado nas de 1/10 da dose letal e somente leve nas de 1/20 da dose letal; entretanto a planta não induz tolerância ou imunidade. Nos ovinos a planta provocou o quadro clínico-patológico da "morte súbita", isto é, uma intoxicação de evolução superaguda, com duração de minutos, no máximo de 24 minutos. Os sintomas e a morte dos animais puderam ser provocados ou precipitados pelo exercício. Tanto nos experimentos de administrações únicas como nos de administrações repetidas de frações da dose letal, alguns animais mostraram sintomas em exercícios anteriores àquele que culminou com a morte. Os sintomas observados foram, na seqüência em que apareceram, relutância em correr, dispnéia, taquicardia, dificuldade de ficar em pé, tremores musculares generalizados, às vezes o animal se deitava, às vezes caía ao chão, opistotono, contrações generalizadas e morte. Achados de necropsia consistentes foram verificados somente em 5 dos 8 ovinos que receberam administrações repetidas de frações da dose letal, sob forma de edema pulmonar. Histologicamente observaram-se, no coração, alterações de natureza circulatória, regressiva, inflamatória e proliferativa, no rim de natureza circulatória e regressiva, no fígado de natureza regressiva e no pulmão de natureza circulatória. As alterações renais e hepáticas mantiveram uniformidade em natureza e incidência, porém as alterações cardíacas, sobretudo as de natureza proliferativa, e as pulmonares, foram encontradas principalmente nos ovinos nos experimentos de administrações repetidas de frações da dose letal.


#114 - Experimental poisoning by Piptadenia macrocarpa (Leg. Mimosoideae) in bovines

Abstract in English:

Piptadenia macrocarpa Benth. [Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan), a tree of northeastern Brazil, with the common name "angico preto", is told to be toxic for cattle, mainly if the leaves are in the wilting stage. ln order to test its toxicity, the fresh, wilted and dried leaves, collected from several sites, were given orally to bovines. The smallest dosis which caused death (in one of four animals) was 10g of the fresh leaves per kg of body weight. Doses of 13.9 g/kg or higher caused death in all exposed animals. The clinical course in five animals which died was peracute (1h 47min to 6h 36min); a 6th animal survived 11 days after the onset of clinical sigos. In dried form leaves caused poisoning in two of five experimental animals, one showing severe symptoms but recovered, the other died. The clinical sigos observed at the end of the administration of the plant material or shortly after consisted of difficulty in chewing, instability, difficulties in locomotion, muscular tremors, lassitude, somnolence, falling down, pronounced dyspnea, with difficulties of inspiration and slight to moderate meteorism. The maio post-mortem finding was the presence of the administered leaves of P. macroca,pa, yet recognizable, at the entrance of the rumen. Only in the animal which showed a clinical course of 11 days histologic changes were found. These consisted of coagulative necrosis (red neurons) affecting focal areas of the cerebral cortex and beginning malacia. The leaves gave a positive test with picric-sodium paper for prussic acid, but the reactions were slow and varied in intensity. It was concluded that P. macrocarpa is a cyanogenic plant and could cause death in cattle when the animals have access to the leaves.

Abstract in Portuguese:

Pelos históricos obtidos no Nordeste, a árvore Piptadenia macrocarpa Benth. [Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan], com nome popular de "angico preto", é suspeita de causar mortes em bovinos, sobretudo quando suas folhas estiverem murchas. Para verificar a sua toxidez, as folhas, em estado fresco, murcho ou dessecado e de diversas procedências, foram administradas por via oral a bovinos. Somente as procedentes de árvores de Pimenteiras, Piauí, depois cultivadas na área do Km 47, município de Itaguaí, RJ, se revelaram tóxicas, tanto frescas como murchas, não se conseguindo demonstrar diferença de toxidez entre elas. Apenas um dos quatro animais que receberam a dose de 10g/kg, morreram. Já doses a partir de 13,9 g/kg causaram a morte de todos os animais. Os bovinos que adoeceram mais do que levemente, morreram. A evolução nos casos fatais foi de 1h 47 mio a 6h 36min; um animal, excepcionalmente, apresentou curso clínico de 11 dias. A planta dessecada também causou intoxicação em dois dos cinco animais; um dêles adoeceu gravemente, mas se recuperou, o outro foi à óbito. Os sintomas observados já no final ou minutos após a administração consistiram em dificuldade na deglutição, instabilidade, andar desequilibrado, dificuldade de locomoção, tremores musculares, lassidão, sonolência, queda, dispnéia acentuada, marcada dificuldade inspiratória e leve a moderado timpanismo. O principal achado de necropsia foi a presença da planta ainda reconhecível na parte crânio-ventral do rúmen. Com uma exceção, não foram encontradas alterações histológicas significativas. No animal que teve evolução de 11 dias, foi verificada necrose de coagulação do córtex cerebral, de distribuição focal ou por vezes extensivas, acompanhada de malácia incipiente. As folhas, submetidas à prova do papel picro-sódico, deram resultados positivos para o ácido cianídrico, porém as reações foram lentas e variáveis. Concluiu-se que P. macrocarpa é planta tóxica de ação cianogênica que pode causar mortes em bovinos quando eles têm acesso às folhas da árvore.


