Abstract in English:
We report a case of a free-ranging five-month wildcat with bilateral hind limbs paralysis since birth due to a segmental lumbar spinal cord aplasia. The species confirmation of the southern tiger cat (Leopardus guttulus) was determined by genetic sequencing. This southern tiger cat native to Brazil had autophagy in both pelvic limbs during the initial phase of hospitalization, followed by a right tibial fracture with bone exposition. Euthanasia was chosen due to animal welfare and submitted for postmortem examination. Grossly, there was an 8.5cm in-length segmental interruption of the spinal cord between the third and fifth lumbar vertebrae, with a lack of spinal cord tissue and collapsed associated dura mater. Microscopically, the representative sections of the L3 to L5 spinal cord had only .an irregular trace of gray matter adhered to the meninges (lumbar spinal cord aplasia) In the region of L6, a focally extensive, cystic, and well-defined tubular cavitation was noted dorsally to the central canal, replacing and compressing the adjacent nervous tissue (syringomyelia). Metagenomics examination did not detect any virus responsible for the presented spinal cord malformations. This seems to be the first description of segmental spinal cord aplasia reported in a wild feline.
Abstract in Portuguese:
O objetivo do presente relato foi descrever um caso de aplasia segmentar da medula espinhal lombar em um felino silvestre, com aproximadamente cinco meses, resgatado de seu ambiente natural, apresentando paralisia bilateral dos membros posteriores. A espécie gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus) foi determinada por sequenciamento genético. Após curto período de hospitalização, iniciou autofagia de ambos os membros pélvicos, seguido de fratura com exposição óssea. Optou-se pela eutanásia e o cadáver foi encaminhado ao Setor de Anatomia Patológica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro para necropsia. Macroscopicamente, havia uma interrupção segmentar grave da medula espinhal entre a terceira e a quinta vértebras lombares, medindo 8,5cm de comprimento, com resquícios de tecido nervoso e com meninges colapsadas. Ao exame histológico, em seções da medula espinhal na região de L3 a L5, .havia apenas vestígio de tecido nervoso aderido às meninges, morfologicamente compatível com substância cinzenta (aplasia de medula espinhal lombar). Na região de L6 notou-se áreas multifocais com cavitações tubulares, císticas e bem delimitadas, dorsalmente ao canal central substituindo e comprimindo o tecido nervoso adjacente (siringomielia). O exame de metagenômica não detectou qualquer vírus responsável pelas malformações da medula espinhal. Com base no histórico, sinais clínicos, necropsia e achados histológicos, o diagnóstico de aplasia segmentar grave com siringomielia foi estabelecido em um L. guttulus.
Abstract in English:
Oral lesions are common problems in feline medicine worldwide, and may be associated with different causes, such as infectious agents. There are only a few studies reporting the chief oral diseases and the results for retrovirus tests in shelter cats in Brazil, especially in the South region. This study aimed to identify the main inflammatory oral lesions in shelter cats and verify the test results for feline immunodeficiency virus (FIV) and feline leukemia virus (FeLV) infections. Forty-three felines from private shelters in the central region of Rio Grande do Sul state (RS) that presented clinically evident oral lesions, regardless of age, breed, sex, and neuter status, were used in this survey. Serological tests for FIV and FeLV were performed in all cats, and data regarding the rearing system were collected. Sixteen cats (37.2%) were reared in a free system, whereas 27 (62.8%) were kept under a restrict system. Of the 43 cats with oral lesions, 29 (67.44%) presented only one type of lesion, characterized as periodontitis (n=22, 51.16%), followed by gingivitis (n=6, 13.95%), and stomatitis (n=1, 2.32%). Concomitant stomatitis and periodontitis were found in the 14 remaining cats (100%). With respect to the test results for retrovirus infections, nine (20.93%) of the 43 felines were positive for FIV alone. Co-infection with both viruses was observed in seven cats (16.28%). No cat was seropositive for FeLV valone. None of the six cats that presented gingivitis was positive for FIV and FeLV; one cat with stomatitis was positive for FIV and FeLV; of the 22 cats with periodontitis, six (27.27%) were FIV positive and two (9.09%) were FIV/FeLV positive; and of the 14 cats that presented stomatitis and periodontitis, three (21.43%) were FIV positive and four (28.57%) were FIV/FeLV positive. As for diagnosis, 28 cats (65.1%) presented solely periodontal disease (PD), one cat (2.32%) had feline chronic gingivostomatitis (FCG) alone, and 14 (32.5%) had both PD and FCG. The results obtained show that the main oral lesions found in shelter cats in the central region of RS were gingivitis, stomatitis, and periodontitis. Periodontitis, in association or not with stomatitis, was the most frequently observed oral cavity lesion in FIV- and/or FeLV-positive cats. Other factors may contribute to installation of inflammatory oral diseases in shelter cats because most cats with oral cavity lesions tested negative for retrovirus infections.
Abstract in Portuguese:
As afecções orais são problemas comuns em medicina felina em diferentes locais do mundo e podem estar relacionadas a diferentes causas, como agentes infecciosos. Poucos estudos foram encontrados no Brasil sobre o levantamento das principais doenças orais e dos resultados de testes para retrovírus em gatos de abrigos, principalmente na região Sul. Diante disso, o objetivo deste artigo foi identificar as principais afecções orais inflamatórias em gatos de abrigos e verificar os resultados dos testes para o vírus da imunodeficiência felina (FIV) e o vírus da leucemia felina (FeLV). Foram incluídos 43 felinos provenientes de abrigos privados localizados na região central do Rio Grande do Sul (RS) que apresentavam lesões orais clinicamente evidentes, independente de idade, raça, gênero e estado reprodutivo. Em todos os gatos foram realizados testes sorológicos para FIV e FeLV e obtidas informações referentes ao sistema de criação. Em 16 gatos (37,2%), o sistema de criação era livre, enquanto em 27 (62,8%) era restrito. Dos 43 gatos com lesões orais, em 29 (67,44%) foi verificado somente um tipo de lesão, caracterizado como periodontite (n=22, 51,16%), seguido de gengivite (n=6, 13,95%) e estomatite (n=1, 2,32%). Lesões concomitantes de estomatite e periodontite foram encontradas nos 14 gatos (100%) restantes. Quanto aos resultados dos testes para retrovírus, nove (20,93%) dos 43 felinos testados, foram positivos somente para FIV. Em sete gatos (16,28%) foi observada coinfecção pelos dois vírus. Em nenhum gato foi observado soropositividade somente para FeLV. Dos seis gatos com gengivite, nenhum foi positivo para FIV e FeLV; um gato com estomatite foi positivo para FIV e FeLV; dos 22 gatos com periodontite, seis (27,27%) foram FIV positivos e dois (9,09%) FIV/FeLV positivos; e dos 14 com estomatite e periodontite, três (21,43%) foram FIV positivos e quatro (28,57%) FIV/FeLV positivos. Quanto ao diagnóstico, em 28 gatos (65,1%) foi observada somente doença periodontal (DP), em um (2,32%) somente gengivoestomatite crônica felina (GECF) e em 14 gatos (32,5%) DP e GECF. Diante dos resultados obtidos, pode-se concluir que as principais lesões orais encontradas em gatos de abrigos da região central do RS foram gengivite, estomatite e periodontite; a periodontite associada ou não a estomatite foi a lesão oral mais frequente nos gatos positivos para FIV e/ou FeLV. Acredita-se que outros fatores possam contribuir na instalação de doenças orais em gatos de abrigos, já que houve predomínio de gatos com resultados negativos nos testes para os retrovírus.