#115 - Occurrence of inherited parakeratosis (lethal trait A-46) in Brazil)

Abstract in English:

Evidence of the existence of inherited parakeratosis (lethal trait A-46) in Holstein calves in southeastern Brazil is presented. Affected animals were normal at birth and about 2 months later showed alopecia and crusts around the muzzle, eyes and ears, at the limbs, axillae and dorsal cervical region. Some calves showed salivation, diarrhoea and signs of pneumonia. Two animals were treated with either zinc sulphate or zinc oxide and their condition improved after one week. Total recovery occurred after 7 weeks treatment. Suspension of zinc administration caused recurrence of the clinical signs and the lesions. Analysis of zinc in blood serum and hair revealed very low levels in untreated calves and normal levels in the calves treated with zinc. Post-mortem examination revealed lesions of the esophagus, epiglottis and glottis besides the ones at the skin. Two necropsied calves had bronchopneumonia and one of them, in which this alteration was searched for, showed pronounced thymus atrophy. Histologically the skin showed parakeratosis, hyperkaratosis end acanthosis. The final diagnosis was based on epidemiological, clinical, gross and microscopic data together with the low serum zinc levels, according to the description of inherited parakeratosis. The detection of the disease is particularly significant because of the high risk of its spreading throμgh the trade of carrier animals or semen from carrier bulis.

Abstract in Portuguese:

São apresentadas evidências cfu presença de paraqueratose heréditária (linhagem letal A-46) em bezerros da raça holandesa no Brasil. Na Região Sudeste, a partir de 1973 começaram a aparecer casos de bezerros que, em meio às mesmas condições alimentares e de manejo dos bezerros não afetados, apresentavam lesões de pele progressivas e sempre morriam dentro de poucas semanas, independentemente do tipo de tratamento instituído. Os animais afetados eram normais ao nascer e em torno dos 2 meses de idade desenvolviam alopecia, formação de crostas em torno do focinho, olhos, base das orelhas, extremidades, axilas e região cervical dorsal. Em parte dos casos observaram-se sialorréia, diarréia e sinais de broncopneumonia. Dois animais foram tratados com sulfato ou óxido de zinco e evidenciaram melhoras a partir de uma semana, com recuperação total ao cabo de 7 semanas. Com a suspensão das adminis- trações de zinco, os sintomas e lesões recrudesceram. A dosagem dos teores de zinco no soro sangüíneo e pêlo mostraram concentrações muito baixas antes dos animais serem tratados e teores normais depois de iniciado o tratamento. À necropsia, além das lesões de pele, observaram-se, em um animal, úlceras recobertas de fibrina na mucosa oral e em outro, também na epiglote, glote e esôfago; dois animais necropsiados apresentaram broncopneumonia e um deles, no qual se atentou para essa alteração, acentuada atrofia do timo. Ao exame histológico da pele havia paraqueratose hiperqueratótica e acantose. O diagnóstico baseou-se nos dados epidemiológicos, clínicos, anátomo e histopatológicos e nas análises de zinco no soro, que estão de acordo com os descritos na literatura para a paraqueratose hereditária. A constatação da presença dessa enfermidade tem seu principal significado no risco de disseminação através da venda de sêmen ou de animais portadores, o que infelizmente já vem ocorrendo na Região Sudeste do Brasil.


#116 - Experimental poisoning of sheep by Nerium oleander (Apocinaceae)

Abstract in English:

The fresh leaves of Nerium oleander were administered orally to 14 adult sheep. Toe lethal dosis varied from 0,5 to 1 g/kg. Toe first symptoms of poisoning, in the animals that died, were observed between 1h 45min and 7h 15min, and death occurred between 6h 20min and 52h 50 min after the plant was given. The symptoms were tachypnea, dyspnea, tachycardia, irregular heart rate, ruminal atonia and acidosis. Also observed were apathy, lack of apetite, slight and generalized muscular tremors, frequent urination and defecation. Post-mortem findings were of little significance. Histological exarninations revealed coagulative necrosis affecting large areas of the cardiac muscle and the conductive system (Purkinje cells), and necrosis with inflammatory predominantly neutrophilic inftltration in the mucosa of the forestomachs.

Abstract in Portuguese:

As folhas frescas de Nerium oleander foram administradas manualmente por via oral a 14 ovinos adultos. A dose letal variou entre 0,5 e 1 g/kg. Os primeiros sintomas nos animais que morreram, foram observados entre 1h 45min e 7h 15min, e a morte sobreveio entre 6h 20min e 52h 50min após a administração da planta. A sintomatologia caracterizou-se por taquipnéia, dispnéia, taquicardia, arritmia cardíaca, atonia e acidose ruminais. Também houve apatia, inapetência, tremores musculares leves e generalizados, micções e defecações freqüentes. Os achados de necropsia foram pouco significativos. Ao exame histológico observaram-se necrose coagulativa envolvendo grandes áreas do músculo cardíaco e o sistema de condução (células de Purkinje), e necrose com infiltração inflamatória predominantemente neutrócitária na mucosa dos pré-estômagos.


#117 - Experimental poisoning of horses by Palicourea marcgravii (Rubiaceae)

Abstract in English:

Fresh leaves of Palicourea marcgravii St. Hil., the most important poisonous plant for cattle in Brazil, containing monofluoroacetic acid as its toxic principle, were given orally to 8 horses in doses ranging from 0.15 to 2 g/kg. The lethal dosis found was 0.6 to 1.0 g/kg. The symptoms of poisoning by P. marcgravii in the horse were characterized mainly by nervous manifestations as intense sweating, restlessness, tremors, abrupt involuntary movements of the head or the whole body, instability, incoordination and flacid lips; less evident were signs of cardiac insufficiency as positive venous pulse, congested conjuntiva and laborious respiration. The clinical course of the poisoning ranged from 10 to 43 hours, different as observed in cattle, in which poisoning by P. marcgravii is characterized by sudden death due to an acute cardiac insufficiency. Also contrary to what is seen in cattle, exercise in general had not much influence on the course of the poisoning in the horse. Post-mortem findings in the horse were, as in cattle, practically negative. The most important histological lesions were necrosis of the epithelial cells of the uriniferous tubules with. picnosis of the nucleus and vacuolization of the cytoplasm, frequently evolving to lysis; these lesions were more marked and extensive than those observed in cattle. There are no case histories of poisoning in horses by P. marcgravii under natural conditions.

Abstract in Portuguese:

As folhas frescas recém-colhidas de Palicourea marcgravii St. Hil., a planta tóxica de interesse pecuário mais importante para bovinos no Brasil, e cujo princípio tóxico é o ácido monofluoroacético, foram administradas, por via oral, a 8 eqüinos, em doses de 0,15 a 2 g/kg. A dose letal encontrada variou de 0,6 a 1 g/kg. O quadro clínico de intoxicação por P. marcgravii em eqüinos foi caracterizado por sintomatologia nervosa como sudorese intensa, inquietação, tremores, movimentos abruptos involuntários da cabeça ou afetando todo o corpo (tiques), instabilidade e incoordenação, lábio inferior flácido, e por sinais de insuficiência cardíaca, como pulso venoso positivo, conjuntivas congestas, respiração ofegante, com predominância da sintomatologia nervosa. A evolução foi de 10 a 43 horas, diferente do que é observado em bovinos, nos quais a intoxicação por essa planta é caracterizada por "morte súbita" devido a insuficiência cardíaca aguda. Ao contrário do que ocorre nos bovinos, em eqüinos, o exercício, em eral, não tinha muita influência sobre a evolução da intoxicação. Os achados de necropsia foram, como nos bovinos, praticamente negativos. As alterações histológicas mais importantes e constantes foram necrose das células epiteliais dos túbulos urinfferos, caracterizada por picnose nuclear e vacuolização citoplasmática com freqüente evolução para lise, lesão esta bem mais grave e extensa do que a dos bovinos. Não há relatos da intoxicação natural por p. marcgravii em eqüinos.


#118 - Experimental poisoning of sheep by Baccharis megapotamica var. megapotamica e var. weirii (Compositae)

Abstract in English:

The shoots of Baccharis megapotamica var. megapotamica, collected in Santa Maria, Rio Grande do Sul, and the mature flowerless plant of the variety weirii, collected in Lages, Santa Catarina, were shown to be poisonous to sheép. Var. megapotamica was given orally in single doses to 12 sheep, and similarly, var. weirii to 8 sheep. The lethal dosis was between 10 and 15 g/kg for var. megapotamica and 2 to 3 g/kg for var. weirii. Thus var. weirii was approximately 5 times as toxic as var. megapotamica. First symptoms were observed from 4h15min to 9h20min after administration of var. megapotamica and from 4h10min to 9h after var. weirii was given. The total period from ingestion of the plant to the animal's death was 23h55min to 71h10min with var. megapotamica and 36h25min to 105h55min with var. weirii. The clinical-pathological manifestations of poisoning were similar for both varieties, affected the digestive tract and were of acute progression. The main symptoms were anorexia, ruminal atonia, tachycardia and tachypnoea. Restlessness, depression, muscular tremors, volumous abdomen, dehydration, sialorrhoea and modification of faeces consistency were observed, as well as hypothennia in the terminal phase. Post-mortem findings were oedema in the wall of the rumen and reticulum (mainly in poisoning by var. weirii) and congestion of the mucosa of the rumen, reticulum, abomasum and parts of the small and large intestine. These effects were more severe in poisoning by var. weirii than by var. megapotamica. Histological observations were severe necrosis of the epithelium of the rumen and reticulum, slight to severe necrosis of the abomasal epithelium (only in the poisoning by var. weirii) and necrosis of the lymphocytic elements 'in the lymphoid tissue of the spleen, mesenteric lympho nodes and Peyer's patches (mainly in poisóning by the var. megapotamica). To date, occurrence of natural poisoning of sheep by this plant has been registered only once, that by var. weirii in Santa Catarina. Some data on poisonous plants to sheep in Latin America through a literature review are presented. Aspects of the poisonous action of trichothecenes and B. megapotamica var. megapotamica and var. weini are discussed.

Abstract in Portuguese:

Em experimentos realizados com as partes aéreas frescas de Baccharis megapotamica var. megapotamica, quando em brotação, colhida em Santa Maria, RS, e da var. weirii, quando adulta sem inflorescência, colhida em Lages, SC, foi demonstrado que os ovinos são sensíveis à intoxicação pelas duas variedades. Realizaram-se administrações únicas, por via oral, com a var. megapotamica em 12 ovinos e com a var. weirii em 8 ovinos. A dose letal oscilou entre 10 e 15 g/kg para a var. megapotamica e entre 2 e 3 g/kg para a var. weirii. Portanto, a var. weirü foi aproximadamente 5 vezes mais tóxica que a var. megapotamica. Os primeiros sintomas foram observados, nos animais que morreram, de 4h15min a 9h20min após a administração da planta na intoxicação pela var. megapotamica e de 4h10min a 9h00min na intoxicação pela var. weirii. O prazo total entre a administração da planta e a morte dos animais sobreveio num período de 23h55min a 71hl0min na intoxicação pela var. megapotamica e de 36h25min a 105h55min na intoxicação pela var. weirii. O quadro clínico-patológico foi semelhante na intoxicação pelas duas variedades, caracterizando-se por perturbações do trato digestivo e evolução aguda. Os principais sintomas foram anorexia, atonia ruminal, taquicardia e taquipnéia; também houve inquietação, de pressão, tremores musculares, abdômen volumoso, desidratação, sialorréia, modificações na consistência das fezes e hipotermia na fase terminal. Os achados de necropsia consistiram em edema da parede do rúmem e retículo (principalmente na intoxicação pela var. weirii) e congestão da mucosa do rúmen, retículo, abomaso e segmentos dos intestinos delgado e grosso. Na intoxicação pela var. weirii os achados de necropsia foram levemente mais acentuados do que na intoxicação pela var. megapotamica. Histologicamente observou-se no rúmen e retículo, acentuada necrose do epitélio, no abomaso, leve até acentuada necrose do epitélio (somente na intoxicação pela var. weiriz) e no tecido linfóide (baço, linfonodos mesentéricos e placas de Peyer), necrose dos elementos linfocitários (principalmente na intoxicação pela var. megapotamica). Até o momento só existem históricos e o estudo da ocorrência de um caso de intoxicação natural, em ovinos, pela var. weirii, no Estado de Santa Catarina. São apresentados dados obtidos através de revisão de literatura sobre as plantas tóxicas da América Latina que afetam ovinos. São discutidos alguns aspectos sobre a ação tóxica dos tricotecenos e B. megapotamica var. megapotamica e var. weirii.


#119 - Naturally occurring Amaranthus spinosus (Amaranthaceae) poisoning in cattle

Abstract in English:

Cases of spontaneous poisoning by Amaranthus spinosus in cattle are described. The disease occurred in late summer during a severe drought. The clinical sigos appeared 30 days after 35 adult cows and 20 yearling calves were introduced into a 15 ha maize plantation heavily infested by Amaranthus spinosus. Eleven cows and 8 calves showed clinical sigos; all but one calf died within 3-7 days. Clinical sigos were depression, anorexia, marked weight loss, foul-smelling diarrhea occasionally tinged with blood, and subcutaneous oedema of the dependent parts. Subacute cases showed a distended abdomen, were reluctant to stand and walked with difficulty. Sloughing of the hooves occurred in some animals. The main post-mortem findings in 5 bovines consisted of moderately pale and swollen kidneys, perirenal oedema and varying degrees of oedema in several tissues and cavities. In some cases petechiae and suffusions were associated with the subcutaneous oedema. Changes in the mucosa of the digestive system included necrotic glossitis, oesophagitis and pharyngitis, abomasal hemorrhages and button-like ulcerations in the large intestine. The contents of ileum, colon and rectum were blood stained. Hemorrhagic diathesis was apparent by the presence of intra-abdominal haematomas. Histologically there was marked tubular nephrosis associated with epithelial regeneration and hyalin intra-tubular casts. The mucosal lesions consisted of large necrotic areas in the epithelium which extended into the lamina propria and were associated with inflammatory reaction with massive infiltrations of mastocytes. The omasal mucosa had selective necrosis of the basal layer cells. The diagnosis was based upon epidemiological and clinical data, post-mortem findings and histopatholog. The morphology and pathogenesis of the lesions are discussed and compared with other reported cases of Amaranthus spp poisoning and other nephrotoxicoses. It is suggested that renal failure was the primary lesion which triggered the other changes.

Abstract in Portuguese:

É descrita a ocorrência de casos de intoxicação espontânea por Amaranthus spinosus em bovinos. A doença ocorreu ao final do verão, durante um período de forte estiagem. Os sinais clínicos iniciaram-se 30 dias após a introdução de 35 vacas adultas e 20 temeiros de sobreano numa invernada de 15 hectares, Adoeceram 11 vacas e 8 terneiros. Destes, morreram as 11 vacas e 7 terneiros, após um curso clínico de 3 a 7 dias, caracterizado por depressão, anorexia, perda de peso acentuada, diarreia malcheirosa, ocasionalmente hemorrágica, e edemas subcutâneos de declive. Animais com evolução clínica mais longa permaneciam deitados por longos períodos e andavam com dificuldade. Houve desprendimento dos cascos em alguns animais. As principais lesões macroscópicas, em 5 animais necropsiados, consistiram de rins moderadamente tumefeitos e pálidos, edema perirrenal e em vários outros tecidos e cavidades orgânicas. Em parte dos casos, edema subcutâneo ocorria associado a petéquias e sufusões. Alterações das mucosas do sistema digestivo consistiam de glossite, faringite e esofagite necróticas, hemorragias no abomaso e úlceras botonosas no intestino grosso. O conteúdo do íleo, cólon e reto era sanguinolento. Tendência hemorragípara era . aparente também pela presença de hematomas intra-abdominais. Histologicamente, havia nefrose tubular acentuada, alterações regenerativas do epitélio tubular e cilindros hialinos e granulares intraluminais. As lesões da mucosa gastrintestinal incluíam necrose do epitélio que se estendia à lâmina própria, associada à reação inflamatória rica em mastócitos. A mucosa do omaso apresentava necrose seletiva do epitélio da camada basal. O diagnóstico foi baseado em dados epidemiológicos, clínicos, de necropsias e histopatológicos. A morfologia e a patogenia das lesões são discutidas e comparadas com outros casos relatados de intoxicação por Amaranthus spp e outras nefrotoxicoses. É sugerido que a insuficiência renal foi o distúrbio primário que desencadeou as outras alterações.


#120 - Experimental poisoning of goats by Pseudocalymma elegans (Bignoniaceae)

Abstract in English:

The sprouts of Pseudocalymma elegans (Vell.) Kuhlm., a liane known to be toxic to cattle in the State of Rio de Janeiro, were found to be toxic also for goats. The smallest dose of the plant administered orally, which caused death of all goats, was 1 g/kg (5 animals). One out of 4 goats died when fed 0.75 g/kg and one of 5 goats given 0.5 g/kg. The experiments suggest that young animals are more sensitive. AH but one animal that showed symptoms of poisoning, died. Both symptoms and death occurred in most goats when exercised. The course of the poisoning varied from 6 minutes to 3 days. The symptoms of poisoning by P. elegans in goats were reluctance to walk, sternal decubitus, dispnea, frequent bleating, muscular tremors, lateral decubitus and death. Exercise was found to always aggravate symptoms. Post-mortem examinations revealed no significant lesions. Histopathological studies generally showed lesions in heart, liver and kidney. Necrosis of heart fibers were seen in the myocardium of 2 goats, accompanied by macrophages and in one case by fibroblasts. Vacuolization was seen in most livers. ln the kidney hydropic-vacuolar degeneration of the epithelial cells of the proximal convoluted tubules was seen in 3 cases and coagulative necrosis of the tubules in the cortex of one case.

Abstract in Portuguese:

Foi confirmada também para caprinos a toxidez da brotação de Pseudocalymma elegans (Vell.) Kuhlm., planta tóxica de interesse pecuário para bovinos no Estado do Rio de Janeiro. A menor dose da brotação fresca, administrada por via oral, que causou a morte de todos os caprinos, foi 1 g/kg (5 animais). Ainda morreram um de 4 caprinos que tinham ingerido 0,75 g/kg e um de 5 caprinos que tinham recebido 0,5 g/kg. Os experimentos sugerem que animais jovens são mais sensíveis a essa intoxicação. Todos os animais que mostraram sintomas, com exceção de um, morreram. Os sintomas de intoxicação e a morte dos caprinos apareceram, na grande maioria dos casos. Após exercício a que os animais experimentais eram submetidos 2 vezes ao dia, a partir de aproximadamente 15 horas após a ingestão da planta. Além disto, o exercício, toda vez que era aplicado, também acentuava a sintomatologia, uma vez manifestada. A evolução clínica da intoxicação por P. elegans em caprinos variou de 6 minutos a 3 dias. Os sintomas observados foram relutância em andar, decúbito esterno-abdominal, dispnéia, freqüentes balidos, tremores musculares, ducúbito lateral e morte. Não foram verificados achados de necropsia significantes. Os exames histopatológicos revelaram alterações no coração, fígado e rim. No miocárdio observaram-se áreas de necrose de coagulação em 2 dos 8 caprinos mortos, com presença de macrófagos, e em um adicionalmente com presença de fibroblastos. No fígado observou-se, na maioria dos casos, vacuolização de hepatócitos. No rim foi observada degeneração hidrópico-vacuolar das células·epiteliais dos túbulos contornados distais em 3 animais, e necrose de coagulação tubular no córtex de um.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV